A Arquitetura Moderna

Arquitetura moderna X “Arquitetura moderna”

O Movimento Moderno não consolidou um ideário homogêneo de valores, nem é um conjunto imenso de pensamentos e obras uma vez que a prática nem sempre segue a teoria. Com isso desde seu início a arquitetura moderna foi constantemente revisado e criticado por ideias hegemônicas, dirigidas às massas que buscava uma homogeneização do pensamento e a confiança em padrões e valores universais adotados de maneira simples e defendidos com praticidade.

        Outra característica do movimento moderno se baseava em uma visão funcionalista, utilizando padrões técnicos e científicos para promover mudança social a partir da organização espacial. Para o Movimento Moderno o sistema espacial estava amarrado a evolução da técnica e ficava normalmente afastado dos requerimentos climáticos e culturais locais e se rompendo com a história.

        Apesar disso a revisão do Movimento Moderno aconteceu de forma gradual junto com as gerações de arquitetos que sucederam dentro da tradição moderna. Experimentavam com as circunstancias de seu tempo e lugar e traziam reflexões que não foram feitas por seus mestres. Pautavam por conceitos e novos padrões formais diferentes do jargão modernista original. Davam continuidade aos fundamentos modernos, mas indicavam uma renovação de valores, do racionalismo radical, hegemonia da função sobre a forma, do reducionismo formal, purismo geométrico da estética da máquina ditados pela cartilha modernista. Desse modo esses arquitetos trazem a razão como princípio dominante no pensamento arquitetônico dialeticamente incorporam a emoção como pauta crescente nas tomadas de decisão.

Mudanças de Berço

Após a consolidação das vanguardas modernistas o Estilo Internacional sinalizou a transformação do movimento em academia a partir da ortodoxia formal que foi propagado pelo mundo. Foi a partir do crescimento da técnica, racionalização absoluta e a sintática extrema, destituída de valores comunicacionais e simplistas do estilo internacional que grandes críticas foram feitas pelos pós-modernismo e que resultou em diversos arquitetos que praticavam essa arquitetura a não defender ela incondicionalmente. Um desses arquitetos foi Alvar Aalto que considerava valores na tradição local e que dava continuidade à dimensão comunicacional da arquitetura.

O Movimento Moderno em Questão        

        A   revisão do pensamento do movimento moderno em relação à composição espacial e à organização urbana trousse formações arquitetônicas distintas das vanguardas em fóruns e pela vertente da pós-modernidade.         

        As primeiras revisões foram desenvolvidas por grupos como os CIAMs e Archigram que evidenciam diferentes visões e formam alguns núcleos que começaram a emanar reflexões das ideias do Movimento Moderno. Outro nome que se destaca é o de Ernesto Nathan Rogers que experimentava uma arquitetura racionalista, mas densa de referências tipológicas ou estéticas relacionadas com a história e as preexistências da cidade.

        Outro arquiteto que teve expressiva influência no cenário mundial e também refletiu na obra e pensamento da arquitetura no Rio Grande do Sul foi Aldo Rossi. O arquiteto combateu a noção de funcionalismo e defendeu uma visão de que os espaços construídos e urbanos não se estruturam necessariamente no uso ou na função, mas aponta que a estrutura da cidade está apoiada no pressuposto dos fenômenos culturais, antropológicos, psicológicos, artísticos e políticos a partir dos quais é construída a memória coletiva.