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BENEFICIÁRIOS OU REFÉNS? O PATRIMONIALISMO NA PERSPECTIVA DOS CIDADÃOS DE POÇO FUNDO, MINAS GERAIS.

Por:   •  25/5/2015  •  Resenha  •  741 Palavras (3 Páginas)  •  283 Visualizações

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RESENHA: BENEFICIÁRIOS OU REFÉNS? O PATRIMONIALISMO NA PERSPECTIVA DOS CIDADÃOS DE POÇO FUNDO, MINAS GERAIS.

O artigo "Beneficiários ou reféns? O patrimonialismo na perspectiva dos cidadãos de Poço Fundo, Minas Gerais." teve como objetivo discutir a dominação e a vigência de uma diversidade de elementos na cultura política no município de Poço Fundo, que age em anteposição ao processo democrático, à solidariedade social e para desconstrução do espírito da comunidade cívica. Destacando três situações que demonstram como tais práticas são toleradas e até convertidas em estratégias individuais diante da ineficiência e da insensibilidade pública (OLIVEIRA; SANTOS 2011, p 950).

O primeiro a tratar dos paradigmas patrimonial e burocrático de administração pública foi Max Weber (OLIVEIRA e SANTOS 2011, p 951). Para Weber (1999 apud OLIVEIRA; SANTOS, 2011), a validade do poder de mando pode apoiar-se em relações tradicionais de autoridade, em regras racionais ou ainda, no carisma pessoal. Cada um desses tipos determina a dominação tradicional, burocrática ou carismática (OLIVEIRA; SANTOS, p 951).

A dominação tradicional tem como fundamentos as relações de piedade pessoal, distante da noção de pena ou caridade, mas sim vista como respeito filial (CAMPANTE, 2003, apud OLIVEIRA; SANTOS, 2011). Dessa dominação tradicional, que emerge o patrimonialismo.

Para Oliveira e Santos (2011, p 952) as premissas do patrimonialismo, são fundamentais para a compreensão da gestão pública brasileira. Num sistema onde o patrimonialismo opera para a ineficiência estatal e onde essa mesma ineficiência impede a universalização dos serviços públicos, há um novo "rei" que é o corpo político-burocrático que conduz o aparato público, e os novos "amigos do rei" que são as clientelas políticas.

No texto o autor buscou discutir sobre o vigor do patrimonialismo e do clientelismo no Brasil, que se chocam desde os anos 1930, buscando corrigir distorções na democracia e no aparato público nacional (OLIVEIRA; SANTOS 2011, p 953).

Para compreender os desdobramentos do patrimonialismo, do personalismo e do clientelismo em Poço Fundo, foi feita uma investigação qualitativa e exploratória, destinada a uma dupla finalidade (OLIVEIRA; SANTOS, 2011, P 958). A primeira foi uma pesquisa científica, capaz de relevar os fundamentos das culturas cívica e política do município que entre fevereiro e abril de 2008, realizaram-se reuniões em centros comunitários com coletividades urbanas e rurais. Já na segunda, foram feitas visitas domiciliares em todos os bairros de Poço Fundo, para conhecer a população e identificar práticas sociais por meio de conversas informais. Esta fase estendeu-se de abril a outubro de 2008.

A cidade de Poço Fundo localiza-se no sul de Minas Gerais, tem uma população local estimada em 15.350 habitantes, 56% dos quais se encontram em áreas urbanas e 44%, em áreas rurais (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2007 apud OLIVEIRA; SANTOS, 2011).

Segundo Oliveira e Santos (2011, p959-960) a cidade de Poço Fundo é controlada politicamente por dois grupos que se alternam no poder, os 'jacarés' (PMDB/PPS) e os 'piranhas' (DEM/PTN). Poucos são os eleitores que reconhecem os partidos oficiais dos candidatos em

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