Teoria das Organizações: A idéia de participação desempenhando conscientemente o poder
Resenha: Teoria das Organizações: A idéia de participação desempenhando conscientemente o poder. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: flaviadias_alves • 24/10/2014 • Resenha • 1.188 Palavras (5 Páginas) • 298 Visualizações
PREFÁCIO
A sensação de não ter nenhum poder sobre pessoas e acontecimentos é, em
geral, insuportável — quando nos sentimos
impotentes, ficamos infelizes. Ninguém
quer menos poder; todos querem mais. No mund
o atual, entretanto, é perigoso parecer
ter muita fome de poder, ser muito premeditado nos seus movimentos para conquistar o
poder. Temos de parecer justos e decentes.
Por conseguinte precisamos ser sutis —
agradáveis porém astutos, democráticos mas não totalmente honestos.
Este jogo de constante duplicidade mais
se assemelha à dinâmica de poder que
existia no mundo ardiloso da antiga corte ar
istocrática. Em toda a história, sempre
houve uma corte formada em torno de uma pessoa no poder — rei, rainha, imperador,
líder. Os cortesãos que compunham esta corte ficavam numa posição muito delicada:
tinham de servir aos seus senhores, mas, se
a bajulação fosse muito óbvia, os outros
cortesãos notariam e agiriam contra eles. As tentativas de agradar ao senhor, portanto,
tinham de ser sutis. E até mesmo os cortes
ãos hábeis e capazes de tal sutileza ainda
tinham de se proteger de seus companheir
os que a todo momento tramavam tirá-los do
caminho.Enquanto isso, supunha-se
que a corte representasse o
auge da civi
lização e do
refinamento. Desaprovavam-se as atitudes
violentas ou declaradas de poder; os
cortesãos trabalhavam em silêncio e sigilosame
nte contra aquele entre eles que usasse a
força. Este era o dilema do cortesão: aparenta
ndo ser o próprio modelo de elegância, ele
tinha ao mesmo tempo de ser o mais esperto e frustrar os movimentos dos seus
adversários da maneira mais sutil possível.
Com o tempo, o cortesão bem-sucedido
aprendia a agir sempre de forma indireta; se
apunhalava o adversário
pelas costas, era
com luva de pelica na mão e, no rosto, o mais
gentil dos sorrisos. Em vez de coagir ou
trair explicitamente, o cortes
ão perfeito conseguia o que
queria seduzindo, usando o
charme, a fraude e as estratégias sutis
, sempre planejando várias ações com
antecedência. A vida na corte era um jogo inte
rminável que exigia vigilância constante e
pensamento tático. Era uma guerra civilizada.
Hoje enfrentamos um paradoxo peculiarm
ente semelhante ao do cortesão: tudo
deve parecer civilizado, decente, democrá
tico e justo. Mas se obedecemos com muita
rigidez a essas regras, se as tomamos de
uma forma por demais literal, somos
esmagados pelos que estão ao
nosso redor e que nã
o são assim tão tolos. Como escreveu
o grande cortesão e diplomata renascentist
a, Nicolau Maquiavel, “O homem que tenta
ser bom o tempo todo está fada
do à ruína entre os inúmeros
outros que não são bons”. A
corte se imaginava o pináculo do refinamento,
mas sob a superfície cintilante fervilhava
um caldeirão de emoções escusas — ganâ
ncia, inveja, luxúria, ódio. Nosso mundo,
hoje, igualmente se imagina o pináculo da justiça, mas as mesmas feias emoções
continuam fervendo dentro de nós, como sempre. O jogo é o mesmo. Por fora, você
deve aparentar que é uma pessoa de escrúpulos
, mas, por dentro, a não ser que você seja
um tolo, vai aprender logo a fazer o que Napoleão aconselhava: calçar a sua mão de
ferro com uma luva de veludo. Se, como o co
rtesão de idos tempos, você for capaz de
dominar a arte da dissimulação, aprendendo a
seduzir, encantar, enganar e sutilmente
passar a perna nos seus adversários, você al
cançará os píncaros do poder. Vai conseguir
dobrar as pessoas sem que elas percebam o que você está fazendo. E se elas não
percebem o que você está fazendo, também nã
o ficarão ressentidas
nem lhe oferecerão
resistência. Para algumas pe
ssoas, a idéia de participar
conscientemente de jogos de
poder — não importa se de forma indireta ou
não
...