TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

MONDRAGÓN CORPORAÇÃO COOPERATIVA

Por:   •  20/11/2018  •  Resenha  •  1.733 Palavras (7 Páginas)  •  595 Visualizações

Página 1 de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CURSO: ADMINISTRAÇÃO

DISCIPLINA: TEORIA COOPERATIVISTA I - 7° FASE

PROFESSORA: ENISE BARTH TEIXEIRA

ACADÊMICOS: ELLEN TAUANA ANGOLERI NORBACH E MATEUS HENRIQUE HAHN.

MONDRAGÓN CORPORAÇÃO COOPERATIVA

1. INTRODUÇÃO

O caminho percorrido com êxito pelas cooperativas de Mondragón (Mondragón Corporación Cooperativa – MCC), fez com que  este se tornasse o sétimo maior grupo empresarial privado da Espanha, atualmente com mais de 80.000 trabalhadores, 266 empresas e cooperativas, 15 centros tecnológicos,  atuando nos setores financeiro, industrial, distribuição e educação. Também conta com filiais produtivas e delegações corporativas em 41 países e vendas em mais de 150 países. Tal trajetória exitosa das cooperativas de Mondragón fez com que o grupo se tornasse conhecido como a maior cooperativa de trabalhadores do mundo.
        Através de seus pilares de  cooperativismo, educação e  inovação tecnológica a Mondragón fundamenta-se em 10 princípios, que constituem a sua base de funcionamento. Estes princípios são: livre adesão; organização democrática; soberania do trabalho; instrumentalização e subordinação do capital; gestão participativa; solidariedade distributiva; cooperação; transformação social; universalidade e educação. Tais pilares e princípios contribuem para o sucesso do grupo.
        O presente resumo pretende, além de descrever a trajetória da MCC, demonstrar como é possível unir alta tecnologia, competitividade, inovação tecnológica com cooperativismo e autogestão, uma vez que a Corporación Cooperativa Mas ondragón – MCC, há 50 anos vem demonstrando que é viável essa união.


2. TRAJETÓRIA MONDRAGÓN CORPORACIÓN COOPERATIVA

          Em 1941 um jovem padre católico chamado José María Arizmendiarrieta chegou à Mandragón, cidade localizada no País Basco no Norte da Espanha, com ideias voltadas ao desenvolvimento econômico daquela região, baseadas em princípios cooperativos. As noções acerca dos fundamentos do cooperativismo já haviam existido na cidade, no entanto com a guerra civil espanhola (1936-1939) o nível de desemprego ficou elevado, as organizações cooperativas e de auto ajuda existentes foram destruídas e a pobreza assolou a região.
        Em 1943 o padre fundou uma escola politécnica controlada democraticamente. A escola desempenhou um papel chave no ressurgimento e no desenvolvimento do movimento cooperativo transformando-se no que é atualmente a Universidade de Mandragón, uma cooperativa de segundo grau formada por três cooperativas singulares, sendo que cada uma delas oferece um dos três cursos existentes, sendo estes Engenharia, Economia e Pedagogia.
        No ano de 1956 a partir da idéia do padre católico, juntamente com cinco técnicos formados na escola técnica local e o apoio financeiro da comunidade paroquial da cidade, uma empresa de fogões falida foi adquirida e com isso, surgiu então a Ulgor, uma empresa dedicada à produção de fogões e aquecedores. Apesar de não ter sido constituída originalmente como cooperativa, a Ulgor foi logo transformada na primeira do que representa hoje o exemplo de maior sucesso do modelo cooperativo de produção. (MONDADORE, 2013).
        No início da década de 60 o restabelecimento da economia espanhola estimulou o desenvolvimento da empresa e outras consequentemente foram surgindo estando intimamente relacionadas com a primeira cooperativa, a partir de então, oportunidades iam surgindo à comunidade da região.

Com o período de expansão econômica (década de 60), rapidamente a cooperativa tornou-se uma das cem maiores empresas da Espanha, e com isso, novas cooperativas surgiram nos anos seguintes, justamente para produzirem os insumos para a Ulgor. Isso porque a ideia de Arizmendiarrieta e dos seus jovens seguidores era de criar cooperativas pequenas para que o contato face a face entre todos os trabalhadores garantisse a efetiva igualdade e solidariedade entre eles. (MONDADORE, 2013, p. 7).

Com o passar dos anos várias outras cooperativas foram surgindo, em 1958 foi fundada a Arrasate onde eram produzidas máquinas e ferramentas, em 1963 foi criada a Copreci que produziam-se termostatos e nesse mesmo ano houve a fundição da Ulgor e uma outra empresa do mesmo ramo que estava falida, surgiu a partir de então a Ederlan.  (MANDADORE, 2013, p. 26).
        Já em 1959 uma cooperativa de crédito foi fundada, a “Caja Laboral Popular” tinha o objetivo de oferecer aos associados das cooperativas já existentes serviços financeiros e fornecimento de fundos para a constituição de novas cooperativas. Já em 1967 surge a Lagun-Aro uma cooperativa que tinha como intuito dar assistência à saúde, pensões e aposentadorias aos associados. Ainda vale destacar que princípios cooperativistas estiveram presentes em todo o trajeto da história da MCC, o que possibilitou que a organização não sofresse com grandes impactos em momentos de crise, comparado ao mercado em geral (AZEVEDO E GITAHY, 2006, p. 41).
        Ainda segundo Azevedo e Gitahy (2006), As mudanças não pararam de ocorrer e estratégias para o crescimento e fortalecimento das cooperativas foram implantadas, além disso, departamentos de P&D foram criados nas cooperativas, com o intuito de promover a capacitação interna e oferecer ao mercado produtos de fabricação própria. A Escola Profissional passa a ser a Escola Politécnica em 1962, e além dos cursos já existentes outros passaram a ser ofertados, oferecendo o ensino necessário para aprendizagem e o desenvolvimento de novos produtos e a tecnologia licenciada.
        Após o surgimento das primeiras cooperativas e instituições de suporte na primeira etapa da história da Mondragón, na segunda etapa, entre as décadas de 70 e 90, as cooperativas passam a agrupar-se por proximidade geográfica e então se iniciou o processo de reestruturação produtiva.

A forma de agrupamento das cooperativas mudou de comarcal para setorial, com o objetivo de estimular maiores sinergias. Algumas cooperativas decidiram manter os seus antigos grupos comarcais, optando em fazer parte de dois grupos (comarcal e setorial). O enfrentamento da crise e dos novos desafios e oportunidades levaram à formação da MCC, e atuação sistemática em grupo. Vale destacar as dificuldades para viabilizar o conjunto de idéias chave do movimento: criação e manutenção do emprego, solidariedade, inter-cooperação e formas democráticas de decisão. Todas as transformações e mudanças de estratégia implicaram intensos processos de discussão seja no âmbito das assembléias internas, como nas negociações entre cooperativas. A decisão de criação da corporação levou nove anos. Já a ampliação das atividades e internacionalização vai trazer consigo novos problemas (AZEVEDO E GITAHY, 2006,).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (11.7 Kb)   pdf (122 Kb)   docx (15.1 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com