O Debate sobre Desenvolvimento O desenvolvimento brasileiro em Cubatão

O Debate sobre Desenvolvimento

O desenvolvimento brasileiro em Cubatão

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Maria Fragoas Fernandes

• Histórico da indústria na cidade

O desenvolvimento industrial de Cubatão percebido a partir dos anos 50, tem antecedentes. Os engenhos de açúcar, típicos da economia colonial, foram a primeira atividade industrial do município. Tempos depois, eles ganhariam importância, representando a fase primária da industrialização na região, utilizando o tanino, extraído das filhas dos mangues e, mesmo, vendendo a lenha.

Por esta razão começou a crescer e, em 1º de janeiro de 1949, a cidade obteve a emancipação político-administrativa em relação a Santos. Seu primeiro prefeito da cidade assumiu em 9 de abril, data do atual aniversário da Cidade.

Com a construção da Via Anchieta, o transporte rodoviário foi dinamizado entre São Paulo e a Baixada Santista, tornando Cubatão um centro de tráfego de veículos de passeio e de carga, aumentando ainda mais sua presença de caminho do desenvolvimento de São Paulo e do Brasil.

Com o tempo, Cubatão foi se transformando, ganhando indústrias, consequência do desenvolvimento industrial paulistano e paulista, e também investimentos federais.

A instalação do parque industrial cubatense não foi planejada. As fábricas foram se localizando por questão de vantagens imobiliárias ou pré-requisitos necessários às suas operações (perto ou longe de um núcleo urbano, a favor ou contra as correntes de vento, perto ou longe de cursos d'água, etc.) e, no decorrer dos anos, vários problemas ambientais, com a poluição do ar, água e solo surgiram no Município.

Durante o período de 1955 a 1975, dezoito das atuais 24 indústrias que formam o Pólo de Cubatão foram construídas. A Ultrafértil e Cosipa, possuem terminais portuários, onde recebem matérias-primas e embarcam seus produtos acabados.

A concentração de industrias em Cubatão gerou empregos, trouxe resultados importantes financeiramente e do fortaleceu da capacidade tributária municipal. A base de sustentação do Município é a arrecadação do ICMS, ficando o IPTU, o ISS e outros tributos diretos em segundo plano.

• Composição da indústria:

Em 1º de junho de 1970 foi inaugurada a Ultrafértil S/A Indústria e Comércio de Fertilizantes, que é considerada uma das maiores indústrias de fertilizantes da América Latina, atualmente pertencente ao grupo Fosfértil. Produz fosfato de diamônio, nitrado de amônio, nitrocálcio, amônia, ácido sulfúrico, fosfato de monoamônio e fórmulas NPK. Seu complexo industrial é formado por seis fábricas e um terminal marítimo privado, e uma unidade de serviço que produz o vapor e tratada a água (distribuída por tubulações especiais a todas as fábricas dessa indústria).

No dia 17 de junho de 1975, descarregou 11.354 toneladas de rocha fosfática em 24 horas de operação, recorde portuário brasileiro de tonelagem descarregada por meios convencionais. Já estava planejada a construção, no próprio terminal, de novo tanque com capacidade para 20 mil toneladas de amônia.

Em 1970, a empresa Liquid Carbonic Indústrias S/A se instalou na cidade para produzir gás carbônico e gelo seco, ocupando 33.473 m², dos quais 579 m² concluídos até 1973. Já a Oxiteno S/A Indústria e Comércio produz, desde 1971, cloreto de amônia.

Tendo chegado a Cubatão em 1971, a I.A.P. S/A Indústria Agro-Pecuária fabricava fertilizantes químicos para a lavoura (compostos NPK - nitrogênio, potássio e fósforo -, superfosfatos simples e triplo, sulfato de amônia). Atualmente é do Grupo Bunge de Fertilizantes.

Em 1962, uma sociedade anônima com o nome de I.A.P., e em 1971 foi autorizada a operar com capital aberto, com a construção de filiais e subsidiárias (surgindo assim as filiais de Cambé, Porto Alegre e Cubatão, para trabalhar junto à matriz de Santo André, no fornecimento de fertilizante granulado para todo o Brasil). A Liquid Química S/A se instalou em Cubatão, no ano de 1972, para produzir ácido benzóico e ácido benzóico farmacêutico.

Por uma decisão da Petrobrás (anunciada em 1970) de produzir coque verde, a Petrocoque S/A nasceu em 28 de fevereiro de 1972 para transformar este coque em coque de petróleo calcinado, para mercados nacional e externo. Primeira usina do gênero construída no Hemisfério Sul,  tem a produção anual de 130 mil toneladas de coque calcinado.

O coque de petróleo pode ser usado como combustível ou como redutor em processos metalúrgicos e industriais. Seu maior uso é na indústria de eletrodos para processos eletrotérmicos e eletrometalúrgicos, principalmente na de alumínio e do aço.

A Engeclor Indústria Química S.A., foi instalada em 1971 numa área de 8 mil m², cinco quilômetros distante da Cosipa, para produzir cloreto de amônio. A Engebasa Mecânica Engenharia da Baixada Santista Ltda. foi instalada em 1973 para atuar no ramo de caldeiraria industrial sob encomendas, mas iniciou as atividades apenas dois anos depois. Projeta, fabrica, executa a manutenção e a montagem das peças de caldeiraria em geral, trabalhos em aço carbono ou inox, tubulações soldadas, estruturas, tanques de armazenagem, silos industriais etc. Incorporada pela Cargill, a Solorrico S/A Indústria e Comércio foi construída para a produção de fertilizantes (superfosfatos, granulados e mistura). Foi responsável pela distribuição dos produtos da Fertilizantes União S/A, que montou em Cubatão uma unidade de granulação de formulações NPK, unidades de mistura e ensaque, depósitos para estocagem de sólidos, tanques para estocagem de líquidos (ácido sulfúrico e fosfórico e amônia), entre outras.

Para produzir hipoclorito de sódio e cloro gás, surgiu em 1974 a Hidromar Produtos Químicos Ltda. Em 1975, a Manah S/A Indústria e Comércio começou a produzir fertilizantes, superfosfatos e compostos NPK, em área de 330.030,94 m², e foi recentemente incorporada também à Bunge.

Em 1976, a Gespa Gesso Paulista Ltda. veio para produzir gesso retardante e gesso fertilizante. A Indústria Luchsinger Madorin S/A - Adubos Trevo foi incorporada, em 1997, à Indústrias de Fertilizantes de Cubatão (IFC). Produz fertilizantes: granulação e mistura seca. Em Cubatão, no ano de 1989, passou a ser produzido oxigênio, nitrogênio e argônio pela AGA S/A.