A ARQUITETURA MODERNA DESDE 1900 – WILLIAM CURTIS
Por: Clara Crivellari • 16/3/2021 • Resenha • 1.542 Palavras (7 Páginas) • 710 Visualizações
ARQUITETURA MODERNA DESDE 1900 – WILLIAM CURTIS
1) Explique a seguinte passagem do texto extraída da página 372, e exemplifique-a com possíveis obras: “As formas modernas romperam com o que tinha vindo imediatamente antes, porém permitiram que as subestruturas das culturas nacionais e regionais fossem compreendidas de novas maneiras”.
O texto aponta que as formas de arquitetura moderna perderam a ligação com a arquitetura vista anteriormente a esse período, porém permitiram que as culturas nacionais e regionais fossem compreendidas de novas maneiras, explorando novas tradições, tecnologias, linguagens arquitetônicas e definições variadas de modernidade.
2) Curtis (2008, p. 372), descreve que a arquitetura moderna dos anos 1930, contrariamente à ideia de um “desenvolvimento igual e uniforme”, conformava-se aos traços culturais e “diferenças culturais” existentes no interior de um mesmo país. Este parece ter sido o caso da Suíça. De maneira resumida, caracterize o ocorrido nesse país, exemplificando com obras também.
A introdução da arquitetura moderna variava consideravelmente, seja por preferência individual, por métodos de renovação social e cultural ou por encontro de necessidades ideológicas. Ela possuía uma certa universalidade; enquanto Genebra e Suíça recebiam grande influência francesa, Zurique e as zonas industriais do Norte voltavam suas atenções à Alemanha e à ideia do funcionalismo. Como exemplo disso temos os apartamentos Doldertal, de 1934/1936, por Alfred e Emil Roth com Marcel Breuer e o Hallen-stadion (estádio coberto) de Zurique, de 1938/1939, de Karl Egender.
3) Já a França dos anos 1930, segundo o autor, “oferece um verdadeiro estudo de caso de como o modernismo pode ser aceito por alguns setores de uma nação, mas não por outros”. Descreva este momento da arquitetura moderna nesse país, e retrate a obra e o pensamento dos arquitetos franceses André Lurçat, autor da Escola Karl Marx (1931-3), em Villejuif; e a Casa do Povo (1937-9) de Jean Prouvé, em Paris.
Os projetos de monumentos e os projetos cívicos permaneceram nas mãos da tradição Beaux-Arts, que foi se desgastando pela trivialização do clássico. Na França, a arquitetura moderna seguiu vários caminhos distintos. Alguns projetos desenvolveram um aspecto voltado ao Estilo Internacional, já outros combinavam intenções sociais com uma abordagem grandiosa da forma. A Escola Karl Marx, de André Lurcat, introduziu novos padrões de iluminação, aquecimento, ventilação e uso do espaço, além de abrir a planta-baixa e derrubar barreiras da velha ordem. A Casa do Povo, de Jean Prouvé, buscou explorar a noção de transparência como um sinal de emancipação social. Além de combinar funções de mercado, auditório e salão de baile, diversos sistemas estruturais foram posicionados de modo que algumas partes se movessem para permitir ajustes nos usos interiores.
4) Como podem ser descritas na obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier a combinação de “tipos universais” e o vernáculo; os regionalismos e as questões do clima; os “reflexos clássicos e mediterrâneos”? Exemplifique. O que foi o “mediterranismo” na arquitetura moderna? Quais obras e arquitetos podem ser relacionados como exemplos dessa “tendência” presente nos anos de 1930?
O aço e a alvenaria combinaram, juntos, os tipos universais de culturas centralizadas, urbanas e tecnocráticas com os tipos vernaculares que haviam surgido ao longo dos séculos em cada região através do uso do trabalho artesanal e materiais locais, com resposta direta ao clima, à paisagem e ao estilo de vida. O “mediterranismo” era bem difundido nos anos 1930, assumindo naturezas políticas e formas arquitetônicas diferentes e sendo abordado como um projeto imperialista dentro do próprio Mediterrâneo. Duas obras que exemplificam este período são a Casa Malaparte, de Adalberto Libero, construída próximo a Capri e a Casa Bloc, de Josep Lluís Sert, Josep Torres Clavé e Joan Subirana, em Barcelona.
5) Como pode ser descrita a relação entre modernidade e tradição nas obras dos arquitetos Hassan Fathy e Erich Mendelsohn, e entre modernidade e identidade nacional na obra do arquiteto turco Sedad Hakki Eldem? Exemplifique. Como o Japão, o México e o Brasil assimilaram e reelaboraram o chamado Estilo Internacional? E como se deu a síntese entre tradição e modernidade nas obras exemplares e ou pioneiras dos três países? Exemplifique a partir de tais obras e seus arquitetos.
Nas obras de Hassan Fathy e Erich Mendelsohn há muito tradicionalismo colocado de forma moderna, mantendo o uso de materiais tradicionais da região, porém aplicados com técnicas diferentes. Sedad Hakki Eldem buscava dar vida nova a traços turcos básicos, mas em uma linguagem arquitetônica moderna e baseada na construção de concreto armado. Ele estudou as construções em madeira nativa para identificar suas tipologias fundamentais e suas formas características. Em sua obra, Sedad mesclava características nacionalistas às obras modernas, visando sempre transmitir e representar o novo sem perder a originalidade da arquitetura turca. Dentre algumas obras desses arquitetos estão Mesquita de Nova Gourna, de Hassan Fathy, Hospital Universitário Hadassah, de Erich Mendelsohn e Universidade de Istambul, de Sedade Hakki Eldem.
POR UMA ARQUITETURA – LE CORBUSIER
1) “Situemos as presentes observações sobre o terreno das necessidades atuais: necessitamos de cidades traçadas com espírito utilitário e cujo volume seja belo (plantas de cidade). Necessitamos de ruas onde a limpeza, a adequação às necessidades da habitação, a aplicação do espírito em série na organização das obras, a grandeza de intenção (...)”. (p. 21). Discorra sobre as necessidades a que se refere Le Corbusier em seu texto e as necessidades atuais em termos de urbanismo e arquitetura. Quais foram as soluções adotadas então?
Le Corbusier pontua que os arquitetos atuais se intimidam com a grandeza da arquitetura e sua geometria; que cidades de caráter utilitário e volumes belos se enquadram dentre nossas necessidades atuais, modelando a superfície de uma forma contínua; que modelar a superfície da cidade com volumes complicados é insistir para permanecer no volume, problema raro de época e de estética contemporânea, o qual conduz, novamente, à construção de volumes simples.
2) “Reina uma extrema confusão: a arquitetura atual não soluciona mais a questão moderna do alojamento e não conhece a estrutura das coisas. Ela não preenche as condições primordiais e não é possível que intervenha o fator superior de harmonia, de beleza. A arquitetura de hoje não preenche as condições necessárias e suficientes do problema. É que o problema não se pôs para a arquitetura”. (p. 73). O texto anterior é bastante atual. Discuta quais os pontos que a arquitetura atual não consegue solucionar. Quais eram os problemas detectados por Le Corbusier em sua época?
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