O programa 5S e as diretrizes OHSAS
Por: zenima • 9/5/2016 • Artigo • 3.656 Palavras (15 Páginas) • 374 Visualizações
O PROGRAMA 5S E AS DIRETRIZES OHSAS
André Henriques Mota Falcão
Maria Inêz Aguiar Braga Ferreira Rodrigues
Programas de gestão da qualidade estão sempre voltados para a melhoria da produtividade e competitividade da organização. Nos dias atuais as metas de qualidade total transformaram-se em fundamentos e critérios para a avaliação da excelência em gestão.
Todas as organizações que querem alcançar a excelência em gestão adotam modelos de qualidade que são constantemente atualizados. Assim, os conceitos de excelência em gestão tornam-se cada vez mais aprimorados e o excelente desempenho das empresas as colocam entre as organizações de nível mundial.
No entanto, Brown (1995 apud MARTINS, 2011 p. 3) alerta para o fato de que nos dias atuais, “qualidade é apenas uma entre as diversas medidas com as quais uma organização bem-sucedida precisa preocupar-se”. Os objetivos das organizações vão além da satisfação do cliente e do aumento da produtividade, a excelência no desempenho e o diferencial competitivo são alcançados por métodos de gestão que geram o crescimento próprio, o desenvolvimento do mercado e da sociedade (MARTINS, 2011).
No entanto, a variedade e a quantidade de modelos, programas e ferramentas dificulta a identificação da melhor e mais adequada prática de gestão de qualidade adequada à realidade da empresa. Muitos modelos atendem a fatores isolados, dificultando uma visão sistêmica voltada ao alcance dos resultados e à satisfação de todos os setores da organização.
Dentre as mais variadas ferramentas de sistemas de qualidade total o programa 5S chama a atenção por ampliar a eficiência e a eficácia dos processos produtivos e serviços e, em consequência, promover o contínuo aperfeiçoamento pessoal dos colaboradores e da organização como um todo (DUARTE et al, 2006). Por este motivo acredita-se que a aplicação da metodologia 5S numa empresa pode contribuir para a melhoria da qualidade pessoal e organizacional
Gestão da Qualidade Total
A expressão TQM (Total Quality Management) surgiu como um moderno conceito de administração e causou grande impacto nas organizações. O conceito TQM (traduzido para o português como Gestão de Qualidade Total) surge a partir de um novo contexto administrativo criado pela globalização da economia, ampliando a compreensão de qualidade e fazendo dela um diferencial, um ponto estratégico para a gestão de negócios (CARDOSO et al, 2008).
Paladini (2004 apud PESSOA e MORAES, 2011) define qualidade nas organizações como sendo o empreendimento de ações para atender o cliente, “sendo necessário para alcançá-la um esforço empreendido em três etapas, a saber: a eliminação das perdas, a eliminação das causas das perdas e a otimização do processo”.
Cardoso et al (2008) ao investigarem modelos de gestão construíram um conceito para gestão de qualidade total como:
[...] princípios e valores que orientam uma abordagem gerencial centrada em qualidade, baseada na participação de todos seus integrantes e objetivando o sucesso a longo prazo por meio da satisfação de cliente, e benefícios para a organização e para sociedade (CARDOSO et al, 2008 p. 3)
Para Slack, Chambers e Johnston (2009 apud MARTINS, 2011), o modelo TQM como uma estratégia de gestão tem seu foco em: atender e satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes; envolvimento de todas os setores e pessoas da organização; análise dos custos que a qualidade acarreta; fazer certo enfatizando a qualidade e não apenas a supervisão; desenvolvimento de sistemas e procedimentos de apoio à qualidade e à melhoria contínua da organização e seus colaboradores.
Para desenvolver sistemas de qualidade total são necessárias algumas estratégias ou programas de acordo com a necessidade de cada organização. Neste estudo será abordada a metodologia dos 5S como uma estratégia que pode colaborar com a melhoria da gestão de qualidade, meio ambiente e saúde.
Os Cinco Sensos
O Programa 5S baseia-se em sensos ou capacidades de julgamento a respeito de conceitos de utilização, organização, limpeza, saúde e autodisciplina. Para Silva (1996 apud CUSIN, SILVA e NEUMANN, 2012 p. 5), “o 5S deve ser implementado com o objetivo específico de melhorar as condições de trabalho e criar um ambiente de qualidade”. Campos (1994 apud CUSIN, SILVA e NEUMANN, 2012 p. 5) amplia esta compreensão dizendo que o 5S promove o aculturamento das pessoas e desenvolve fatores fundamentais à elevada produtividade. O 5S muda o comportamento e aumento do comprometimento do trabalhador com a organização e, por isso pode ser considerado como a base para o sistema de gestão pela qualidade total.
Origem dos Cinco Sensos
Historicamente os cinco sensos surgiram no Japão na década de 1950 e como programa de qualidade foi usado após a II Guerra Mundial com o objetivo de orientar a reforma e reorganização do país durante a crise da competitividade. "A adoção do Programa 5S foi um dos fatores da recuperação das empresas japonesas e da implantação da Qualidade Total no país" (REBELLO, 2013 p. 168).
Foi desenvolvido com o objetivo de transformar as atitudes das pessoas e os ambientes das organizações, ocasionando melhor qualidade de vida dos funcionários, redução de custos e desperdícios e aumento da produtividade das organizações. (REBELLO, 2013 p. 168).
A eficácia do programa fez com que até os dias atuais fosse um instrumento de gestão da qualidade e produtividade muito utilizado no Japão. As organizações japonesas aplicam o Programa 5S como elemento imprescindível para a consolidação plena do gerenciamento pela Qualidade Total de seus empreendimentos.
Desenvolvimento dos Cinco Sensos
Seiri (senso de utilização)
Osada (1992 apud CUSIN, SILVA e NEUMANN, 2012) explica que o senso de utilização está diretamente relacionado ao desenvolvimento da capacidade de observar no ambiente onde se vive e se trabalha as coisas necessárias às atividades ali desempenhadas. Esta habilidade resulta na separação dos materiais ou equipamentos necessários dos desnecessários a partir de critérios de estratificação e classificação segundo uma ordem de importância.
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