COLONIZAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ

COLONIZAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ

        No que se refere a ocupação territorial do Estado do Paraná, podemos dividir esse processo em 3 áreas histórico-culturais: Paraná Tradicional, Norte do Paraná e Frente Sulista.

        A primeira área a ser ocupada foi o Paraná tradicional, que já teve início no século XVII depois que os portugueses descobriram a existência de ouro no Brasil, o que a princípio parecia próspero, mas acabou se tornando escasso. O inicio da ocupação dos Campos Gerais, futuro Paraná, teve início no século XVIII, e já no século XIX essa área recebia influências migratórias de vários países que promoveram uma transformação na sociedade tanto no perímetro urbano com os alemães, como no rural com os poloneses. A criação da Província do Paraná aconteceu em 1853 e só foi possível graças ao criatório e o tropeirismo, que desde os primeiros anos da ocupação vinham promovendo uma recuperação da economia dos Campos Gerais.

        A segunda área a ser colonizada foi o Norte do Paraná, o início de sua ocupação data de 1840 por fazendeiros que se lançavam ao tropeirismo e tinham curiosidade em conhecer as terras vizinhas, alguns gostaram tanto a ponto de vender suas terras em Minas Gerais para se estabelecerem na região de Itararé. A partir de 1930 grande parte das terras do Norte tinham sido vendidas para mineiros e paulistas, esses tiveram como primeiro incentivo econômico a agricultura de subsistência, a exploração das florestas, e mais tarde a expansão da produtora de café que foi o principal fruto da ocupação. A grande quantidade de pessoas migrando para o norte acabava por representar uma ameaça à hegemonia politica do Paraná tradicional, e isso acabou sendo só um dos motivos que justificavam os conflitos entre povos do Norte e do Sul.

        A terceira área que ficou conhecida como frente sulista teve inicio após meados de 1950, esse movimento ocupou grande parte do sudoeste e parte do oeste paranaense. O Paraná tradicional nunca se preocupou com o Norte, com o Sudoeste e com o oeste do Estado, mas a partir de 1960 aquela ameaça a hegemonia política do Sul pelo Norte começou a tomar proporções inimagináveis pelos sulistas, quando começaram a surgir os primeiros governadores ligados ao Norte do Paraná que romperam com lideres políticos do Paraná tradicional. A partir daí revelou-se uma rotatividade de poder politico entre Norte e Sul que são bem presentes na história paranaense.

No que se refere a forma narrativa do autor, é possível nós percebermos sua forma de entender a ocupação do território paranaense logo no inicio de sua fala em que ele diz “A partir da década de 1960 o Paraná poder ser considerado um Estado territorialmente ocupado. Cessaram então de existir as frentes pioneiras, não restando mais terras a serem ocupadas e colonizadas. Completava-se historicamente o período de ocupação territorial” (.......).

Sendo então permeado a ocupação das 3 frentes detalhadas acima. Mas o que o autor enfatiza é que apenas a partir 1960 que esse território foi “ocupado” sendo eles os pioneiros, não levando em conta que aqui já era ocupado bem antes do século XX, pelos povos indígenas, espalhados nessa imensidão que depois foi tido como território paranaense. Ao levar em conta que os Paranaenses Tradicionais eram os que ocuparam efetivamente esse território, ele negligencia a presença ocupacional dos povos que aqui habitavam, sendo assim uma historiografia mais tradicional.