Resenha do Documentário "Carne e Osso"
Por: Walison47 • 29/10/2019 • Resenha • 721 Palavras (3 Páginas) • 488 Visualizações
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Faculdade Doctum de João Monlevade
Disciplina: Projeto Interdisciplinar
| Período: 3º | ||
Professora: Priscila Ferreira de Paula | Curso: Tecnologia em Gestão de RH | ||
Assunto: Resenha Crítica – Documentário Carne e Osso | Semestre: 1º | ||
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Nome: Walison Santos Silva | Nº: | NOTA | |
Turma: 1N | Turno: Noite | Data: 02/05/2019 |
CARNE E OSSO. Direção: Caio Cavechini. Produção: Carlos Juliano Barros. Ano de produção:2011.
RESENHA CRÍTICA
O documentário produzido em 2011 aborda o sofrimento dos trabalhadores de frigoríficos e abatedouros brasileiros com diversos depoimentos e casos reais de ex-trabalhadores que foram acometidos por doenças ocupacionais advindas de suas atividades, ou sofreram graves acidentes após serem submetidos a um regime de produção quase que escravo e totalmente desumano.
Nos depoimentos homens e mulheres contam que já chegavam cansados ao trabalho devido à rotina estressante e desgastante. Em aviários, por exemplo, alguns afirmam ter desossado até sete coxas de frango por minuto, sendo que eram empregados 18 movimentos por cada coxa, o que foge aos padrões de saúde ocupacional que exigem no máximo 35 movimentos por minuto. Além do esforço físico intenso, a carga horária era muitas vezes alongada para se alcançar as metas estratosféricas exigidas pelos superiores, horas essas que quase nunca eram pagas, ou se eram, de maneira injusta. No ramo de suínos e bovinos, o número de relatos em acidentes com mutilações e queimaduras impressiona. A pressão e a cobrança excessiva faziam com que mesmo cansados, os trabalhadores se flagelassem para alcançar a produção desejada pelos patrões, e muitas vezes, nesse cenário propício, os acidentes aconteciam. É interessante recordar neste ponto, dados de pesquisas mostrados no filme, afirmando que o risco de acidentes em frigoríficos chega a ser até sete vezes maior que em outros setores.
No que diz respeito ao clima organizacional, o ambiente de trabalho e a convivência entre os funcionários também não eram nada favoráveis, uma vez que o fato de ir ao banheiro ou conversar eram motivos de advertência por “atrasar a produção”. O ritmo acelerado só era diminuído quando havia visita de clientes ou fiscais, o que acontecia em casos isolados. Diante de tudo isso, o roteiro é direcionado aos impactos causados nestas pessoas, onde a depressão, tendinites, dores musculares, problemas de coluna e até atrofia de membros eram negligenciadas pela medicina do trabalho e os gestores. Ironicamente, vários relataram o que chamam de “Dr. Diclofenaco”, se referindo à médicos que receitavam o medicamento diclofenaco de sódio para todos os tipos enfermidades relatadas, e sem nenhum interesse pela saúde dos trabalhadores os autorizavam a voltar as atividades.
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