Fichamento qualidade na produção gurus da qualidade

REFERÊNCIA: BALLESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Qualidade na produção. In: ______. Gestão de qualidade, produção e operações. São Paulo - SP: Atlas, 2010, cap. 3. p. 97-104.

RESUMO

O conceito de qualidade ao longo do tempo vem sofrendo uma evolução histórica. Os primeiros estudos focados nesse conceito datam da década de 1920 onde de forma pioneira se deu um cunho cientifico aos aspectos da qualidade, esses estudos contribuíram de forma importante para aperfeiçoar a visão da qualidade do produto até os dias de hoje. Portanto nesse capítulo o objetivo principal do autor é apresentar esses estudiosos, chamados de “gurus da qualidade”, quais sejam: Armand V. Feigebaum; William Edward Deming; Joseph Moses Juran; Kaoru Ishikawa; Genichi Taguchi e Philip B. Crosby que foram precursores desse conhecimento diferenciado da qualidade. Então será possível analisar as características de cada um, seus conceitos e legados. Serão enfatizadas suas ações, diferentes formas de aplicação e em qual foco eles se nortearam ao longo do tempo para se adaptar aos mercados.

TRANSCRIÇÕES DAS CITAÇÕES

1 PRECURSORES DA QUALIDADE

1.1 ARMAND V. FEIGENBAUM (1922)

“Feigenbaum cursava seu doutorado no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), na década de 1950, quando preparou a primeira edição de seu livro Total quality control (de onde vem a sigla TQC) e nos oferece a primeira definição de qualidade; sua principal preocupação se centra na eliminação dos erros e das falhas na produção. Sua abordagem será generalista e abrangente. ” (p. 97).

“ (...) afirma ele que há manutenção e melhoria da qualidade a todos os grupos da organização, de forma a habilitar áreas essenciais da empresa, como marketing, engenharia, produção e serviços, a desenvolverem suas atividades da forma mais econômica possível, com a preocupação primeira de atender, plenamente, às necessidades do consumidor. ” (p. 99).

1.2 WILLIAM EDWARD DEMING (14.10.1900 – 20.12.1993)

“Quando se fala em qualidade, o primeiro nome que nos vem a memória é o de W.E. Deming. A ele devemos a popularização do controle de qualidade no Japão no início da década de 50. Ficou conhecido ao desenvolver o sistema estatístico de controle da qualidade; dava grande importância ao envolvimento das gerências no processo e defendia a tese de que o controle de qualidade deveria ser dotado na empresa inteira, não apenas em suas funções de produção. Sem dúvida, sua intervenção foi bastante importante para tudo o mais que ocorreu posteriormente e hoje verificamos que sua postura era perfeitamente acertada(...)” (p. 99).

“Nos 14 pontos para a melhoria da qualidade, Deming enfatiza a necessidade de métodos estatísticos de controle, participação, educação e melhoria objetiva. Os 14 pontos são os seguintes:

1. crie constância de propósito;
2. adote uma filosofia;
3. interrompa a dependência de inspeção;
4. evite ganhar apenas com base no preço;
5. melhore constantemente a produção e o serviço;
6. implante treinamento no trabalho;
7. implante liderança no trabalho;
8. elimine o medo;
9. quebre barreiras entre os departamentos e áreas;
10. elimine slogans, gritos de guerra, exortações;
11. elimine cotas numéricas e padrões;
12. promova o orgulho entre as pessoas;
13. promova treinamento e educação continuada;
14. coloque todos para trabalhar nos 13 pontos anteriores.” (p. 99).

“Deming também será o responsável pela elaboração do “Ciclo PDCA”, ou   como ficou conhecido, Ciclo de Deming. A sigla vem do inglês e quer dizer plan, do, check e action, o que significa que tudo deve ser planejado (plan), executado (do), verificado (check) e, quando for necessário, corrigido ou melhorado (action) (...)” (p. 99).                                

                                                                

1.3 JOSEPH MOSES JURAN (24.12.1904 – 28.02.2008)

 “É Juran quem primeiro define qualidade em função do uso em seu livro Quality control handbook, editado em 1951; insistirá na importância de métodos e padrões para atingir os resultados desejados; incentiva e defende a integração entre as diversas funções empresariais, vendo ele o processo como mais uma ferramenta disponível para a qualidade; defende ardentemente a necessidade de quebrar paradigmas, de buscar sempre melhorias cada vez mais acentuadas e de chegar a patamares cada vez mais altos de qualidade.” (p. 100).

“Juran se concentra na definição e na organização dos custos e no enfoque a qualidade como uma atividade administrativa(...)” (p. 100).

“Juran propôs uma trilogia de atividades para garantir que a função qualidade seja executada de modo a atingir os melhores resultados: planejamento da qualidade; controle da qualidade e melhoramento da qualidade. (...)” (p. 100).

“Juran também foi responsável pela elaboração da denominada “espiral do progresso da qualidade”. Essa espiral nada mais é do que uma versão simplificada dos processos que ocorrem diariamente dentro de uma organização, seja ela qual for. (...)” (p. 101).

1.4 KAORU ISHIKAWA (1915 – 16.04.1989)                                        

“Kaoru Ishikawa nasceu no Japão e se tornou conhecido mundialmente sempre associado à espinha de peixe. Afirmava, com muita razão, que, embora o enfoque do controle de qualidade tivesse nascido nos Estados Unidos, apenas quando foi aplicado no Japão é que adquiriu carta de identidade a partir do momento em que foi influenciado pela cultura e pelos valores sociais orientais. (...)” (p. 102).

“Coube a Ishikawa efetuar a primeira compilação teórica e prática de diversos aspectos da execução do trabalho desenvolvidos por outros autores, tais como Deming, Juran e Shewart; com base nessa compilação, Ishikawa acrescentará a preocupação com as pessoas, enriquecendo a abordagem do controle de qualidade com a visão humanística. ” (p. 102).