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RESENHA CRÍTICA - RAÍZES DO BRASIL .

Por:   •  27/10/2017  •  Resenha  •  4.370 Palavras (18 Páginas)  •  751 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO:

RAÍZES DO BRASIL

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA

SÃO PAULO

2016.2



Andreia

        

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO:

RAÍZES DO BRASIL

SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA

Trabalho da disciplina Introdução às Ciências Sociais apresentado ao Professor XXXXXXXXX do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como exigência para composição de nota para aprovação na disciplina.

SÃO PAULO

2016.2

SUMÁRIO

  1. Fronteiras da Europa4
  2. Trabalho & Aventura5
  3. Herança rural7
  4. O semeador e o ladrilhador9
  5. O Homem cordial9
  6. Novos tempos10
  7. Nossa revolução12

  1. Fronteiras da Europa

Neste capítulo inicial, o autor tenta explicar a origem da nossa personalidade e como nos organizamos como sociedade.

Claro que a nossa colonização é responsável pelos traços de personalidade que exibimos hoje, não tem como fugir disso, as culturas portuguesas e espanholas estão entranhadas no povo brasileiro, muito mais do que gostaríamos.

Nossos colonizadores nos ensinaram, através da exploração, como obter resultados através do mínimo esforço. O que chamamos hoje de “jeitinho brasileiro”, nada mais é do que a cultura implantada, principalmente pelos portugueses, de tirar algum tipo de vantagem, seja através de uma visão privilegiada de uma determinada situação ou de uma informação ou conhecimento a mais que alguém possua e assim, possa se beneficiar ou obter algum tipo de lucro ou êxito sobre as demais pessoas.

A ideia do homem ser independente e não precisar de ninguém, é algo que faz parte da personalidade do brasileiro, mais do que isso, é algo que dignifica o brasileiro, uma herança marcante dos nossos colonizadores conforme o texto:

Para eles, o índice do valor de um homem infere-se, antes de tudo, da extensão em que não precise depender dos demais, em que não necessite de ninguém, em que se baste. Cada qual é filho de si mesmo, de seu esforço próprio, de suas virtudes... – e as virtudes soberanas para essa mentalidade são tão imperativas, que chegam por vezes a marcar o porte e até a fisionomia dos homens. (HOLANDA, 1936, p. 32)

Essa individualidade prejudica e muito a formação de uma sociedade coesa, onde o bem comum deve prevalecer para que todos sejam beneficiados, ora, quando cada indivíduo busca o seu bem-estar sem se importar com os demais indivíduos que compõem a sociedade, é natural tirar vantagem, é normal até enganar as pessoas para conseguir o que se deseja, não existe um padrão moral que modere suas ações, os limites podem ser quebrados para se obter o resultado desejado. Vemos isso com muita clareza na classe política atual, mas isso é apenas um reflexo de todas as camadas da nossa sociedade, em proporções distintas, mas com o mesmo objetivo: cada um buscando o seu próprio interesse, sem se importar com os meios desde que o fim seja alcançado.

A cultura de exploração, incutida pelos nossos colonizadores, se reflete também no trabalho, na maneira como vemos o trabalho; na verdade, de um modo geral, exercer um trabalho, seja ele qual for, não é o que importa, o que importa realmente é a remuneração que vem pelo trabalho. Exercer uma profissão, para muitos brasileiros, é algo penoso, porém necessário, afinal de que outra maneira iríamos nos sustentar? Bom mesmo seria não fazer nada e ter dinheiro não somente para suprir as nossas necessidades, como também gastar com supérfluos. A ociosidade sem proveito algum é algo almejado, isto é, ficar simplesmente sem fazer nada, sem produzir nada, ficar apenas à toa, diferente da ociosidade dos filósofos gregos, cidadãos que se ocupavam em pensar por isso não desenvolviam nenhum trabalho manual.

Uma digna ociosidade sempre pareceu mais excelente, e até mais nobilitante, a um bom português, ou a um espanhol, do que a luta insana pelo pão de cada dia. O que ambos admiram como ideal é a vida de grande senhor, exclusiva de qualquer esforço, de qualquer preocupação. E assim, enquanto povos protestantes preconizam e exaltam o esforço manual, as nações ibéricas colocam-se ainda largamente no ponto de vista de Antiguidade clássica. O que entre elas predomina é a concepção antiga de que o ócio importa mais que o negócio e de que a atividade produtora é, em si, menos valiosa que a contemplação e o amor. (HOLANDA, 1936, p. 38)

A busca pelo mais fácil é tão natural e ao mesmo tempo absurda nas organizações, que as vezes nem nos damos conta. O funcionário almeja ser chefe do seu departamento, por que imagina que seu superior não precisa trabalhar tão intensamente, pois sua função é apenas dar ordens para que os outros trabalhem. A teoria pelo menor esforço começa muito antes de vivenciar um ambiente corporativo, na escola é muito comum ver um aluno, que não é tão aplicado, tentar tirar alguma vantagem do colega mais inteligente, lhe pedindo para copiar os exercícios ou lhe passando as respostas em uma prova.

A experiência e a tradição ensinam que toda cultura só absorve, assimila e elabora em geral os traços de outras culturas, quando estes encontram uma possibilidade de ajuste aos seus quadros de vida.[...] Nem o contato e a mistura com as raças indígenas ou adventícias fizeram-nos tão diferentes dos nossos avós de além-mar como às vezes gostaríamos de sê-lo. (HOLANDA, 1936, p. 40)

  1. Trabalho & Aventura

Neste capítulo, o autor destaca a natureza da nossa colonização, de que maneira fomos colonizados e como isso se reflete em nossa cultura, em nosso modo de vida.

Nunca houve a intenção de formar uma colônia estruturada, de fazer do Brasil um lugar habitável, onde se pudesse construir um futuro e onde as famílias portuguesas pudessem se estabelecer e viver bem aqui; muito pelo contrário, desde o início o Brasil foi visto como uma fonte inesgotável de riquezas e poder, uma fonte dos desejos para seus descobridores e posteriormente, uma fonte de barganha para livrar a coroa portuguesa de seus inimigos, ou pelo menos acalmá-los.

O autor destaca dois perfis existentes nos países colonizadores: o aventureiro e o trabalhador.  

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