Resenha Burke
Por: Elias Gabriel Gomes • 14/9/2016 • Trabalho acadêmico • 2.439 Palavras (10 Páginas) • 496 Visualizações
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UNICAMP – FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS[pic 3]
CURSO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PG100 - INTRODUÇÃO À CIÊNCIA POLÍTICA
RELATÓRIO DE LEITURA
ELIAS GABRIEL O. GOMES – RA: 116681
LIMEIRA – SP
2014
CIENCIAS POLÍTICAS
RESENHAS DAS BIBLIOGRAFIAS
LIVRO: OS CLÁSSICOS DA POLÍTICA – CAP2, BURKE: A CONTINUIDADE CONTRA A RUPTURA
Esse capítulo se inicia explicando quem é Burke, um pensador político e inglês e fundador do conservadorismo. Referente a Edmund Burke, ele foi considerado o primeiro grande crítico da Revolução Francesa de 1789.
Carreira Política de um Conservador
Embora Burke desenvolvesse uma ligação profunda com a religião, ele optou pelo protestantismo. Ele teve uma boa educação na cidade em que nasceu em 1729, sua cidade Dublin era uma colônia inglesa e ficava na Irlanda. Burke seguiu sua história publicando vários trabalhos, e seu primeiro contato direto com a política se deu através de Willian Gerard Hamilton um parlamentar. Nessa época Burke se tornou um incansável defensor das causas irlandesas, mas permaneceu na Irlanda até 1765.
Burke participou dos governos liderados por lorde Rockinghan, e exerceu grande influência neste que era o líder da principal corrente política inglesa. Devido a essa trajetória ele conseguiu um assento no parlamento na câmara dos Comuns em 1766, como deputado por Wendover, conservou a cadeira até 1774 e trocou por uma em Bristol, e foi nessa cidade que ele anunciou seu famoso discurso Speech to the electors of Bristol, e nesse discurso ele defende com brilhantismo a independência da atividade de um representante. Ele permaneceu como representante de Bristol até 1780, e depois assegurou um lugar como representante de Malton e encerra sua carreira parlamentar em 1784. Burke morre em 9 de julho de 1797.
Independência americana e Revolução Francesa
Presente nos principais acontecimentos da Inglaterra em 1766- 1794 Burke participou como membro do parlamento. Nessa época a Inglaterra passa pelo surto econômico ocorrido pela Revolução Industrial, e a decadência da monarquia. Nessa época Burke defendeu o Parlamento contra a Coroa, e um dos seus escritos mais notáveis é o panfleto de Burke datado de 1770 e intitulado Thoughts on the cause of the present discontents.
Burke argumentava que as ações de Jeorge III chocavam com o espirito da constituição e denunciava como pratica de favoritismo o critério pessoal na escolha dos ministros. Combatendo a Camarilha do rei Burke defendia a escolha dos membros do ministério segundo bases públicas, ou seja, através da aprovação do Parlamento, que representava a soberania popular.
Essa época também foi o tempo em que Burke acirrou o conflito do império britânico com as colônias americanas. O fato é que o grande desempenho da economia americana junto com a vontade da Coroa de manter o controle absoluto sobre os povos colonizados resultou em repressão e guerra. Burke se envolveu com uma política de forma conciliatória, ele defendia a necessidade de se encontrar uma solução harmônica para o problema daqueles que, como estes, possuíam o espirito de liberdade dos ingleses, e seus pronunciamentos mais conhecidos são os discursos parlamentares On américa taxation (1774) e On moving his resolution for conciliation with América, e a carta enviada a sua base eleitoral em defesa dos americanos, Letter to the sheriffs of Bristol.
Pela liberdade Burke lutou contra a Coroa e pela ordem e tradição lutou contra a Revolução Francesa de 1789. Essa luta lhe rendeu uma de suas mais brilhantes obras, Reflexões sobre a revolução em França, aqui Burke discute sobre as ideias fundamentais que animaram o movimento como a questão da igualdade, do direito do homem e da soberania popular, e alerta contra os perigos da democracia em abstrato e da mera regra do número, e questiona o caráter racionalista e idealista do movimento, salientando não se tratar simplesmente do fato de estar a revolução provocando o desmoronamento da velha ordem, mas estar causando a deslegitimarão dos valores tradicionais.
Uma sociedade natural hierárquica e desigual
Para Burke as concepções teóricas, sem contato com a realidade, muitas vezes obstruem ou corrompem a ação política, por não levar em consideração as circunstancias complexas em que os problemas estão envolvidos: “São as circunstancias que fazem com que qualquer plano político ou civil seja benéfico ou prejudicial para humanidade”. Por isso os princípios abstratos não podem ser simplesmente aplicados na solução de problemas políticos reais. A primeira grande objeção de Burke foi a Revolução Francesa, porque essa se tratava de um movimento motivado por princípios abstratos, como a liberdade e a igualdade.
A concepção sobre Estado e a sociedade de Burke baseia-se em determinadas suposições sobre a natureza do Universo, e a esse respeito ressalta o papel da religião no esquema explicativo de Burke. Deus criou um Universo ordenado, governado por leis eternas. Os homens são parte da natureza e estão sujeito as suas leis. Essas leis eterna criam suas convenções e o imperativo de respeitá-las. Regulam a dominação do homem pelo homem e controlam direitos e obrigações dos governantes e governados. Os homens por sua vez dependem um dos outros, e sua ação criativa e produtiva se desenvolve através da cooperação. Esta requer a definição de regras e a confiança mutua, o que é desenvolvido pelos homens, com o passar do tempo, através da interação, da acomodação mutua, o que é desenvolvido pelos homens, com o passar do tempo, através da interação, da acomodação mutua e da adaptação onde vivem. Desse modo eles criam princípios comuns que formam a base de uma sociedade estável.
Para Burke a desigualdade faz parte da natureza das coisas. Referente a natureza, ela é hierárquica, assim uma sociedade natural é totalmente dividida em estratos ou classes, logo a igualdade, tanto política como social e econômica, vai contra a natureza. Para Burke a igualdade só serve para subverter a ordem e para agravar e tornar mais amarga a desigualdade social que nunca pode ser eliminada e que a ordem da vida estabelece tanto para benéfico dos que tem de viver em uma condição humilde como dos privilegiados.
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