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Os benefícios da implantação do programa 8S para uma empresa: um estudo de caso da FRAS-LE S/A

Por:   •  19/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.585 Palavras (7 Páginas)  •  1.194 Visualizações

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Os benefícios da implantação do programa 8S para uma empresa: um estudo de caso da FRAS-LE S/A

1 – Introdução

A competitividade gerada pela globalização tem levado as empresas a buscarem como diferencial uma forma de produção que garanta produtos com maior qualidade e menor custo, sem demissão de funcionários, mas melhorando o seu desempenho e reduzindo desperdícios.

A busca de alternativas que gerem resultados imediatos cresce ininterruptamente, não bastando à aquisição de equipamentos de alta tecnologia, deve-se também rever os ambientes envolvidos pelos processos, principalmente os da alta administração.

O Programa 8S engloba a idéia de que qualquer nível empresarial deve ter alta produtividade com baixo custo e excelente qualidade, propondo-se um trabalho metódico e democrático.

2 - O Programa 5S

Os produtos japoneses após a 2ª Guerra Mundial foram considerados de péssima qualidade, assim em maio de 1950, o professor Kaoru Ishikawa, apresentou sua metodologia de melhoria contínua, os cinco sensos, que possuem a finalidade de aperfeiçoar ações em diversos ambientes, gerando maior produtividade. São eles:

  1. Seiri – senso de utilização – na área de trabalho devem estar apenas às ferramentas necessárias para a realização da fabricação de determinado produto.
  2.  Seiton – senso de ordenação – alinhar ferramentas e equipamentos para que haja um fluxo de trabalho sem movimentos desnecessários.
  3. Seiso – senso de limpeza – conservar o ambiente de trabalho limpo.
  4. Seikestsu – senso de bem estar – visa à ergonomia do trabalho favorecendo o layout e técnicas adequadas as saúde físicas, mentais e ambientais do funcionário.
  5. Shitsuke – senso da autodisciplina - aconselhado para se aplicar após os quatros “S”, por não permitir que voltem antigas práticas que não estejam no programa.

O Programa 5S proporciona maior produtividade devido à diminuição do tempo na procura pelas ferramentas, diminuição de despesas, a reciclagem de materiais, melhoria da qualidade de produtos e serviços, redução dos acidentes de trabalho e aumento da satisfação do funcionário, por causa da preocupação no modelo de execução das tarefas.

As empresas brasileiras raramente conseguem implantar o programa, aplicação como um modelo de arrumação (housekeeping) analisando os colaboradores apenas como mão de obra.

3 – O Programa 8S

José Abrantes, em 1997, apresentou como sua dissertação de mestrado em tecnologia a qual juntou sua experiência de chão de fábrica, uma adequação das filosofias do Programa 5S ao ambiente brasileiro, propondo três novos sensos focados na mudança de hábitos e comportamentos, por meio da educação, qualificação e treinamento dos recursos humanos.

O objetivo do programa é reduzir custos, aumentar o volume de vendas, produzir mais e contratar mais pessoas para atender à demanda.

Sua maior vantagem é não contemplar investimento em máquinas e sistemas automáticos, por ser uma metodologia de gestão de recursos humanos e materiais, baseando-se totalmente na capacidade intelectual e criativa dos funcionários, que passam a agir em um grupo unido com visão de sobrevivência e continuidade dos negócios, principalmente através da economia e combate ao desperdício.

Abrantes propôs os sensos: Shikari Yaro, Shido e Setsuyaku, devendo o Programa 8S ser implantado em cinco etapas, cada qual com suas respectivas avaliações e controles, assim, havendo um feedback.

  1. Primeira etapa: Shikari Yaro – senso de determinação e união

É necessário que haja determinação ou conscientização da alta administração da empresa sobre a importância do Programa e os resultados a serem obtidos, para que em seguida se tenha a união de todos os colaboradores.

  1. Segunda etapa: Shido – senso de treinamento

É o senso de treinamento dos funcionários, não apenas a reeducação e sim a qualificação do colaborador de forma que o motive para o trabalho.

  1. Terceira etapa: Seiri, Seiton e Seiso

É a etapa operacional do programa. Seu início é dado pela divulgação da implantação dos sensos, a alta administração deve publicar comunicado informando a data e convocando todos os colaboradores para o “Dia da Grande Limpeza”.

  1. Quarta etapa: Seiketsu e Shitsuke

Estes dois sensos não são implantados, são frutos dos anteriores, especialmente através do exemplo de comportamento das pessoas que ocupam cargos de chefia e gerência. O Seiketsu é gerado das melhorias causadas pelo Seiton, e o Shitsuke da autodisciplina que decorre disposição de mobilização e vontade dos colaboradores para mudar seus hábitos para que haja uma melhor produtividade.

  1. Quinta etapa – Setsuyaku, senso de economia e combate aos desperdícios.

Encerra o ciclo do Programa 8S, pois somente após a aplicação dos sete sensos anteriores é possível à aplicação de análises e propostas objetivadas por este senso, economia e combate aos desperdícios:

  • Plano de combate aos desperdícios: organiza ações e absorve sugestões dadas pelos colaboradores. As idéias são divididas em duas categorias – as simples que não exigem estudos e projetos e possuem baixo custo; e complexas – que exigem um estudo criterioso e previsão dos benefícios deve ser feito planejamento e cronograma de implantação.
  • Devem ser criados grupos de estudos com a finalidade de combater os desperdícios e vão ser baseada em segurança, proteção ao meio ambiente, retorno financeiro e embelezamento.
  • Controle estatístico de processo (CEP) – tem o objetivo de controlar todo o processo que a empresa envolve, descobrindo ações que não estão de acordo com o padrão, utilizando-se as sete ferramentas de qualidade: fluxograma, diagrama de causa e efeito, coleta de dados, gráficos, análise de Pareto, histograma, diagrama de dispersão e gráfico de controle.

4 – Importância do feedback para o programa 8S

É importante lembrar que o Programa 8S deve ser controlado de forma continua para que se houverem falhas, elas sejam descobertas o quanto antes, para que não haja prejuízos drásticos. É necessário que ao final de cada Senso o coordenador tenha uma resposta, para que aja o controle do desempenho de cada ação feita.

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