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O Jogo das Empresas

Por:   •  15/6/2024  •  Trabalho acadêmico  •  11.107 Palavras (45 Páginas)  •  28 Visualizações

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RESUMO

As empresas, estrategicamente, buscam-se diferenciar-se da concorrência através de ações, bloqueios, diversificações e inovações. Estas atividades concentram o significado do termo "competitividade". As ideias de economistas heterodoxos, como Schumpeter, ajudam-nos a compreender o papel da diversificação e da inovação na tentativa das empresas de evitar a concorrência direta. Na teoria da estratégia empresarial, o papel da concorrência tornou-se central com os livros de Michael Porter. Ele caracteriza claramente as forças da concorrência e as formas de enfrentá-la.

Palavras-chave: Teoria dos jogos, empresas, concorrência, competitividade.


INTRODUÇÃO

Competitividade é um dos termos mais utilizados hoje nas academias, empresários, diretores de empresa, consultores e representantes do governo. Arriscamos dizer que, semanalmente, no mínimo, em todas as empresas com profissionalização em sua gestão, o termo é citado nas tomadas de decisões e nas matérias políticas quer nacionais quer internacionais. Essa amplitude do uso, em especial, se dá pelo fato de que uma empresa ou organização, ciente do que é concorrência, pode obter vantagens significativas em seu mercado de atuação.

Entendendo a competitividade de uma empresa como a sua capacidade de ser bem-sucedida em mercados em que existe concorrência, levanta-se uma série de perguntas: A ênfase dada a esse conceito na formulação da estratégia de empresas é justificada? No que consiste a competitividade e o que faz uma empresa ser competitiva? E indispensável a uma empresa ser competitiva para sobreviver? Quais são as possibilidades de a empresa brasileira competir no mercado mundial?

O objetivo deste trabalho, então, é buscar de forma específica,  respostas a esta pergunta através da revisão dos conceitos, defendidos por diversos autores, do termo competitividade, sua teoria e aplicação em diversos ambientes econômicos, em especial no microeconômico, na economia de mercado das empresas e no mercado de varejo de moda. As respostas poderão nos permitir formar opiniões mais críticas acerca do termo e de sua importância para as empresas e também para as políticas macroeconômicas.

O trabalho está dividido em cinco partes, iniciando por esta introdução, seguida da ambientação e explanação dos conceitos com base na teoria econômica e, após esta, da sua explanação e abordagem na teoria da estratégia empresarial, aplicação no mercado de varejo de moda nacional e sua conclusão, através das considerações finais.

DO TERMO, COMPETITIVIDADE

A amplitude da utilização do termo competitividade tem suas razões. A primeira, no âmbito global, temos o embate travado pelas potências mundiais, em especial os Estados Unidos, com o avanço de economias consideradas em desenvolvimento até algumas décadas atrás, que de forma “silenciosa” passam a aumentar seu market-share no contexto globalizado comercial, como a China e a Índia. Soma-se a isso a desaceleração do crescimento da produtividade, na estagnação dos salários reais e nos enormes déficits comerciais dos países em desenvolvimento. A preocupação dos Estados Unidos com essa situação levou outros países, como o Brasil, a terem preocupação semelhante.

Ao longo do tempo, a competitividade americana, tida antes como um ponto norteador da economia global, iniciou uma curva descendente na relevância na economia global. Em virtude disso, uma comissão sobre competitividade industrial, nomeada pelo presidente Reagan1, foi iniciada. Através de estudos e análises própria, essa comissão identificou quatro causas principais do declínio da competitividade americana:

1) malogro em desenvolver recursos humanos tanto quanto outras nações;

2) incentivos insuficientes para poupança e investimento;

3) políticas comerciais que não atentam para as novas realidades do comércio internacional; e

4) deficiências na comercialização de nova tecnologia.

A segunda razão da popularidade da noção de competitividade decorre das novas realidades do comércio internacional apontadas pela comissão: a emergência do Japão como potência comercial, assim como a dos "tigres asiáticos"; a unificação econômica da Europa; a liberalização da União Soviética e do Leste Europeu; e a drástica redução da ajuda internacional ao Terceiro Mundo. Todos esses acontecimentos tiveram profundo impacto na percepção que as nações e as empresas têm do seu papel no mercado mundial.

Uma terceira razão restringe-se ao Brasil. A ascensão de um governo de orientação liberal trouxe à tona a defesa do livre mercado e do laissez-faire como modelos para a sociedade brasileira – e por mais que um novo governo tenha assumido, o discurso e as tratativas do anterior permanecem no seio do mercado e em seus anseios, fazendo pressão às políticas econômicas e seus resultados desejados.

O termo "competitividade" é aplicado tanto para nações como para empresas. Um dos objetivos do presente trabalho é esclarecer esses dois usos e a relação entre eles embora nossa atenção se vá concentrar mais na competitividade da empresa. Entendendo a competitividade de uma empresa como a sua capacidade de ser bem-sucedida em mercados em que existe concorrência, levanta-se uma série de perguntas: A ênfase dada a esse conceito na formulação da estratégia de empresas é justificada? No que consiste a competitividade e o que faz uma empresa ser competitiva? E indispensável a uma empresa ser competitiva para sobreviver? Quais são as possibilidades de a empresa brasileira competir no mercado mundial?

Na tentativa de dar respostas a essas perguntas, examinaremos, a seguir, os fundamentos desse conceito, hoje tão corrente.

O QUE NOS DIZ A TEORIA ECONÔMICA

Os economistas têm se preocupado mais com aspectos macroeconômicos que microeconômicos e, assim, há pouca energia dedicada à competitividade das empresas, isto é, à análise das condições que levam uma empresa a ser bem-sucedida na concorrência com rivais. A preocupação do economista é, geralmente, de natureza pública: ele examina em que condições uma economia como um todo pode operar melhor ou pior, no sentido de distribuir os seus recursos de forma adequada. Por essa razão, sua atenção se volta mais para a análise das estruturas de mercado, ou seja, das formas de concorrência, com o intuito de avaliar seu efeito na eficiência geral da economia como um todo, do que para as condições que a empresa precisa ter para competir.

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