MODULAR CONSORTIUM E FACTORY VW TRUCK
Projeto de pesquisa: MODULAR CONSORTIUM E FACTORY VW TRUCK. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jaqquelinearaujo • 13/10/2014 • Projeto de pesquisa • 3.083 Palavras (13 Páginas) • 274 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
Com necessidade de avançar do sentido competitivo as empresas foram pressionadas a buscar novas formas de permanecerem no mercado, baixando seus custos de produção, diminuindo estoques e também minimizando o lead-time de modo a maximizar os lucros através da agilidade na fabricação e maior valor agregado dos produtos. Todas essas ações foram geradas através da inovação em seus processos produtivos.
O intuito do presente trabalho é explanar o funcionamento do consórcio modular. Estaremos adotando como exemplo o modelo de consórcio modular implementado pela Volkswagen Caminhões, instalada na cidade de Resende no Rio de Janeiro, e algumas práticas do mesmo modelo na Volkswagen Automóveis em São Bernardo do Campo.
2. O CONSÓRCIO MODULAR E A FÁBRICA DE CAMINHÕES DA VW
A constante busca,por parte das empresas nacionais e multinacionais, por vantagenscompetitivas, tem sido a meta no Brasil na última década.
Especificamente nas montadoras, os parques industriais estavam ultrapassados quanto à organização do trabalho: os layouts não facilitavam grandes mudanças e o gigantismo dos complexos fabris tornava a administração maislenta e com dificuldades de logística. Aos poucos as montadoras foram procurando soluções paraseus problemas específicos. Algumas construíram unidades em outros estados, outras cidades,buscando sempre o aprimoramento dos seus processos e serviços. Os riscos do trabalho nomodelo Just-in timeestavam atrelados a fornecedores responsáveis tanto aos termos de prazoquanto qualidade do produto.
Diante desse cenário, a empresa Volkswagen do Brasil desenvolveu, em 1995/1996, uma forma de processo produtivo chamado Consórcio Modular. Esse sistema consiste em uma parceria entre empresa e fornecedores.
A Volkswagen é a responsável pelo edifício enquanto os parceiros são responsáveis pelos móveis (BUENO apud WOMACK; JONES, 1998,2).
O desafio da Volkswagen não era apenas construir fisicamente uma nova planta eredesenhar a cadeia de suprimentos, mas também recuperar, renovar ou estabelecer relações com os fornecedores de peças e componentes para caminhões e ônibus.
3. O PROCESSO DE ESCOLHA DOS PARCEIROS
Definida a forma de produto baseada no conceito de consórcio modular, o próximo passo foi a escolha dos parceiros. Dessa forma 53 empresas nacionais e internacionais foram analisadas, por meio de um sistema de compra internacional da Volkswagen do Brasil. A análise passou por uma verificação de condição técnica de cada empresa, além dos aspectos do melhor preço oferecido para a realização do serviço a ser prestado.
As sete empresas participantes são de diversas origens: três são alemãs; duas americanas;três nacionais; e uma formada pela junção de duas empresas nacionais e uma japonesa. Dessaforma, a relevância do estudo está em entender como foram administrados os empregados dassete empresas parceiras mais os empregados da Volkswagen em um mesmo local físico detrabalho e sob os mesmos procedimentos e políticas de recursos humanos. Cabe lembrar que,antes da nova planta, a montadora trabalhava com pouco mais de 400 fornecedores diretos.
Tabela 01: Empresas participantes do Consórcio Modular por origem e responsabilidadena montagem.
Fonte: Área de Marketing de caminhões e ônibus.
A adaptação ao novo ambiente de trabalho também foi influenciada pelas práticas anteriormente usadas pelas empresas: a comparação entre benefícios, salários, e a própria forma como o trabalho foi organizado.
Depois de toda a análise foram escolhidas sete empresas para fazer parte deste grandeempreendimento denominado consórcio modular.
4. O FUNCIONAMENTO DO CONSÓRCIO MODULAR
De acordo com Bueno apud Arbix; Zilbovinícius (2007, p. 4), a montadora reordena suasespecialidades, mantendo seu foco nas funções estratégicas, como o design, e a arquitetura global do veículo, o projeto, a qualidade, a política do produto e marketing e a comercialização.
O próprio layout já mostra uma planta bastante ousada. Aparentemente “irregular”,procuraadequar-se aos processos definidos e marca claramente a redefinição das fronteirasfísicas, organizacionais e empresariais entre a montadora e os seus fornecedores (parceiros).
Os fluxos de materiais são bem estabelecidos, e o acesso à planta é independente para cada módulo. Assim, as peças e os componentes são entregues no ponto mais próximo possível do local onde serão montados. O planejamento e a programação de produção, as manutenções das máquinas e dos equipamentos passam a ser responsabilidade conjunta dos parceiros e da Volkswagen.
Figura 1: Consórcio Modular Volkswagen Resende RJ
O que se observa de imediato do layout, conforme figura 1 da planta é que,contrariamente à organização de um distrito industrial onde os fornecedores da fábrica central se localizam na região relativamente próxima a esta, no consórcio modular os fornecedores são literalmente parte física da linha de montagem, ocupando espaços especificamente reservados dentro do prédio. Percebe-se, então, que tal configuração fortalece sobremaneira as relações entre a montadora e seus fornecedores, na medida em que o fluxo de material e informações está confinado em uma unidade física acessível a qualquer instante para todos os participantes do consórcio. No caso de Resende, entretanto, esta presença física representa mais do que um estreitamento de relacionamento entre os fornecedores e as montadoras para fins de otimizaçãooperacional, representando uma divisão maior de riscos e lucros.
A idéia central desta mudança consiste na divisão do produto em módulos ou subsistemas, cuja responsabilidade pelo projeto, fabricação, montagem do conjunto e fornecimento dos demais módulos do veículo fica a cargo dos fornecedores específicos, ou dos modulistas.
No que diz respeito à divisão do trabalho na fábrica, esta nova configuração reflete-
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