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Da Divisão do Trabalho Social Émile Durkheim: A Lei da Divisão do Trabalho

Por:   •  10/12/2016  •  Resenha  •  1.272 Palavras (6 Páginas)  •  692 Visualizações

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Da divisão do trabalho social

Émile Durkheim

A lei da divisão do trabalho

  • Nasce na economia, com Adam Smith
  • Torna-se um fenômeno da biologia – evolução, especialização de funções, complexificação.
  • Manifesta-se na administração, no direito, na ciência - divisão do trabalho social: a medida da nossa perfeição não se encontra no diletantismo, mas “na soma dos serviços prestados e em nossa capacidade de prestarmos outros mais” (p.5)
  • Passamos do mundo de eruditos do século XVIII ao mundo dos especialistas no século XIX

Aparente contradição

  • A mesma opinião pública que nos impele à especialização, também nos manda realizar um mesmo ideal.
  • “É um triste testemunho que alguém se presta o de nunca ter feito mais do que a décima oitava parte de uma agulha; e não imaginem que é unicamente o operário que toda a sua vida maneja uma lima e um martelo que degena assim da dignidade da sua natureza, mas também o homem que, por ofício, exerce as faculdades mais sutis do espírito” (citando Jean-Baptiste Say, p.6)

Problema prático

”Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes, conforme nos entreguemos a esse movimento ou resistamos a ele. Mas então coloca-se uma questão premente: dessas duas direções, qual devemos desejar? Será nosso dever procurar tornar-nos um ser acabado e completo, um todo autossuficiente, ou, ao contrário, não ser mais que a parte de um todo, o órgão de um organismo? Numa palavra, a divisão do trabalho, ao mesmo tempo que lei da natureza, também é uma regra moral de conduta humana?” (p.4)

Estado de anomia jurídica e moral do capitalismo

Generalidades imprecisas sobre a relação entre empregador e empregados, empresários e operários:

  • Fidelidade e devoção dos assalariados a seus patrões;
  • Moderação à preponderância econômica;
  • Reprovação da concorrência desleal;

= Opinião pública difusa sobre a ”moral profissional” de cada categoria, incapaz de produzir um equilíbrio estável entre as classes.

Falso antagonismo

  • O problema é o estado de não-regulamentação, decorrente da crença de que a liberdade individual não deve se submeter a qualquer autoridade.

“Muito ao contrário, a liberdade (entendemos a liberdade justa, aquela que a sociedade tem o dever de fazer respeitar) é, ela própria, produto de uma regulamentação. Só posso ser livre na medida em que outrem é impedido de tirar proveito da superioridade física, econômica ou outra de que dispõe para subjugar minha liberdade, e apenas a regra social pode erguer um obstáculo a esses abusos de poder” (p.VIII)

= “A vida em comum é atraente, ao mesmo tempo que coercitiva” (p. XXII)

Preponderância das atividades econômicas na vida moderna

  • Sociedade moderna como uma sociedade industrial - papel principal das atividades de trabalho.

“Se, nas ocupações que preenchem quase todo nosso tempo, não seguirmos outra regra que a do nosso interesse próprio, como tomaríamos gosto pelo desinteresse, pela renúncia, pelo sacrifício? Assim, a ausência de qualquer disciplina econômica (ou moralidade profissional) não pode deixar de estender seus efeitos além do próprio mundo econômico e acarretar uma diminuição da moralidade pública” (p.IX)

= problema dos suicídios: ao contrário da felicidade proclamada pelos economistas liberais, difundia-se um mal estar coletivo – excesso de vida interior, perda do sentido social da existência.

As corporações

  • Falta, no industrialismo, corpos intermediários que constituam um sistema de regras para os grupos profissionais – corporações gerais o suficiente para abarcar os interesses dos indivíduos, mas restritas o suficiente para manter estrito controle sobre suas condutas.
  • Corporações como “ambientes morais” – regulamentos das condutas, defesa dos interesses corporativos, assistência social, recreação. Elas são espaços de socialização política em que são reconhecidos os interesses compartilhados, assim como são aceitos sacrifícios em prol do coletivo.
  • “ Dela emana um calor que aquece ou reanima os corações, que os abre à simpatia, que faz ruir os egoísmos” (p.XXXV)

Sistema nacional de corporações

  • Justiça na repartição de condições sociais de existência - riqueza e pobreza não podem ser hereditárias (crítica à propriedade privada do liberalismo)
  • Tampouco se supera o estado de anarquia fazendo tábula rasa da regulamentação das relações de produção (crítica ao voluntarismo do socialismo)
  • É preciso transformar a moralidade pública.

Por uma ciência da moral

  • Crítico aos moralistas que pretendem determinar o valor moral de um preceito (nesse caso, da divisão do trabalho social) a partir de fórmulas gerais da moralidade.
  • Falta de método: podem simplesmente ser a representação de um pensador sobre a moral, ou transformar necessidades parciais em finalidades últimas.
  • Ciência capaz de determinar um “estado de saúde moral”
  • estudo dos problemas práticos das sociedades e como elas mudam.
  • Critérios objetivos para apreciação da “moralidade das práticas” – “regras de ação”
  1. Determinar suas funções;
  2. Tratar como um “coisa” – um fato objetivo de natureza social;
  3. Identificar e comparar os tipos sociais ou as sociedades em que se manifestam;
  4. Determinar suas causas e condições de que depende;
  5. Classificar formas anormais - o patológico ajuda a compreender o fisiológico.

Função de integração social

“Sem, com frequência, fez-se as relações sociais a que dá nascimento a divisão do trabalho consistirem apenas na troca, foi por se ter desconhecido o que a troca implica e o que dela resulta. Ela supõe que dois seres dependam mutuamente um do outro, por serem ambos incompletos, e apenas traduz exteriormente essa dependência mútua” (p.28).

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