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Por:   •  1/12/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.897 Palavras (8 Páginas)  •  529 Visualizações

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Curso: Bacharelado em Administração

Disciplina: Economia Brasileira

Docente: Ana Virgínia

Período: 7° Semestre

RESENHA CRÍTICA: O BRASIL DE LULA

Por:

Ademir Oliveira Souza

Danilo Damasceno Estrela,

Fernando Gomes e

 Vanusa de Andrade.

Bacharelandos em Administração

ANDERSON, Perry. O Brasil de Lula. Tradução Alexandre Barbosa de Souza e Bruno Costa In: Revista Novos Estudos, Nº 91,Nov. de 2011.  pp. 23-52

Perry Anderson é professor de história e sociologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos, e editor da revista New Left Review.

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Da infância pobre a Presidência do Brasil, Lula pode ser considerado um fenômeno da política nacional. O texto de Perry Anderson aborda de forma ampla e detalhada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, durante o período de 2003 a 2010, relatando os contrastes referentes à alavancagem do crescimento e desenvolvimento econômico e dos momentos negativos da sua gestão, como os escândalos de corrupção efetuados por membros do seu partido.

 De forma propedêutica sobre o autor comenta sobre o crescimento da popularidade do ex-presidente no fim de seu mandato, atingindo 80% de aprovação popular. Para Anderson, essa popularidade adquirida por Lula foi algo inédito e quase inatingível, devido ao prolongado período que perdurou. O autor atribui essa façanha ao conjunto de atributos pessoais que lhe tornou um presidente bem-sucedido. Por um lado uma pessoa carismática, com sensibilidade social e afetuosa. Por outro lado um político articulador frio e calculista como revela o autor em sua obra.

Perry Anderson comenta como os primeiros anos do governo, Lula, em seu primeiro mandato, no ano de 2002, enfrentou grandes dificuldades em reduzir os problemas econômicos e sociais do país, herança deixada pelo seu antecessor Fernando Henrique Cardoso como a dívida pública, elevada taxa de juros, desvalorização da moeda e o calote declarado da Argentina.

 No entanto, Lula conseguiu reunir uma equipe de econômica ortodoxa para reestruturar a economia e conquistar a confiança de investidores.  

Como medidas adotadas, o Banco Central e o Ministério da Fazenda realizaram cortes nos investimentos públicos e elevou mais ainda a taxa de juros alcançando índices positivo no superávit primário, que é o saldo positivo da diferença entre a receita e as despesas do governo, excluindo os juros, muito acima do preconizado pelo Fundo Monetário Internacional. Tais medidas trouxeram consequências negativas aos cidadãos brasileiros, como o aumento de preços e o desemprego. Todavia, no ano de 2004 o crescimento voltou e junto com ele o aumento nas exportações. Em contrapartida, a dívida pública não parava de crescer, assim como a taxa de juros, o que gerou críticas por parte dos seus opositores.

 Em 2005, um ano antes do término do seu primeiro mandato, iniciam-se denúncias de corrupção do governo Petista, ocasionados por atos de corrupção de pessoas de confiança e compra de votos de deputados. O autor discorre em sua obra os fatos de forma contundente as manobras ilícitas pelos membros do executivo e legislativo, que mancharam o nome do partido.

 O escândalo do “mensalão” era um esquema em que o governo da remunerava mensalmente cada parlamentar com a quantia de R$ 7. 000,00 para obter a maioria de votos na câmara para a aprovação de seus projetos. O principal encarregado da operação era o então chefe de gabinete do presidente, José Dirceu. O dinheiro, segundo as investigações, provinha de fundos ilegais controlados pelo partido do governo. Semanas depois de pipocar o escândalo, José Genoíno, assessor do irmão do presidente, foi preso ao tentar embarcar em um voo com 200 mil dólares na mala e 100 mil na cueca.

Outro envolvido neste esquema foi o publicitário Duda Mendonça, o coordenador da campanha eleitoral de Lula, confessou que a subida a presidência havia sido financiada por meio de “caixa dois”, obtido através de bancos e empresas interessadas.

A estes fatos geraram a renúncia do secretário das comunicações, Luiz Gushiken, e o assassinato do prefeito de Santo André, o petista Celso Daniel, supostamente relacionado a esquemas de corrupção envolvendo empresas locais de transporte público. Ao traçar um ponto de vista histórico do mensalão, Perry Anderson minimiza o impacto ao dizer que a corrupção um ato de rotina na política brasileira.

O autor menciona que o próprio FHC, ex-presidente, havia se amparado na compra de votos de deputados do Estado do Amazonas para conseguir o direito à reeleição. Ademais, Lula, Dirceu e Gushiken, para ele, agiram mais em benfeitoria da causa do projeto político de governo do que em conveniência pessoal. No entanto, salienta que a corrupção petista foi a mais sistemática da história brasileira.

Os escândalos de corrupção fizeram com que o presidente Lula perdesse o apoio da classe média a qual apoiara na campanha que o levou ao seu primeiro mandato. Anderson relata em sua obra, que quando as denunciam referentes ao mensalão atingiram o seu ápice, os índices de popularidade de Lula caíram acentuadamente. No entanto, as melhorias obtidas no crescimento econômico e na qualidade de vida, principalmente das classes menos favorecidas, compensaram as manobras ilícitas do governo.

Essa estratégia foi favorável para que ele se reelegesse nas eleições de 2006, sem dar chances ao PSDB que, aliás, não conseguiu um candidato competitivo para concorrer ao pleito daquele ano, sendo mais uma vez derrotado. Dessa vez, Lula foi reeleito com 61% dos votos, e sua composição social era totalmente distinta daquela que o colocou no poder no ano de 2002, porque a classe média que o apoiou agora decidiu abandoná-lo em razão do mensalão. Em contrapartida, em 2006, pobres, idosos e nordestinos, votaram em maior número.

Em destaque, o presente artigo salienta que o Brasil alcançou reconhecimento no cenário mundial, chegando a uma potência global emergente ao lado de países como a China e a Rússia.  Grande parte desse feito deve-se à diplomacia do país e a característica popular governo.

A popularidade do governo petista incomodou a oposição e grande parte da mídia de comunicação brasileira. Perry Anderson discorre sobre a insatisfação dos conservadores, com a forma que Lula conduzia a máquina pública, tentando de todas as formas de encontrar argumentos que denegrissem a sua imagem, assim como a sua gestão. O texto traz comparações com governos passados como, por exemplo, Getúlio Vargas.

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