Ética CARÁTER x IMPUNIDADE

CARÁTER x IMPUNIDADE

Uma pessoa é ética quando busca o bom e o bem supremos, quando suas ações lhe causam felicidade, assim como aos que estão próximos. Quando um indivíduo alcança a felicidade e não causa infelicidade aos que estão ao seu redor, sentirá o prazer do dever cumprido.

A ideia da política ideal é a de fazer uso de um poder conquistado pela confiança depositada de um povo que, em sua maioria, o elegeu, para auxiliar uma determinada sociedade a alcançar a felicidade.

Então, quando á o uso ideal do poder concedido, os políticos éticos tem a honrosa tarefa de auxiliar no bem geral da população ao seu redor, como melhorando o ensino, a saúde, o transporte, o salário mínimo, o acesso ao lazer, a segurança, etc.

Infelizmente, nem tudo é tão ideal quanto gostaríamos. E, devido às mudanças da cultura brasileira na atualidade, as pessoas têm se tornado egoístas, e colocam a felicidade pessoal acima da felicidade geral da sociedade em que vivem.

Quanto mais atual a época que estudamos, mais comum presenciarmos atitudes consideradas hoje em dia como usuais, que em épocas anteriores seriam claramente definidas como demonstração da ausência de caráter do indivíduo. Antigamente, se uma pessoa não pudesse pagar por um serviço prestado, ela deixaria seu cartão de visitas e retornaria posteriormente para cumprir com o pagamento. Hoje em dia, já seria difícil um empreendedor concordar com o serviço fiado. Mais difícil ainda seria o indivíduo retornar para realizar o pagamento. Na sociedade atual, tirar vantagem do próximo é lucrar, e abrir mão desse lucro é considerada uma bobagem.

 Então, geração após geração, filhos assistem aos pais que recebem troco a mais e não devolvem ao caixa, mentem para suas esposas / maridos, pegam atestado médico sem estarem realmente doentes, estacionam seus carros em vagas para idosos / deficientes, votam no candidato político mais engraçado, sem considerar suas propostas, e tiram sarro daqueles que abrem mão de tirar vantagem dos outros. Quando crescem, optam por seguir o caminho mais curto para a felicidade pessoal, mesmo que ela ocorra em detrimento da felicidade alheia.

Lembrando que essa mudança cultural percebida no Brasil não torna as atitudes atuais éticas, uma vez que a atitude causou felicidade a um indivíduo em detrimento da felicidade de outro. Mesmo assim, o brasileiro está assumindo essa nova postura, devido à impunidade ao realizar tais atitudes.

Retomando a questão política: A maioria dos candidatos brasileiros têm intenção de tirar vantagem do cargo político, ao invés de buscar a felicidade da sociedade em geral. Salários altíssimos, milhas aéreas, dias de folga, etc. Os poucos políticos que não iniciam carreira com essa visão, se corrompem ou abandonam o cargo, pois a maioria dos políticos aderem à má conduta, tornando o convívio com os de boa índole quase impossível.

Visto que esse conceito cultural é brasileiro (não somente dos políticos), torna-se fácil compreender porque há tanta impunidade: suborno. Os políticos subornam que poderia prejudicá-los ou denunciá-los. Como o brasileiro aceita esta vantagem pessoal como acima do bem maior, se corrompe, e desta forma, o ciclo vicioso torna-se infinito.