Fusão e aquisição: estudo de caso da compra da empresa nacional Garoto pela multinacional Nestlé
Por: ggds • 12/6/2019 • Trabalho acadêmico • 563 Palavras (3 Páginas) • 299 Visualizações
Fusão e aquisição: a compra da empresa nacional Garoto pela multinacional Nestlé
Aluna: Gabrielle Gonçalves da Silva – M1
A aquisição de uma empresa por outra é considerado um investimento de alto risco pela questão da incerteza do retorno que se terá. Mas quando uma empresa acredita que adquirir outra gerará um valor presente líquido para seus acionistas, então se faz a aquisição. A fusão pode contribuir para aumentar a fatia de mercado de uma empresa, para obter benefícios fiscais, fazer com que a empresa melhore o desempenho de sua administração ou consiga alguma sinergia, além de também servir como solução para problemas de agência. As fusões e aquisições muitas vezes podem significar alguns benefícios como economias de escala, economia de integração vertical, recursos complementares, excesso de caixa, eliminação de deficiências e custos financeiros mais baixos.
Em 2002 a multinacional suíça Nestlé comprou a Garoto. A Nestlé é a maior empresa alimentícia do mundo. Seu faturamento foi de R$ 7,7 bi em 2002, ano da compra da Garoto, para R$ 10,6 bi em 2004. Ainda nesse ano a empresa empregava mais de 15 mil pessoas, possuía mais de 200 marcas diferentes. A Garoto, uma empresa de fabricação de chocolates localizada em Vila Velha, no Espírito Santo, uma das três maiores fabricantes de chocolate do hemisfério sul, possuía mais de 3 mil empregados, 2 unidades industriais com capacidade de produção anual de chocolate de 140 mil toneladas.
A fusão das duas empresas alteraria a dinâmica da oferta de chocolate, juntas teriam 58,41% do mercado. Ao adquirir a Garoto, a Nestlé passaria, então, a ter um amplo portfólio de produtos bastante diversificados, como tabletes, bombons avulsos e candy bars.
A compra pela multinacional custou US$ 250 milhões. A fusão não foi completa, pois os ativos da Garoto não foram completamente incorporados pela Nestlé e muito menos a empresa parou de existir, a marca Garoto se manteve independente. Algumas questões foram avaliadas para justificar a compra de 250 milhões de dólares:
- Benefícios contábeis
A Garoto fechou o ano de 2005 com um faturamento bruto de R$ 1,021 bilhão de reais, 7,6% maior do que o observado em 2004, segundo balanço patrimonial divulgado nos principais jornais do país. O seu lucro líquido subiu de R$ 62 milhões em 2004 para R$ 67 milhões no ano passado. Houve também uma diminuição da razão despesas administrativas/receita bruta. Com um aumento da receita, diminuição das despesas e um investimento estimado em cerca de R$ 100 milhões, os resultados da operação de compra da Garoto pela Nestlé indicam êxito para a empresa suíça.
- Benefícios logísticos
Muito da redução dos custos e despesas da Garoto veio da sinergia criada entre as operações dela com as da Nestlé, sobretudo na distribuição dos seus produtos. Parte da capacidade ociosa dos centros de distribuição foi utilizado para estocar os produtos. Ou seja, houve uma integração vertical, em que vária etapas na produção e/ou distribuição passam a ser controlados por uma única companhia de maneira a aumentar o seu poder de mercado.
- Benefícios de marketing
A concorrência só perde demanda, enquanto que a empresa que a efetua a fusão tem normalmente uma mudança de demanda de uma marca para a outra, que agora é mais barata.
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