PARTICIPAÇÃO E A SITUAÇÃO ATUAL DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

A expressão do empresário Satya Nadella transcrita no texto da Revista Exame nos traz duas vertentes relevantes em relação à mulher e sua participação no mercado de trabalho. Primeiro nos apresenta uma realidade de que as mulheres já evoluíram no que diz respeito ao acesso a segmentos que culturalmente se esperaria apenas homens. Considerando que esse espaço tecnológico é muito concentrado para o sexo masculino, podendo se confirmar nas faculdades desse segmento que em sua maioria é composta por esse gênero, ter a inserção mesmo que pequena em empresas de tecnologia e/ou ciências mostra que já existem exceções de mulheres que com preparação e capacitação conseguiram penetrar nesse negócio. O segundo ponto é que de fato não somente essa atividade, mas outras que historicamente voltadas aos homens ainda são pouco reconhecidas, seja de forma financeira ou por meritocracia quando executadas por mulheres.

Apesar dessa distinção entre os sexos as mulheres de fato se apresentaram de forma consistente após a primeira/segunda guerra mundial e com a independência consolidada após o século XX. Elas têm buscado alternativas para se destacar muitas vezes tendo que se preparar mais do que o homem, lidando com o preconceito, mas se apresentando como um recurso de alto potencial. Com a atual conjuntura principalmente do país, buscar colaboradores que proporcionem bom desempenho, aliado com resultados satisfatórios e com baixo custo passa a ser um ponto positivo e decisivo em muitos casos.

Um exemplo é o segmento de Telecom, hoje reconhecido como um setor de diversidades de crenças, idade, cor de pele, classe social e outros fatores, traz a mulher uma nova perspectiva e apresentação ao mercado de trabalho. Grande parte do público é composta por mulheres que atinge todos os níveis, desde o operacional, tático, gerencial até o estratégico. Empresas como Contax SA e Brasil Telecom Call Center SA hoje exibe um equilíbrio e grande participação de mulheres do quadro de gestão, entre supervisores, coordenadores, gerentes e executivos como a diretora-executiva Ana Coelho (Contax) e Márcia Pollard (BTCC) mostrando que é possível a ascensão, destacando apenas a exceção para cargos de presidência de empresas que é bem reduzido assim como nos demais segmentos.

Diante do exposto é preciso lembrar que o acesso das mulheres sim é possível, mas o esforço é grande. Existe o desafio de serem boas donas de casa, boas mães, esposas e muitas vezes chefe de família. O mercado exige altos níveis de competências, atributos de “multifunções” como paciência, meticulosidade e dentro de padrões de beleza regionais. Mulheres são desfavorecidas quando estão acima do peso, possuem cor de pele negra, é muito nova, sem filhos (com expectativa), isso torna a profissional menos atraente nessa luta desleal e a competição mais acirrada.

Por fim essa é uma realidade muito voltada para países que estão em desenvolvimento ou desenvolvidos. Ainda é uma triste realidade reconhecer que mulheres em países não desenvolvidos ainda sofrem com o baixo nível de recurso, pouco espaço no mercado de trabalho, inclusive em espaços como de saúde, ensino, comunicação e atividades rurais. E como sabemos que a mudança desse cenário depende de oportunidade a educação, esses países que de modo geral apresentam níveis reduzidos de escolarização que empurram mais a mulher a desigualdade.