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A Conformação do Centro da Cidade de Pau dos Ferros – RN no decorrer do tempo.

Por:   •  18/4/2022  •  Artigo  •  1.010 Palavras (5 Páginas)  •  107 Visualizações

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A conformação do centro da cidade de Pau dos Ferros – RN no decorrer do tempo.

Francisco Queiroz

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Pau dos Ferros, Telefone: +55 (84) 99614-5904

caioqz13@gmail.com

Tamms Campos

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Pau dos Ferros, Telefone: +55 (84) 99802-4700

tamms.morais@ufersa.edu.br

Almir Junior

Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Pau dos Ferros, Telefone: +55 (84) 99835-8250

almir.mariano@ufersa.edu.br

O Brasil, como boa parte dos países em desenvolvimento, se urbanizou rapidamente; em cinco décadas passou para uma significativa ocupação das áreas urbanas. (OLIVEIRA, 2001). Esse processo resultou em cidades permeadas de problemas espaciais. Para Maricato (2015), deter-se em estudar as formas e os mecanismos da produção do espaço, é entender maior parte dos problemas da cidade. Levy (1999) apud Costa e Netto (2017, p.30), define a forma urbana, como “a própria conformação do tecido urbano”, ou seja, o conjunto dos elementos que constituem uma cidade. Corroborando com isso, Rego e Meneguetti (2011) propõe que “a morfologia urbana trata do estudo do meio físico da forma urbana, dos processos e das pessoas que o formataram”, atrelados ao fator temporal, dessa maneira, pode-se entender como morfologia urbana, o estudo das mudanças físicas do território urbano através do tempo, regulados por processos sócio-econômico-cultural. Nesse sentido, esta pesquisa possui relevância, segundo o que é abordado por Del Rio (1990), como um método de análise, chave para se detectar princípios, regras e tipos inerentes ao traçado da cidade, fundamental para futuras intervenções urbanas, se constituindo um instrumento para o planejamento das cidades.

O presente trabalho busca discutir a produção do espaço urbano segundo os fundamentos da morfologia e da análise espacial, do centro da cidade de Pau dos Ferros, localizada no interior do Rio Grande do Norte, evidenciando os processos, modos, intensidades, tipologias e direções da forma urbana no tempo. O estudo possui caráter qualitativo investigativo e está dividido em duas etapas. A primeira, revisões bibliográficas e a segunda um apanhado de dados espaciais da forma por meio de fotografias aéreas, em um recorte temporal de 2007 a 2018, afim de produzir mapas Noli[1] das relações da forma urbana.

Pau dos Ferros se destaca por ser um ponto de unificação entre todas as cidades circunvizinhas, se configurando como um polo de mercado e de tráfego (PRAXEDES E BEZERRA, 2012). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no seu relatório de influência das cidades (BRASIL, 2008), a cidade é caracterizada com comercio e serviço diversificado, com forte atuação do setor terciário. A formação de Pau dos Ferros, segundo Praxedes e Bezerra (2012), dá-se com o repovoamento da área correspondente a cidade, por volta do século XVII, pertencente ao núcleo de Portalegre-RN. O principal motivo da formação da cidade está na expansão das atividades pecuárias nas margens do rio Apodi-Mossoró; as tropas de vaqueiros que buscavam o mercado para seu rebanho nos estados do Ceará e Paraíba, começaram a se instalar em fazendas, estabelecer moradias, conformando um “povoamento difuso, com um pequeno contingente populacional, fragmentado e desarticulado. ” (PRAXEDES E BEZERRA, 2012, p.190). Nas décadas posteriores, a igreja católica, grande latifundiária, concedeu títulos a pequenas e grandes famílias, afim de garantir a moradia, se estruturando a urbanidade da cidade. Silva (2008), aponta a construção de uma capela no povoado existente, por Francisco Marçal, em 1738, que mais tarde se tornaria igreja matriz da cidade, localizada no centro, como o início da formação da cidade.

A análise dos mapas, expressa que a conformação da forma urbana do estudo está direcionada sob aspectos físicos-territoriais, econômicos e culturais. A configuração das parcelas (quadras) e lotes, se dão, em primeiro momento, em torno da estrada construída pelos processos de comunicação das tropas de vaqueiros, estruturando a via principal da cidade, a Avenida Independência, elemento esse que se destaca. A produção e comercialização do gado foram responsáveis pela ocupação orgânica dos primeiros assentamentos existentes. As atividades religiosas desenvolvidas no início das ocupações também regularam a forma urbana, delineando o direcionamento e a disposição dos espaços comunitários e os vazios urbanos observados. Na análise da forma urbana encontrada atualmente, a ocupação apresentou modificações na sua intensidade (2007 a 2018), expressa pela redução de espaços não edificados. O parcelamento e sistema de circulação não apresentaram modificações significativas. A permanência das características é justificada pela não alteração das atividades desenvolvidas na área estudada, sendo durante o recorte temporal estudado, caracterizada pelas contínuas atividades comerciais.

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