Concentração Bancária no Brasil
Por: Diogenes Souza • 30/11/2020 • Trabalho acadêmico • 963 Palavras (4 Páginas) • 206 Visualizações
Introdução
A presente obra tem por finalidade descrever as causas da Concentração bancária no brasil sob a perspectiva da Escola Austríaca de Economia, onde partir-se-á da premissa de que simples existência de um banco central já é por si só negativo para a competição e o livre mercado bancário.
Sobre a concentração bancária
O Nobel de economia Friedrich A. Hayek tece o seguinte comentário acerca de Bancos Centrais:
Porém, a necessidade de uma tal instituição se deve, inteiramente, ao fato de os bancos comerciais incorrerem em débitos pagáveis à vista em uma unidade de moeda que algum outro banco tem o direito exclusivo de emitir, criando assim, efetivamente, um dinheiro resgatável em termos de outro dinheiro. Essa, como veremos adiante, é realmente a causa principal da instabilidade do sistema de crédito existente e, através dele, das amplas flutuações em toda a atividade econômica. Sem o monopólio do banco central (ou do governo) sobre a emissão do dinheiro e sem as disposições jurídicas sobre a moeda de curso legal, não haveria qualquer justificativa para que os bancos dependessem, para a sua solvência; de dinheiro vivo a ser fornecido por outra entidade.(pagina 109, 2 edição Desestatização do Dinheiro / Friedrich A. Hayek, São Paulo : Instituto Ludwig von Mises. Brasil, 2011)
O autor citado, entende que o monopólio da emissão de Moeda é um fator de instabilidade creditícia e que deveria se privatizar por completo a moeda.
A Concentração bancaria no Brasil e no mundo se dá por conta de uma porção de fatores, dentre eles: (I) O Sistema Bancário de Reserva fracionada; (II) Maturação Descompensada; (III) Fusões entre bancos resultantes de falência
A respeito do padrão ouro e das reservas fracionada Hayek diz:
Creio ainda que, enquanto a administração do dinheiro estiver nas mãos do governo, o padrão ouro, com todas as suas imperfeições, é o único sistema toleravelmente seguro. Mas nós certamente podemos fazer melhor do que isso, embora não através do governo. Independente da inegável verdade de que o padrão ouro também tem sérios defeitos, os adversários de tal movimento podem adequadamente mostrar que uma direção central da quantidade de dinheiro é, nas circunstâncias atuais, necessária para contrabalançar a instabilidade inerente ao sistema de crédito existente. No entanto, uma vez que se perceba que essa instabilidade inerente ao crédito é, em si mesma, um efeito da estrutura de depósitos bancários determinada pelo controle monopolista do fornecimento de moeda sonante em que os depósitos devem ser resgatados, essas objeções caem por terra. .(pagina 109, 2 edição Desestatização do Dinheiro / Friedrich A. Hayek, São Paulo : Instituto Ludwig von Mises. Brasil, 2011
Em sua, a adoção de um padrão de moeda não lastreada é demasiadamente problemática para estar nas mãos do governo, o padrão ouro seria menos problemático mais ainda assim o dinheiro ainda deveria ser privado.
Já quanto a Maturação Descompensada, Ulrich diz que:
A regra de ouro sobre como deveria funcionar o sistema bancário foi cunhada em 1853 por Otto Hübner, que disse que "ativos e passivos não devem ter suas datas de maturação descompassadas". Mas este não é um problema restrito aos bancos. Com efeito, todas as empresas têm de aprender a como lidar com ativos e passivos que maturam em períodos de tempo distintos. Seja uma produtora de aço ou um supermercado, os empreendedores têm de garantir que seus passivos não vencerão antes de seus investimentos. Um problema de liquidez pode acabar se transformando em um problema de solvência caso os ativos tenham de ser vendidos a preços de liquidação ou caso os passivos não consigam ser rolados. Em suma, os bancos emitem passivos de curto prazo (depósitos em conta-corrente, ou seja, dívida com prazo de maturação
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