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Racismo Estrutural Dentro das Organizações

Por:   •  21/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  6.695 Palavras (27 Páginas)  •  109 Visualizações

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RACISMO ESTRUTURAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

Aderson Luís Canteri

Discente de graduação do curso de administração: UNICENTRO

E-mail: noiscanteri@hotmail.com

Amanda Alves de Oliveira

Discente de graduação do curso de administração: UNICENTRO

E-mail: alvesoly@gmail.com

Lucas Mateus Botelho

Discente de graduação do curso de administração: UNICENTRO

E-mail: lucasm.botelho@hotmail.com

Resumo:

O presente trabalho tem como objetivo abordar um pensamento teórico acerca das desigualdades sociais, bem como os resquícios escravocrata no Brasil e seu reflexo no ambiente organizacional. Historicamente, o Brasil aboliu a escravidão no século XIX, no entanto, a omissão governamental naquela época, transcende nos dias de hoje uma liberdade revestida de submissão gerando mazelas sistemáticas, segregação da comunidade negra e, também, a exclusão social.

sistemáticas. Será abordado a presença do racismo e suas concepções dentro do ambiente organizacional. A metodologia utilizada foi de natureza quantitativa, descritiva bibliográfica. A pesquisa foi aplicada junto a trabalhadores e acadêmicos no estado do Paraná, no qual 209 entrevistados responderam um questionário com questões relacionadas ao racismo no ambiente do trabalho. Quando questionado sobre o conhecimento do que é racismo estrutural e da importância em discuti-lo no ambiente empresarial, o público mais jovem, 94%, detinham de mais conhecimento acerca do assunto debatido, e 96% considera importante essa discussão. Fazendo uma correlação de gêneros, 95% do público feminino considera importante a presença de pessoas negras no ambiente organizacional, 67% julga necessário a existência de cotas para pessoas negras dentro das organizações e 91% acredita na existência do racismo dentro das organizações. Fato que chamou a atenção foi que pessoas na faixa etária de 31 a 40 anos (57%) e acima de 41 anos (62%), respectivamente, discordam da existência de políticas específicas para seleção de pessoas negras para cargos estratégicos e também discordam da existência ou ocorrência de situações de racismo nas organizações onde trabalham. Em relação à capacidade de identificar uma situação de racismo no ambiente organizacional, 83% distribuídos entre negros e amarelos, afirmam possuir tal capacidade. Espera-se, ainda, demonstrar que em um ambiente organizacional há pessoas que presenciam o racismo e, também, pessoas que sofrem com o racismo.

 

Palavras-chave: Racismo Estrutural. Organização. Negros. Desigualdades.

1 Introdução

        A falta de oportunidade para os negros no Brasil tem evidenciado uma desigualdade étnica no mercado empregatício. Presencia-se a persistência em manter a comunidade negra às margens da sociedade. O racismo, em sua forma estrutural, retrata um processo histórico em que o nível de desvantagens e privilégios a determinados grupos étnico-raciais são reproduzidos em vários âmbitos. Dito em outras palavras, o racismo estrutural se manifesta nas desigualdades raciais presentes na sociedade, sejam elas políticas, sociais, econômicas ou jurídicas (ALMEIDA, 2019).

        A imagem das pessoas negras, para muitos, ainda está atrelada à marginalização. As organizações, ao utilizar do mecanismo da meritocracia para justificar a ausência de pessoas negras no ambiente organizacional, o faz de maneira inadequada, pois, as desigualdades sociais inviabilizam que todos partam do mesmo lugar, e a meritocracia só pode ser validada se todos os indivíduos de uma sociedade possuírem, exatamente, as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas (BEZERRA, 2022). Compreender as desigualdades sociais diz muito sobre a responsabilidade social da organização.

        A responsabilidade social para uma organização está atrelada ao compromisso que ela tem perante a sociedade, vai além de geração de lucros e empregos, prioriza-se uma gestão ética e transparência da organização (FIA, 2019).

        Diante o exposto, o problema da pesquisa é: em um ambiente organizacional é possível presenciar a prática de racismo?

        Ademais, o estudo tem como objetivo analisar como é a presença e possível prática de racismo no ambiente organizacional.

        Desse modo, justifica-se a escolha do tema para mostrar o abismo existente entre pessoas negras e brancas, bem como a conscientização que a protelação do racismo é um retrocesso. Dito em outras palavras, protelar o racismo é impedir o desenvolvimento de uma população desfavorecida em virtude de sua herança histórica (ALMEIDA, 2019).

2 Referencial teórico

A pesquisa pretende abordar a presença do racismo estrutural no ambiente organizacional. Será apresentado a importância da responsabilidade, as concepções do racismo, o histórico das desvantagens da comunidade negra, bem como a validação da meritocracia. Para corroborar com a pesquisa, 209 pessoas, entre trabalhadores e acadêmicos no estado do Paraná, responderam um questionário com questões relacionadas ao racismo no ambiente do trabalho.

2.1 Responsabilidade social das organizações

A Responsabilidade Social de uma organização, baseia-se no compromisso que ela possuiu perante a sociedade. Segundo a Fundação de Instituto de Administração – FIA (2019) a responsabilidade social se materializa nas ações voluntárias de uma organização que atua em benefício do seu público, tanto o interno quanto o externo. Tem-se a preocupação em proporcionar o bem estar dos envolvidos. Ser socialmente responsável não é apenas cumprir todas as obrigações legais, mas sim, ir mais além de um ‘maior’ investimento em capital humano, no ambiente e nas relações com outras partes interessadas e comunidades locais (FIA, 2019).

        As organizações precisam buscar por melhoria, estar efetivamente engajada em uma causa. Assim diz a jornalista, Ana Lúcia Lopes:

Um bom passo para essa mudança pode estar no ambiente de trabalho e cabe às empresas ampliarem as suas ações e entenderem que estão em busca de lucro, claro, mas ele só é possível através de pessoas. Afinal, empresas, países, politicas, governos, escolas, absolutamente tudo é feito por pessoas e para pessoas. Portanto, não basta apenas se posicionar por uma causa, é preciso tomar atitudes. (LOPES, 2022.Documento não publicado).

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