O PROJETO EXTENSÃO INDUSTRIAL EXPORTADORA E SUA CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Por: dizianelima • 4/3/2018 • Projeto de pesquisa • 5.201 Palavras (21 Páginas) • 387 Visualizações
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Diziane Inês de Lima
O Planejamento Estratégico como Ferramenta de Gestão no Desenvolvimento das Indústrias do Setor Metal-Mecânico das Regiões Noroeste Colonial e Alto Jacuí do Rio Grande do Sul
Projeto de pesquisa de mestrado, na linha de pesquisa de Desenvolvimento Territorial e Gestão de Sistemas Produtivos apresentado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).
Ijuí, novembro de 2017
1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
O cenário atual exige das empresas um aprimoramento e aperfeiçoamento contínuo de seus processos. A busca por ferramentas e resultados que auxiliem as empresas a dar conta deste desafio é de fundamental importância para as organizações e um fator chave na sobrevivência e no crescimento empresarial. Porém o aperfeiçoamento de processos e produtos demanda um profundo conhecimento sobre todo o cenário organizacional. Neste sentido, analisar, compreender, controlar e ter condições de modificar para melhorar os processos é crucial, pois isto permite identificar as ameaças e aproveitar oportunidades para a melhoria contínua de aspectos relevantes na gestão administrativa.
Ciente de que muitas empresas do Rio Grande do Sul apresentam sérias dificuldades de inserção num mercado cada vez mais competitivo, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul lançou em 2012 o Projeto Extensão Produtiva e Inovação (PEPI), visando alavancar o desempenho empresarial de pequenas e médias empresas do setor industrial.
A atuação do Projeto se dá através dos Núcleos de Extensão Produtiva e Inovação (NEPI), que são estruturas implantadas em universidades conveniadas ao PEPI. Estes núcleos são responsáveis pela operacionalização do projeto junto às empresas de pequeno e médio porte de sua região de atuação, através da contratação de extensionistas.
O extensionista é o profissional responsável pelo atendimento direto à empresa. É ele que deve garantir que as ações propostas auxiliem as empresas a evoluir e a melhorar sua produtividade. Cada núcleo contrata extensionistas com qualificação para atender as áreas temáticas acolhidas pelo PEPI: planejamento estratégico, redução de perdas, produção mais limpa e inovação. A ideia de núcleo permite ainda que os profissionais de diferentes áreas possam juntos decidir o que é melhor para a empresa, gerando assim um aprendizado coletivo de maior significado.
As ações do PEPI visam atender, preferencialmente, indústrias de pequeno e médio porte, participantes de Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou setores priorizados pelo sistema de desenvolvimento do Estado, pelas comunidades regionais e pelos planos de desenvolvimento dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDES) ( GRIEBELER e SIEDENBERG, 2015, p.133).
Em relação ao COREDE Noroeste Colonial, do qual fazem parte 11 municípios, o complexo industrial regional está baseado na indústria metal-mecânica e de máquinas, nas linhas de implementos e equipamentos agrícolas e na de equipamentos de armazenagem, sendo um dos maiores pólos estaduais dessa área, formando um arranjo produtivo local e regional metal-mecânico, denominado APL pós-colheita.
Já a região do COREDE Alto Jacuí é composta por 14 municípios, tem na agropecuária mais de 20% do total da produção regional, com grande contribuição da cultura da soja, que é desenvolvida em mais de 70% da área agrícola da Região. A indústria local participa com cerca de 15% do total da produção e é, majoritariamente, vinculada à atividade agropecuária, com destaque para o segmento de máquinas e implementos agrícolas (SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, MOBILIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL).
As indústrias do setor metal-mecânico desta região precisam acompanhar a evolução da agropecuária, introduzindo novas tecnologias em seus produtos e processos, como por exemplo, máquinas para utilização no plantio direto, equipamentos mais robustos e capazes de operar em escalas operacionais de grandes dimensões. Neste sentido se desenvolve o APL Pré-colheita, com destaque para os municípios de Não-Me-Toque e Ibirubá, onde sua especialização é a produção de máquinas e equipamentos destinados a preparação e plantação de produtos agrícolas.
Considerando a importância das Instituições de Ensino Superior (IES), na região Noroeste Colonial do Rio Grande do Sul o PEPI é sediado pela Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), enquanto que na região do Alto Jacuí está conveniado com a Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), sendo gestora de ambas a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT).
Nessa linha TARTARUGA (2010), observa que a Universidade possui um papel fundamental não apenas no ensino e na pesquisa, mas também nos serviços à comunidade, ou seja, na extensão. Outra contribuição das universidades, está relacionada com o interesse crescente de gestores governamentais e de organizações privadas nas IES em busca de liderança, de estudos , assim como de recursos tangíveis e intangíveis e de credibilidade para suas ações e políticas de desenvolvimento.
Com base nas informações anteriores, Chatterton e Goddard (2003) apud Tartaruga (2010), propõem que, para a efetivação do papel da universidade no desenvolvimento territorial, seja feito um mapeamento das conexões entre ensino, pesquisa e participação nos assuntos regionais como possibilidade de progresso social e econômico da própria região em que ela está inserida.
1.2 PROBLEMA
Dentre os objetivos do Projeto Extensão Produtiva e Inovação estão: assegurar a sustentabilidade da empresa no mercado, tornar a empresa mais competitiva, auxiliando para que possa expandir, modernizar e inovar.
O Projeto Extensão Produtiva e Inovação envolve uma ação coordenada que integra a política Estadual da Economia da Cooperação. Deve atuar de forma regionalizada, priorizando cadeias e arranjos produtivos que são relevantes ao desenvolvimento regional, além de aprimorar as capacidades de aprimorar as capacidades de universidades e instituições locais na prestação de serviços e empreendimentos produtivos e na consecução de projetos que visem ao desenvolvimento local ( GRIEBELER, 2014, p. 29).
Mediante a realização de mudanças globais as empresas tiveram que aprender a gerir suas contingências que, muitas vezes, se apresentam em forma de dificuldade de ampliação no mercado onde estão inseridas, altos custos de produção e, principalmente, cargas tributárias elevadas. Para sanar, ou ao menos reduzir essa problemática, as empresas sentem a necessidade de adaptações, buscando melhorias em sua gestão por meio de novas técnicas e ferramentas que consequentemente, oportunizem uma redução de custos e, sobretudo, aumento das vendas e nivelamento com outras empresas em relação aos quesitos competir e inovar.
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