Resenha Sobre Burocracia e Ideologia
Por: Bruno Lacorte • 12/1/2022 • Resenha • 984 Palavras (4 Páginas) • 201 Visualizações
Resenha 2 - texto
No texto Burocracia e Ideologia, Tragtenberg escreve que a administração, enquanto organização formal burocrática, acontece plenamente no Estado, séculos antes do seu surgimento na área das organizações e que a existência da burocracia pressupõe, pelo menos, o espírito corporativo.
A burocracia surge no modo de produção asiático quando aparece o excedente econômico, que determina uma maior divisão do trabalho, separando mais rigidamente a agricultura e o artesanato, a qual se sobrepõe o poder representado pelo chefe supremo da família. Daí a exploração assuma forma de dominação, não de um indivíduo sobre o outro, mas de um indivíduo que personifica uma função sobre a comunidade. Outro exemplo ocorreu no Egito em que, a cultura da irrigação vinda dos grandes rios junto com a horticultura cria a necessidade de uma supervisão centralizada, por isso, a via fluvial do Nilo teve um papel essencial na centralização burocrática. Para se estabelecer o modo de produção asiático, pressupõe a existência de uma escassa divisão do trabalho entre o campo e cidade, a transição da economia de consumo para produção do excedente e a existência de uma autoridade suprema que é caracterizada pelo Estado.
O processo burocrático protege o Estado de uma generalidade de interesses particulares. As finalidades do Estado são a burocracia e vice-versa, ela submete o individual e o particular as determinações do universal. A burocracia funciona como mecanismo de separação entre os interesses do Estado e da sociedade civil, funcionando, portanto, como elemento de mediação desses interesses entre governantes e governados. Entretanto, a burocracia é também uma relação de poder, portanto, ela perseguia grupos que ameaçavam o poder do Estado, como seitas religiosas e enriquecimento de famílias particulares, pois esses grupos eram vistos como ameaças ao sistema.
Weber começa a pesquisar sobre os problemas da migração rural-urbana, a origem dos grupos camponeses e a reação dos operários com a introdução as máquinas. Essas pesquisas têm como objetivo principal a seleção e adaptação dos operários nas grandes indústrias, preocupando-se com o efeito da grande indústria na forma e vida e visão de mundo dos operários. O autor também reconhece que o perigo não está na massa, mas sim na qualificação política da burguesia que estava em ascensão.
Hoje, costumamos usar o termo corporativismo para designar as situações em que um grupo específico (geralmente, uma categoria profissional organizada em um conselho, associação ou sindicato) defende unicamente seus interesses de forma a prejudicar ativamente os interesses coletivos. Max Weber critica os partidos corporativistas como representação profissional e o corporativismo como estrutura do Estado. Em suma, para Weber, o Estado corporativo não tomaria em consideração ideais racionais e por isso é insensato. A solução corporativa é inadequada pois confunde duas instancias: a econômica e a política.
Weber não nega o papel da burocracia numa sociedade de massas, sua função é necessária, mas combate o domínio absoluto da burocracia sobre a sociedade. Para o autor a ação da burocracia, que é racional quando limitada a sua esfera, torna-se irracional quando atinge outras esferas. “O burocrata pode ser ótimo funcionário cumpridor de seus deveres; será, porem um péssimo estadista”. Portanto, ele critica o pensamento de que a burocracia no âmbito estatal e privado funcionam da mesma maneira. O autor ainda conclui que o desenvolvimento da burocracia, inerente a época moderna, não implica uma democratização ativa, portanto, a burocracia pode-se colocar a serviço de diversos interesses de dominação.
Agora falando sobre o filme, pode-se concluir que o título do filme se refere ao processo burocrático que K está inserido, e esse
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