O Desenvolvimento Curricular
Por: Raquibo • 4/9/2022 • Trabalho acadêmico • 2.830 Palavras (12 Páginas) • 120 Visualizações
1.Introdução
O desenvolvimento curricular, corresponde ao processo de “decidir e gerir o quê e o como da aprendizagem, face ao para quem e para quê, ou por outras palavras, significa decidir o que ensinar e porquê, como e quando, com que prioridades, com que meios, com que organização, com que resultados”. Desenvolvimento curricular24 é um processo contínuo de estudo e aperfeiçoamento do currículo, trata-se de um processo dinâmico e contínuo que engloba diferentes fases: da justificação do currículo à avaliação e passando pelos momentos de concepção e de implementação, Roldão (1999:49).
Assim sendo, o presente trabalho da cadeira de Desenvolvimento Curricular, visa debruçar em torno do “Currículo”. Para a sua compreensão, e de acordo com as orientações deixadas para a realização do trabalho, apresentou-se antes de mais os conceitos do Currículo segundo ponto de vistas de diversos autores. Ainda no processo de desenvolvimento do trabalho, buscou-se relacionar ou apresentar a influencia que a cadeira de Desenvolvimento Curricular tem para os profissionais da Administração e Gestão de Educação.
Portanto, o Currículo pode ser visto como resultado da acção colectiva dos professores e que se aprofundado constitui uma proposta que pode ser interpretada pelos educadores, de modos distintos, e adequado a diferentes contextos, englobando a interação didáctica que existe ao nível da sala de aula.
1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivo Geral
- Trazer as abordagens relacionados ao Currículo sob olhar dos autores moçambicanos e estrangeiros.
1.2.2.Objectivos Específicos
- Apresentar as diversas definições do termo “Currículo” segundo autores que trabalham na área;
- Descrever as perspectivas do Currículo e sua abordagem e;
- Delinear a importância e influencia do desenvolvimento curricular para o profissional de AGE
1.3.Metodologia
Método é o caminho pelo qual o pesquisador opta para atingir os objetivos previstos no estudo de acordo com o fenômeno analisado. Para este estudo recorreu-se a análise bibliográfica. Analise bibliográfica segundo GERHARDT & SILVEIRA (2009:39), utiliza fontes constituídas por material já elaborado, basicamente por livros e artigos científicos. Neste caso, recorreu-se a leitura de livros e artigos e posterior sistematização culminando com o trabalho presente.
De salientar que, as fontes buscadas estão devidamente apresentadas neste trabalho, feita através de citações durante a apresentação do conteúdo bem como se pode encontrar na referencia bibliográfica bem no final do mesmo.
1.4.Fundamentação teórica
1.4.1.Definição do termo “Currículo”
O termo currículo, é definido de varias formas de acordo com o ponto de vista dos autores que trabalham nessa mesma área. Assim sendo, começamos por definir currículo segundo os autores CASWELL & CAMPBELL (1935:7) que consideram como “conjunto de todas as experiências que as crianças têm sob a orientação dos professores”
Por sua vez, os autores TANNER & TANNER (1980:12) definem currículo como uma sequencia de experiências potenciais oferecidas nas escolas para crianças e jovens em grupo, a percorrer por caminhos do pensamento e da acção.
Para os autores acima, o currículo é o conjunto de todas as actividades que são providenciadas aos estudantes pela escola (Idem).
Ainda na visão dos autores citados acima, o currículo é um inquérito metodológico que explora caminhos pelos quais elementos como o professor, estudante, matérias e meio ambiente podem ser vistos (idem).
Por outra, o currículo pode ser considerado como uma reconstrução do conhecimento e experiência, sistematicamente desenvolvidos debaixo dos auspícios da escola, para tornar o estudante capaz de aumentar o seu controlo do conhecimento e experiência (TANNER & TANNER 1980:38).
Para SILVA (1996:23), o currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações sociais.
Numa outra perspectiva, o currículo é um campo permeado de ideologia, cultura e relações de poder. No entanto, pode-se afirmar que esta “é a veiculação de ideias que transmitem uma visão do mundo social vinculada aos interesses dos grupos situados em uma posição de vantagem na organização social”. Ou seja, é um dos modos pelo qual a linguagem produz o mundo social, e, por isso o aspecto ideológico deve ser considerado nas discussões sobre currículo.
Conforme MOREIRA & SILVA (1997:28), “o currículo é um terreno de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes funcionam como matéria prima de criação e recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão”. O currículo escolar tem ação direta ou indireta na formação e desenvolvimento do aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configurados são determinantes no resultado educacional que se produzirá.
Devemos, ainda, considerar que o currículo se refere a uma realidade histórica, cultural e socialmente determinada, e se reflete em procedimentos didáticos, administrativos que condicionam sua prática e teorização. Enfim, a elaboração de um currículo é um processo social, no qual convivem lado a lado os fatores lógicos, epistemológicos, intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos simbólicos e culturais, propósitos de dominação dirigidos por fatores ligados à classe, raça, etnia e gênero.
É viável destacar que o currículo constitui o elemento central do projeto pedagógico, ele viabiliza o processo de ensino aprendizagem. Contribuindo com esta análise SACRISTÁN (1999:61) afirma que,
“O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições”.
Alguns estudos realizados sobre currículo a partir das décadas 1960 a 1970 destacam a existência de vários níveis de Currículo: formal, real e oculto. Esses níveis servem para fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender.
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