As Imagens da Organização
Por: loki.louco • 7/4/2017 • Resenha • 504 Palavras (3 Páginas) • 288 Visualizações
Para uma compreensão mais ampla da organização e do ambiente, o autor propõe quatro “lógicas da mudança”, assim intituladas por ele, quais sejam: teoria da autopoiese; teoria do caos e da complexidade; causalidade mútua; e mudança dialética.
A teoria da autopoiese trata de uma lógica autorreferenciada, na qual a organização seria capaz de autoprodução por meio de um sistema fechado. Nesse sentido, pressupõe-se que sistemas podem possuir “ambientes”, porém que estes são determinados internamente, sendo feito um elo com a metáfora do cérebro, em virtude dos padrões e compreensão como um todo. O ponto positivo dessa teoria seria a sabedoria sistêmica, sendo possível a recriação de padrões de mudança a partir do aprendizado de si mesmas e da relação com o ambiente. Já o negativo seria o egocentrismo, a supervalorização de si mesma e a subestimação do sistema mais amplo de relações com o ambiente.
Quanto à teoria do caos e da complexidade, esta apresenta uma ordem na desordem, uma relação causal. Entende-se que sistemas organizacionais complexos sofrem influência de diversos fatores de atração, seja para um estado de equilíbrio, de quase equilíbrio ou de mudança, com o auxílio dos pontos de bifurcação, potencializando auto-organização e evolução. Todavia, não há de se falar em controle de mudança.
A lógica da causalidade mútua traz a noção de causa e efeito como padrões circulares de interação capazes de gerar mudança, sendo importante para a explicação dos problemas organizacionais. Analisa-se o feedback positivo e o feedback negativo como metodologias de estudo, sendo que o positivo explica padrões de aceleração de mudança e é capaz de fugir do controle e o negativo de estabilização e seus circuitos são considerados fracos. A vantagem dos circuitos é a compreensão de padrões-chave, respeito à sabedoria sistêmica, desenvolve mecanismos de reconhecimento e mudança de padrões, possui uma metodologia para avaliar padrões de atração e reconhece que pequenas mudanças podem causar grandes efeitos.
Por fim, a lógica da mudança dialética aborda que a mudança se encontra no status quo da organização, no próprio paradigma dominante. Traz a noção taoísta de dualidade, de opostos, na qual todo fenômeno possuiria um equivalente oposto, a existência de um se condiciona a do outro. Marx apresenta três princípios dialéticos que, juntos, compõem a força da dialética segundo seu método, são eles: interpretação mútua dos opostos, negação da negação e transformação da quantidade em qualidade. Essa lógica proporciona duas implicações à administração, como a visão acima do fluxo para viabilizar o reconhecimento de contradições da vida na organização e concede meios necessários para a microadministração do capitalismo em âmbito organizacional. As inovações, nesse caso, possuem uma conotação que o autor denomina de “destruição criativa”, visto que uma inovação acaba completamente com as anteriores, por outro lado, elas criam um padrão de criação de novas soluções, gerando, também, novos problemas e por assim vai. Entretanto, as inovações podem gerar destruição, visto que o progresso gera nova competição, eliminando-se a vantagem concedida pela inovação. A desvantagem dessa lógica jaz no momento em que esta é levada ao extremo, gerando uma espiral de forças detrutivas.
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