Controvérsias e Ambiguidades da Política
Por: Marcella.correa • 4/10/2017 • Relatório de pesquisa • 520 Palavras (3 Páginas) • 160 Visualizações
Controvérsias e Ambiguidades da Política Econômica
As Controvérsias e Ambiguidades da Política Econômica são assim resumidas por N.G. Mankiw: Uma corrente de economistas encaram a economia como sendo inerentemente instável. Considera que a economia experimenta frequentes choques de oferta e de procura agregadas. Outra corrente considera que a economia é estável por natureza. Culpa as más políticas econômicas pelas grandes e ineficientes flutuações que ocorrem de tempo em tempo.
Os novo-clássicos tendem, assim, a rejeitar a politica econômica ativa, discricionária. A oferta monetária, para essa corrente, deve ser buscada em metas fixas, firmes á longo prazo, consistentes apenas com o crescimento da capacidade de produção da economia.
Os pontos centrais da controvérsia são:
- Política-chave para manter crescimento firme com preços estáveis: Os novo-clássicos dão preferencia a politica monetária e repelem a fiscal. A função crucial das autoridades monetárias é estabelecer uma meta fixa de expansão da moeda, consistente com as necessidades de liquidez ao longo do processo de crescimento. Já os novo-keynesianos vêem como função crucial das autoridades monetárias o ajuste discricionário da oferta de moeda, intervindo na formação da taxa de juros de acordo com as exigências do ciclo conjuntural.
- Desempenho da economia e processo de ajuste: A crença na politica econômica passiva dos novo-clássicos é consistente com sua percepção do desempenho da economia, deixando-a reagir aos impulsos naturais e ao livre mecanismo das forças do mercado. Já a corrente do novo-keynesiana fundamenta suas convicções a uma politica econômica ativa na percepção de que a economia pode atingir altos níveis de desempenho, mas tende a ser instável.
- Defasagens de implementação e de efeito da política fiscal: Segundo os novo-clássicos são longas, requer demoradas mudanças na ordem fiscal e o efeito final pode ser inócuo, meramente de realocação de recursos entre os setores público e privado. Já os novo-keynesianos mostram que a defasagem de implementação da política fiscal realmente tende a ser longa, pela rigidez que se observa nos dois lados do orçamento público. Mas as defasagens de efeito dos instrumentos fiscais tendem a ser mais curta: o poder de impacto de variações nos tributos e nos gastos é alto em razão da expressão do governo como agente econômico. Além disso, o orçamento fiscal, como instrumento de política econômica, possui um atributo adicional: o de ser estabilizador automático do ciclo conjuntural. Este atributo está presente nos gastos com transferências, que tendem automaticamente a aumentar em situações de desemprego (o seguro desemprego exerce esta função); está presente também na exação tributária (nos ciclos de alta, a maior exação atua como vazamento estabilizador).
- Defasagens de implementação e de efeito da política monetária: Para as duas correntes, as defasagens da política monetária são mais curtas, comparativamente à fiscal. A controvérsia está na forma como a moeda deve ser manejada. Os novo-clássicos não apostam em mudanças de rota ditadas pela conjuntura, insistem em que, apesar da maior eficácia comparativa da moeda, sua oferta deve ser fixada em relação ao crescimento da economia. Os novo-keynesianos não descartam a eficácia da politica monetária, mas apontam para a inocuidade sob a armadilha da liquidez, os efeitos contracionistas são certos e eficazes; os efeitos expansionistas podem ser incertos.
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