O Cobre e Zinco na Avicultura de Corte
Por: Abel99 • 23/5/2022 • Monografia • 1.313 Palavras (6 Páginas) • 150 Visualizações
Cobre e Zinco na Avicultura de Corte:
O cobre e o zinco são dois dos principais microminerais que necessitam de ser suplementados na dieta das aves, pois são essenciais para a manutenção de sua saúde e desenvolvimento. O zinco é cofator de mais de 200 metaloenzimas e o cobre também possui grande participação no sistema enzimático, estes minerais também estão envolvidos no metabolismo hormonal e atividade imunológica. (OURA e YUTTO, 2020)
Cobre:
O cobre é um micromineral que causa benefícios ao ser encontrado em grandes quantidades da dieta, devido ao fato de sua absorção ocorrer majoritariamente na porção duodenal do intestino delgado das aves, onde o mesmo, se encontrado em maior quantidade, será absorvido através de mecanismos de difusão simples, mas se tal micromineral estiver em baixos níveis, será necessária a atuação de mecanismos de transporte ativo para que ele possa ser absorvido, o que ocasionara um gasto de energia. Porém não se deve exagerar na quantidade, pois em certos níveis o cobre pode acabar se tornando tóxico as aves. (OURA e YUTTO, 2020).
O cobre é um micromineral de grande importância para o desenvolvimento e bem estar dos frangos, principalmente em sua fase inicial, pois além de atuar nos processos enzimáticos ele também faz parte da composição de proteínas do sangue e auxilia na resistência das aves ao estresse e as doenças, que são dois grandes gargalos na produção de frangos de corte (Silveira et al., 2017)
Zinco:
O zinco se faz tão essencial quanto o cobre para garantir aos frangos um bom desenvolvimento, ele está atrelado a atividade de mais de 300 enzimas além de realizar trabalhos catalíticos, estruturais e reguladores no organismo dos frangos, desenvolvimento ósseo, empenamento e regulação do apetite são mais alguns desses processos em que o zinco está envolvido. (ALMEIDA, 2019)
O Zn em sua maior parte é absorvido no intestino delgado, esse processo é auxiliado pela proteína de transporte metalotioneína, proteína essa que tem seus níveis de produção ligados a concentração do próprio mineral. Após ser absorvido o zinco é depositado principalmente nos tecidos muscular e ósseo, para ser utilizado em possíveis situações de deficiência do mineral. O zinco também exerce diversas outras funções importantes ao organismo das aves como síntese de proteínas, metabolismo de carboidratos e também participa do metabolismo energético (OURA e YUTTO, 2020).
Na pesquisa realizada por (ALMEIDA, 2019), o objetivo foi avaliar o efeito da suplementação de zinco no desempenho e qualidade óssea de frangos de corte. Nesse experimento foram utilizadas 1512 aves que foram divididas em 3 diferentes grupos, mais o grupo controle, cada um desse grupos recebeu diferentes quantidades e formas de zinco na sua dieta. Ao decorrer do experimento 144 aves foram abatidas aos 43 dias com o intuito de conferir se ouve algumas alterações na resistência de pele e espondilolistese, teor de matéria seca, índice Seedor, resistência e diâmetro ósseos, porcentagem de cinzas e minerais do osso e síndrome do osso negro. Não houve grandes alterações, mas se obteve como conclusão que o desempenho das aves de forma geral não foi afetado pelo fornecimento dos diferentes níveis de zinco na sua forma orgânica, essa informação viabiliza o fornecimento de menores quantidades de zinco na forma orgânica em comparação com a inorgânica sem que haja prejuízos na produção.
Ferro:
O ferro é considerado o micromineral mais abundante no organismo dos animais e também é um dos que mais recebe atenção quando o assunto é a criação de animais monogástricos, visto que o inicio do fornecimento do mesmo deve ser feito nas primeiras fazes de vida do animal, no caso dos suínos por exemplo, o organismo dos leitões apresenta uma maior demanda e taxa de absorção de Fe nas fases pre-inicial/inicial, onde animais com menos de 5 dias são capazes de assimilar 99% do ferro fornecido (TAETTI et al., 2020).
O Fe também tem uma grande importância no que diz respeito aos processos metabólicos, sua presença é essencial para que as células possam trabalhar normalmente exercendo suas funções. Tal importância é tão grande que o mesmo participa de um dos processos mais essências que ocorrem no organismo, o transporte de oxigênio, ele atua sendo um dos componentes presentes no grupo heme encontrado na hemoglobina que é responsável pelo transporte de oxigênio pela corrente sanguínea e na mioglobina que é encarregada de transportar oxigênio até os músculos. Ele também é um dos compostos utilizados na respiração celular e atua como coenzima para algumas enzimas da cadeia transportadora de elétrons como a citocromo oxidase, ferredoxina, succinato-desidrogenase, mielopeoxidase, catalase e citocromo (NETA et all., 2019).
Este mesmo micromineral que causa tantos benefícios ao organismo, pode ter uma reação contraria se fornecido em quantidades que estejam muito a cima ou a baixo da ideal. Sua deficiência causa um prejuízo ao transporte de oxigênio, se ocorrida, essa situação é muito prejudicial para os suínos, nesse quadro eles podem vir a desenvolver enfermidades como inibição do crescimento, pelagens ásperas, mucosas pálidas, letargia e contração espasmódica do diafragma, podendo até culminar em uma anemia ferropriva em suínos mais novos, já que os mesmos tem maior necessidade de ferro. Se encontrado em demasiada quantidade ele também é capaz de causar diversos danos, nesse caso ele prejudica a absorção de outros minerais como o cobre e o zinco. Outro prejuízo que um quadro de excessiva absorção de ferro pode causar é a intoxicação, no caso de ser excedida a capacidade de ligação da transferrina e da lactoferrina (proteínas que se ligam ao ferro) no sangue e tecidos, isso irá aumentar os níveis de ferro livre no tecido, vindo a aumentar a geração de radicais livres que podem gerar um estresse oxidativo, o que aumenta as necessidades de antioxidantes do animal. Nos suínos essa intoxicação pode culminar em diarreia, uma menor ingestão alimentar e consequentemente diminuir o ganho de peso (NETA et all., 2019).
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