O Projeto Autismo
Por: Bruno Miranda • 13/2/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 2.633 Palavras (11 Páginas) • 414 Visualizações
JOSI BORGES MONTEIRO COUTO
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM O ASPECTO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Santos
2019
JOSI BORGES MONTEIRO COUTO
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM O ASPECTO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Educacional Cristal Santista como requisito parcial para obtenção do título de Docente de Transtorno do Espectro Autista.
Santos
2019
A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM O ASPECTO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo de estudo a importância da inclusão de crianças com o aspecto autista na educação infantil. Através de estudos bibliográficos o objetivo é refletir e compreender a mediação pedagógica como processo de significação da criança com autismo, contribuindo com reflexões sobre o processo de inclusão e escolarização, na busca de compreender como ocorre o desenvolvimento dessa criança no espaço escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão escolar. Educação infantil. Autismo.
ABSTRACT: This article aims to study the importance of including children with autistic aspect in early childhood education. Through bibliographic studies the objective is to reflect and understand the pedagogical mediation as a process of meaning of the child with autism, contributing with reflections on the process of inclusion and schooling, seeking to understand how this child's development occurs in the school space.
KEYWORDS: School inclusion. Child education. Autism.
1. INTRODUÇÃO
O autismo infantil é uma síndrome definida por características ou sintomas comportamentais. Portadores dessa síndrome têm uma forma particular de se relacionar com o ambiente externo, e suas características mais marcantes é a dificuldade de interação com outras pessoas, na comunicação e às vezes até a agressividade, fatores que mostram o isolamento dessas pessoas e o retraimento para si mesmo. Para Chiote (2013) o Autismo, compreendido a partir da falta, de impossibilidades e limitações, demarca os lugares e papéis ocupados por essas crianças como os de quem precisa primeiro ser educado em seu “defeito”, para depois participar de práticas culturais, o que pode privá-las de um desenvolvimento cultural mais amplo, negando-lhes até mesmo a possibilidade de viver sua infância em uma perspectiva mais ampla.
Ao se pensar em educação para crianças com dificuldades de se relacionar, é comum a ideia de simplesmente colocá-las em uma escola regular. Esse conceito já ultrapassado se contrapõe ao modelo da inclusão na educação infantil, que busca meios para a interação dessas crianças, visando o desenvolvimento social mais intenso. Além disso, é importante o uso de vários meios para que o aluno autista interaja com os outros alunos e com os professores, encaminhando os portadores da síndrome ao desenvolvimento da interação social, auxiliando também na redução da ansiedade. Para isso objetos como sólidos geométricos podem facilitar na percepção de semelhanças e diferenças, e a execução de tarefas que explore suas potencialidades visando à autonomia e o desenvolvimento.
Esse é um processo gradual, onde não se devem esperar resultados imediatos, mas que acontecerá de acordo com o tempo, investindo nas suas habilidades, se adequando a realidade de cada aluno. Além disso, vale destacar que uma criança com autismo apenas possui dificuldades para a aprendizagem e interação social, mas não é incapaz de se desenvolver socialmente e aprender, apenas tem um comportamento que os difere dos demais.
A sociedade delimitou o lugar da criança com Autismo a espaços clínicos com intervenções baseadas no modelo comportamental, que perdura no imaginário social até os dias atuais. (CHIOTE, 2013).
Ao mudar o pensamento da sociedade, as crianças autistas ganham mais espaço na sociedade, fator importante, pois a interação e a convivência com outras crianças são essenciais, sendo a escola o ambiente onde ela deverá interagir de uma forma mais abrangente. Sobre isso Chiote (2013) reflete que a inclusão escolar possibilita à criança com Autismo o encontro com outras crianças, cada uma em sua singularidade, o que muitas vezes não acontece em outros espaços pelos quais circula que frequentemente priorizam um atendimento individual. O espaço escolar possibilita a vivência e as experiências infantis a partir da relação com outras crianças. A escola é o lugar da criança.
Todo o corpo escolar, principalmente os professores que estão em contato direto com os alunos, deve compreender e refletir a importância do envolvimento das crianças com Autismo no processo da Inclusão e do desenvolvimento de atividades no ambiente escolar que facilite o aprendizado e dificuldades que venham a ter.
Por isso se tornou importante discutir e refletir pontos importantes para a inclusão da criança com autismo no ambiente escolar e consequentemente atividades para o desenvolvimento social dessas crianças. Além de ser o mediador para o desenvolvimento e interação, “o professor, em sua relação com a criança com Autismo, pode auxiliá-la a realizar atividades que ela ainda não faz sozinha, investindo para que, futuramente, ela possa vir a realizá-la sem ajuda.” (CHIOTE, 2013).
2. CONCEITO DE AUTISMO
De acordo com Eugênio (2012) o termo autismo origina-se do grego autós, que significa “de si mesmo”. O autismo pode ser compreendido como um conjunto de comportamentos agrupados em uma tríade principal: comprometimento na comunicação, dificuldades na interação social e atividades restrito-repetitivas.
O Dr. Leo Kanner psiquiatra austríaco, publicou suas primeiras pesquisas em 1943 relacionadas ao autismo, constatando uma nova síndrome na psiquiatria infantil que não se enquadrava a nenhuma outra classificação existente. Observando crianças com uma inabilidade no relacionamento interpessoal, atrasos na aquisição da fala e dificuldades motoras, kanner definiu o autismo como uma patologia que se estruturava nos dois primeiros anos de vida. (CUNHA, 2012).
De acordo com Leboyer (1995) as características clássicas do autismo são:
Isolamento autístico, definido pela incapacidade acentuada em desenvolver relações interpessoais. Caracterizado pela falta de reação aos outros e de interesse por eles, a criança com autismo demonstra indiferença a tudo que vem do exterior.
Outra característica são os distúrbios na linguagem verbal e não verbal, apresentando atraso na aquisição da fala e o seu uso não comunicativo, algumas crianças não falam e outras apresentam repetições de palavras ou frases conhecida como ecolalia. A capacidade simbólica é ausente ou limitada e as expressões gestuais não apresentam valor simbólico, a criança com autismo quando deseja algum objeto utiliza a mão de um adulto para poder apanhá-lo.
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