Análise de Reportagens Sob Visão Burocrática de Max Weber
Por: Fabiano Maciel da Silva • 18/11/2020 • Resenha • 2.933 Palavras (12 Páginas) • 145 Visualizações
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DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO - ADM01101- Turma C
PROFESSOR: Dr. CLÁUDIO MAZZILLI
ALUNO: FABIANO MACIEL DA SILVA
NÚMERO CARTÃO UFRGS: 154213
CURSO DE GRADUAÇÃO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Prova parcial 1
Na prova parcial 1, conforme solicitado pelo Prof. Dr. Cláudio Mazzilli, primeiramente, selecionei 5 reportagens, entre março a outubro de 2020, cujo tema foi política do distanciamento controlado no combate ao coronavírus na sociedade gaúcha. No segundo momento, pretendo analisar essas reportagens sob a visão burocrática instituída por Max Weber e identificar, se há nelas, disfunções burocráticas estudadas por Robert K. Merton, Philip Selznick, Alvin W. Gouldner, Michel Crozier. Para finalizar, se houver enquadramento, pretendo associar aos estudos da Escola das Relações Humanas e da Teoria Clássica.
1ª Reportagem: Testes de vacina chinesa com voluntários no Rio Grande do Sul devem começar em agosto. Publicado no Diário Gaúcho em 21/07/2020 | 09h17 Atualizada em 21/07/2020 | 09h21 Disponível no link: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2020/07/testes-de-vacina-chinesa-com-voluntarios-no-rio-grande-do-sul-devem-comecar-em-agosto-12533088.html
A reportagem informa que testes da vacina chinesa contra coronavírus, conhecida como CoronaVac, devem começar em Porto Alegre no início de agosto. Esses testes só serão possíveis pois houve uma parceria entre o Instituto Butantan, vinculado ao governo de SP, o Hospital São Lucas da PUCRS e o Laboratório chinês Sinovac Biotech. A informação foi confirmada pelo líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do hospital, Fabiano Ramos. Para participar dos testes, o voluntário profissional da saúde terá que se inscrever na Plataforma Brasil, que é uma base nacional de registros de pesquisas envolvendo seres humanos, mas ainda não foi liberada porque estão encontrando dificuldades em acessá-la. A estimativa é aplicar a vacina em 30 a 40 voluntários por dia, sendo que será entregue um kit com orientações para cada pessoa registrar as reações no período do teste. A vacina está na terceira fase, que é a última da testagem, se aprovada poderá ser liberada para produção em massa.
Alguns dos princípios burocráticos de Weber que observei são: a autoridade legal-racional e hierarquia representados pelo governo brasileiro e provavelmente diretores do alto escalão do laboratório chinês que está produzindo a vacina; a existência de normas e regulamentos que se deram no acordo entre os chineses para trazer o teste da vacina para o Brasil e no RS, nos procedimentos para realizar a testagem e no rígido processo nas fases do teste da vacina para ser aprovada e liberada para a população; a divisão de tarefas demonstrada na reportagem, pois cada organização teve um papel distinto nas atividades, como o governo que iniciou o acordo para trazer o teste da vacina, as organizações que ficaram responsáveis para selecionar os voluntários e executar o teste; e por fim, a expectativa na previsibilidade de que os testes sejam eficientes para que a terceira fase seja aprovada, liberando a vacina para ser produzida no início do ano que vem.
A disfunção burocrática encontrada foi, segundo Robert K. Merton, o apego obsessivo às regras burocráticas que prejudicaram, temporariamente, o cadastro dos voluntários para testar a vacina quando se utilizou somente de uma ferramenta chamada Plataforma Brasil que estava inoperante.
Vou enumerar algumas características da Teoria Clássica que associei na reportagem como por exemplo as funções do administrador: planejar, organizar, comandar e controlar; alguns princípios de Fayol: divisão do trabalho; unidade de comando; subordinação dos interesses individuais ao bem comum; hierarquia e centralização.
2ª Reportagem: Apesar da alta taxa de contaminação, governo do RS marca volta das aulas presenciais. Educadores, pais e prefeitos são contrários à proposta em meio à alta taxa de contaminação e sem vacina disponível. Publicado no Brasil de Fato em 01 de Setembro de 2020 às 18:41. Disponível no link: https://www.brasildefato.com.br/2020/09/01/apesar-da-alta-taxa-de-contaminacao-governo-do-rs-marca-volta-das-aulas-presenciais
A reportagem informa que foi apresentado pelo governo estadual, em reunião com representantes da educação, da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), do Tribunal de Contas e do Ministério Público, um novo calendário escalonado de retomada às aulas presenciais. Porém, a decisão final cabe aos municípios. Na segunda seção da reportagem, informa que essa decisão vai de encontro com que a maioria da população gaúcha pensa, pois entende ser precipitado o retorno devido alta taxa de contaminação e mortes no estado. Até mesmo, a Famurs emitiu uma nota, após a reunião, através de seu presidente e prefeito de Taquari, se posicionando contrária a proposta de voltar às aulas. Outra entidade que se manifestou contrária foi o sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do RS (CPERS Sindicato) que ressaltou a ineficiência do governo em garantir EPIs e outras medidas de segurança nas escolas. Várias pesquisas feitas por organizações distintas foram apresentadas nessa seção, argumentando ou dando como resultado contrário ao retorno das aulas presenciais. Na terceira seção da reportagem, a Assembleia Legislativa convocou o secretário da educação, que não comparecia nos primeiros convites, para dialogar com a comissão instituída sobre o tema da volta às aulas. Ainda nessa seção, a presidenta da comissão e alguns deputados estaduais reclamaram que não foram convidados para debater o assunto. Na quarta seção da reportagem, informa que dois municípios gaúchos se anteciparam e decidiram em não retornar as aulas presencias até final de 2020. E o Conselho Estadual de Direitos Humanos também recomendou o mesmo para o governador, pois argumentou que o estado não atende a requisitos mínimos para o controle da pandemia, reconhecidos internacionalmente. E na última seção, informa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o retorno de aulas presenciais onde a pandemia está fora de controle pode agravar a transmissão, dando a entender que o Brasil não segue totalmente as orientações recomendadas pela entidade mundial.
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