O RACISMO ESTRUTURAL

RACISMO ESTRUTURAL

O Brasil foi o último país da América Latina a abolir a escravidão em 1988, mas sabe-se que essa pratica não se encerrou com a abolição perdurou por mais anos. A escravidão em tese permaneceu com sendo algo natural e cotidiano por 300. Se pensarmos no nosso país como uma criança que nasceu em 1500, tendo hoje 521 anos, metade dessa idade é de trevas, considerando que os direitos humanos dos pretos foram-lhes usurpados, não eram donos de seus corpos, de suas vontades, não possuíam dignidade. Hoje em dia essas atitudes podem ser classificadas como atrocidades imperdoáveis. A realidade é que o racismo não acabou com a abolição da escravatura, o racismo vive, enrizado na sociedade brasileira. O racismo ainda é tão presente nos dias de hoje porque nunca houve pressa quando as questões eram sobre pessoas negras, a primeira lei brasileira que determina pena de reclusão a quem cometer atos racistas só entrou em vigor em 5 de janeiro de 1989, lei 7.716, aproximadamente cem anos após a abolição da escravatura, mostrando como nossa sociedade não tem pressa para garantir os direitos de pessoas pretas.

No que tange o racismo e como lidar com esse problema o Brasil ainda é uma criança que engatinha, talvez, porque simplesmente prefira não enxergar ou sendo omisso, deixando as coisas como estão, pode-se afirmar que a sociedade brasileira é racista, foram 100 anos após a abolição da escravidão surge a primeira lei com caráter sancionador contra crime de racismo, a implantação de um sistema de cotas visando reparação histórica, como uma forma de inserir na sociedade uma população que sempre esteve marginalizada, não se via pretos ocuparem grandes cargos, não se via pretos cursando ensino superior. A primeira universidade a implantar o sistema de cotas assim o fez em 2004, tendo em vista que estamos no ano 2021, não se passaram 20 anos de sua implementação e já surgem inúmeros questionamentos sobre essa política, muitas pessoas se posicionam contra, dizem que não é justo com quem não é preto e pardo, dizem que se preto quer igualdade deve-se abolir as cotas, mas por que isso incomoda tanto? Por que um preto na universidade incomoda? Quando na história eles foram tratados de forma igualitária? Será que já se consolidou uma reparação histórica de 300 anos em apenas 17 anos de cotas? Claramente não, mas nossa sociedade tem pressa em dar fim aquilo que favorece os pretos, aquilo que os dá chances de “vencerem” na vida. Na atualidade não há igualdade entre oportunidades para brancos e pretos, não há igualdade no número de mortos pela polícia entre brancos e pretos, então as cotas são importantes para tratar de equidade onde se trabalhe a igualdade respeitando as diferenças.

O racismo está estruturado na sociedade brasileira, é perceptível a todos aqueles que param para analisar pessoas pretas são mortas em todos os lugares, em suas casas, em supermercados, seus bairros, exemplo disso foi a ação policial que ocorreu em Jacarezinho, ficou conhecida como a maior chacina ocorrida no Rio de janeiro, além dos vinte e oito mortos sendo vinte e sete civis e um policial, dois passageiros de um metrô foram atingidos por balas e estilhaços de vidro e ficaram feridos. Os moradores da comunidade afirmam que houve invasão policial nas casas, há relato de uma invasão onde o policial

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