Metodologia de Pesquisa - Veganismo
Por: Marcela Godoy • 17/5/2018 • Projeto de pesquisa • 2.276 Palavras (10 Páginas) • 1.204 Visualizações
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Metodologia de Pesquisa em Ciências Sociais e Aplicadas
Profª. Natacha Bertoia da Silva
Ana Caroline de Almeida Santos
Diogo L. Scaloppi
Marcela Godoy
Marília K. Martinelli Ito
Taís Tavares Santos
6T
São Paulo
2017
- Introdução
De acordo com a definição do The Vegan Society (1944) – grupo que criou o termo “veganismo” – “O veganismo é uma forma de vida que procura excluir, tanto quanto é possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com os animais para comida, roupa ou qualquer outra finalidade”. Os adeptos desse estilo de vida, os veganos, eliminam então o uso de animais não apenas na alimentação, mas também no vestuário, em testes, na composição de produtos diversos, no trabalho, no entretenimento no comércio, e rejeitam a caça, a pesca, o uso de animais em rituais religiosos, bem como a qualquer outro uso do ser humano que se faça de animais.
A principal diferença do vegetarianismo em relação ao veganismo, segundo o Centro Vegetariano (2012), é que o vegetarianismo é uma dieta semelhante, porém que inclui alguns alimentos de origem animal como leite, queijo e ovos, excluindo o consumo da carne dos animais. Os veganos são, portanto, mais “radicais” e excluem animais e derivados não apenas de sua dieta, mas também de outros aspectos de suas vidas.
Marcela Silveira (2008) explica que os adeptos dessas práticas acreditam que como tudo na vida, a alimentação também exige uma filosofia capaz de explicar o funcionamento em harmonia do organismo o humano e ao alimentar-se corretamente, o homem aumenta a probabilidade de gozar de boa saúde e de ter um funcionamento orgânico menos perturbado. A dieta especifica traz as seguintes vantagens: funcionamento intestinal regular e suficiente, melhor circulação nas paredes intestinais, diminuição do colesterol; baixo teor de gordura, evita a ingestão de substancias estimulantes do câncer presentes na carne, dentre outras.
Ana Prado (2016) relata que ainda que não haja pesquisas específicas sobre o número de veganos no Brasil, é possível ter uma pista do crescente interesse pelo assunto, um levantamento, realizado por meio do Google Trends, revelou que, em quatro anos desde 2010, o volume de buscas pelo termo “vegano” cresceu 1.000% no país, a pesquisa foi feita pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), entidade que desde 2003 se dedica a promover o vegetarianismo no país e que já conta com mais de 120 mil apoiadores.
Ainda de acordo com Ana (2016), entre os desafios encontrados na população, quando se trata de aderir ao estilo de vida vegano, a principal razão são as dificuldades no convívio social. As alternativas no mercado para esse tipo de produto, desde produtos de limpeza, cosméticos e vestuários, são limitadas no Brasil, e as que estão disponíveis, portanto tornam-se opções com preços elevados.
As mudanças no lifestyle dos adeptos são inúmeras e intensas, é preciso muita determinação e organização, não só pela causa animal, mas pela sociedade como um todo. Assim como a disposição financeira empregada, não só na alimentação em si, mas nos produtos consumidos no dia-a-dia, acompanhamento médico a fim de balancear a falta de proteínas animais e outras variáveis encontradas por pessoas que aderem à essa dieta.
O objetivo geral deste estudo é analisar o crescimento do mercado vegano no Brasil. Os objetivos específicos que estruturam e baseiam este estudo são:
- Identificar as possíveis barreiras de entrada do mercado vegano;
- Levantar oportunidades de empreendimento neste setor;
- Explorar a amplitude e diversificação de itens veganos, tais como: alimentos, produtos de higiene, vestimentas entre outros.
Neste sentido, este trabalho justifica-se, pois reconhece o crescimento constante do veganismo tanto no Brasil quanto em outros países, consequentemente impulsionando o crescimento desse mercado. Segundo Ricardo Gouveia (2017), a preocupação com o meio ambiente pode fazer com que as pessoas se identifiquem ainda mais com a causa do veganismo e não necessariamente deixem de consumir carne e derivados de animais.
Ricardo Gouveia acrescenta que o crescimento desse mercado pode se dar também pela curiosidade, tendo em vista que as empresas veganas precisam inovar em seu processo com matéria-prima diferente do habitual, já consumida pela grande massa. Um grande exemplo seria a coxinha de jaca, uma adaptação do famoso salgadinho de frango, para um recheio que não usa nenhum derivado animal.
Para Renan Hamann (2017), por não usar carne e derivados animais em seus produtos, sendo eles comida, roupas, e cosméticos entre outros, geralmente, o custo tende a ser baixo. Todos esses fatores contribuem para o crescimento, tanto para quem é fiel a dieta vegana, quanto para quem apenas tem interesse em contribuir com o meio ambiente ou para quem quer novidade e experimentar coisas novas.
A Sociedade Vegana (2011) afirma que a partir do momento que as culturas e propósitos se cruzam, aumentam as chances de influenciar outros com suas crenças. Todas as facilidades e novidades desse mercado podem impulsionar as pessoas para uma maior aceitação e adesão ao veganismo, isso se dá também por meio de movimentos do direito dos animais, onde pessoas lutam contra atividades de exploração e maus tratos (boicotes). Esses movimentos atingem muitas pessoas, principalmente quando divulgados em mídias sociais, sensibilizando assim uma população que ainda não é adepta da dieta e desse estilo de vida – quanto maior sua força, maior será o número de pessoas se interessando efetivamente no boicote e no movimento vegano.
- Referencial Teórico
A prática de comer alimentos vegetais, abster-se de carne, fazer jejum, ingerir sucos vegetais e usar ervas para curar doenças provavelmente remonta a um passado mais distante do que a própria história registrou. Hipócrates, pai da medicina (460-357 a.C.), disse “Como aquele não conhece os alimentos pode entender as doenças dos homens?”. (COUSENS, 2011).
O Veganismo é aliado da causa ambiental, por ter, como modo de vida, um impacto ambiental imensamente menor do que os hábitos de consumo não veganos. Mas por definição, não é possível ser vegano apenas pelos impactos ambientais. É possível ser vegetariano pela causa da sustentabilidade. Mas o veganismo inclui posições e práticas que não dizem respeito ao impacto ambiental da atividade humana – embora também não contrariem a consciência ecológica, como opor-se aos testes de produtos em animais, evitar o uso de tradição animal e lutar contra entretenimentos que exploram animais. (SOUZA, 2017).
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