OS JOVENS E O CONSUMISMO: A URGÊNCIA POR CONSUMO CONSCIENTE

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OS JOVENS E O CONSUMISMO: A URGÊNCIA POR CONSUMO CONSCIENTE

Caroline da Silva Pereira^[1]

Olinda Barcellos^[2]

“O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção.” 

Adam Smith (Século XVIII)

RESUMO: ^[a]Este artigo analisa o papel do consumismo na vida dos jovens na Contemporaneidade e verifica o significado do consumo consciente. O problema de pesquisa  Para desenvolvimento deste artigo foram realizadas pesquisas bibliográficas que proporcionaram várias concepções sobre a juventude atual no consumo e a preocupação com o meio ambiente e sociedade.

Palavras-chave: Consumo Consciente, Juventude, Consumismo.

ABSTRACT: This article analyzes the role of consumerism in the life of young people in Contemporary times and verifies the meaning of conscious consumption. For the development of this article were carried out bibliographical researches that provided several conceptions about the current youth in the consumption and the concern with the environment and society. 

Keywords: Conscious Consumption, Youth, Consumerism.

INTRODUÇÃO

Os jovens de hoje representam um segmento de mercado com crescimento em grande potencial, pois eles estão antenados nas redes sociais, ditam moda, buscam tecnologias avançadas, são preocupados com o status frente ao grupo social e estão em constante evolução. As organizações os tratam como público-alvo, por serem facilmente influenciados e também influenciarem a família e os amigos.

Essas organizações utilizam o marketing para influenciar as compras da juventude atual, sejam propagandas na rede social, revistas, outdoors ou até mesmo em séries e filmes. Também há empresas que utilizam essas propagandas como forma de promover a mudança de consumo obsessivo para consumo consciente. O consumo consciente é aquele no qual o consumidor tem consciência dos impactos da compra e se preocupa com a sustentabilidade do produto.

Considerando que o consumo é parte importante da vida dos jovens, a seguinte problemática se impõe: Quais significados de consumo consciente estão presentes na prática comercial de um consumidor jovem? Para tanto, este artigo tem como objetivo geral analisar o perfil do jovem consumidor e os significados de consumo consciente. Apresenta também como objetivos específicos a analise do perfil do jovem consumidor e a verificação dos significados do consumo consciente. O procedimento metodológico principal utilizado para desenvolver este artigo foi através de pesquisa exploratória, qualitativa, de natureza bibliográfica de livros, artigos científicos e reportagens.

O referido tema justifica-se uma vez que o consumo desenfreado está interferindo no meio ambiente e na humanidade. Da produção até o consumo há pouca importância com a sustentabilidade mundial. Assim, é relevante debater sobre o consumo consciente tanto das empresas como do consumidor. O artigo está assim construído: Logo após esta parte introdutória, o primeiro item apresenta o perfil do jovem consumidor contemporâneo; e, na sequência, os significados de consumo consciente. No final, descreve-se uma breve análise do jovem consumidor na contemporaneidade.  

1. PERFIL DO JOVEM NA CONTEMPORANEIDADE

Como retrata LIMEIRA (2007), os primeiros estudos sobre o consumo são da ciência econômica, baseados em trabalhos de Adam Smith e outros economistas clássicos da segunda metade do século XVII. Os modelos e as teorias desenvolvidas pelos economistas estão presentes até hoje nos estudos sobre o consumidor, caracterizando a escola de pensamento tradicional ou com seus modelos influentes.

De acordo com FERREIRA (2010), consumismo é um sistema que favorece o consumo exagerado, é a prática de comprar compulsivamente, sem ter necessidades de obter serviços ou objetos. Essa compra é influenciada interna e externamente com o marketing, a cultura, os familiares e o status social. Os mais influenciados externamente são os jovens, que estão na fase de descobertas, instabilidades e em construção da própria personalidade.

Nos dias de hoje, as campanhas publicitárias são focadas principalmente na juventude atual, com várias estratégias de marketing produzidas para cativá-los. Na visão de SCHIFFMAN e KANUK (2000) há seis pontos chaves que justifica a atenção para o público jovem na estratégia de marketing: é um mercado emergente; influenciam as compras familiares; gastam seu próprio dinheiro e o da família; estabelecem tendências, moda e costumes e; são futuros consumidores de produtos, marcas e serviços.

De acordo com o IBGE (2017) o percentual de ocupações dos jovens em 2016 é de 52,6%, mais da metade da população jovem no Brasil. Esses jovens possuem renda própria resultado da ocupação em trabalhos realizados no turno inverso da escola, como jovem aprendiz e estágios. Resultado disso é a

Como considera TAPSCOTT (2007), o conceito das marcas está sempre em mudança por causa dos jovens que, a todo o momento, estão à procura de inovação. A juventude atual deseja produtos modernos, tecnologias avançadas, por estes colaborarem para o status social. Em geral, os indivíduos avaliam os outros pelo que compram e acreditam na hipótese de sucesso na execução de um papel, que aumenta quando seus valores são representados por produtos que consomem.  

Na visão de ROCHA (2009), os jovens entre 13 e 30 anos, são divididos em duas faixas etárias: acima dos 13 até os 18 anos são os Jovens I, e acima de 18 até os 30 anos são os Jovens II. Tanto os Jovens I quanto Jovens II consumem vestuário e definem a alimentação e os programas. A faixa etária dos Jovens I está na formação do gosto pessoal, onde já escolhem o estilo e o vestuário, sem a imposição dos pais, já os Jovens II têm o jeito pessoal formado, menos aptos a mudanças com novos grupos sociais, pois a personalidade já está definida e sabem o que desejam consumir.

Com isso, percebe-se que essa geração distorce a afirmação de Descartes “Penso, logo existo” para “Compro, logo existo”. Como afirma GUNTER e FURNHAM (1998), para essa juventude, ter é ser. Os jovens assimilam ser como aquilo que consome e possui sempre ligado a status social e bem-estar. Na faixa etária dos Jovens I o consumo vai além da necessidade de comprar, mas ajuda na formação da personalidade e auto-estima.

Aliás, o conceito de necessidade ainda é uma lacuna de explicação às pessoas jovens, sem definições e pilares de valores ainda não esclarecidos. A seguir, uma explanação sobre o consumo consciente, ideia estreitamente relacionada a conceito de necessidades.