A Construção do conceito de patrimônio histórico: Restauração e Cartas Patrimoniais
Por: Carolina Reghim • 27/8/2017 • Resenha • 593 Palavras (3 Páginas) • 429 Visualizações
Resenha
Artigo: A Construção do conceito de patrimônio histórico: Restauração e Cartas Patrimoniais.
Autor: Anna Maria de Grammont
O conceito de patrimônio sofreu reformulações quando houve o acréscimo do termo histórico.
Anteriormente a palavra patrimônio representava apenas propriedades herdadas.
Princípios da restauração
A preocupação com a conservação surge na França no sec. XIX, após a Revolução Francesa, motivada pelo Iluminismo.
Segundo Choay (2011), a Itália foi a primeira nação a pensar na proteção dos monumentos in loco.
No início as estruturas romanas restauradas após escavações arqueológicas sofreram alterações quando necessitavam de um elemento novo, eram adotados elementos diferentes dos originais para evitar mimetização.
As questões sobre restauração, intervencionistas ou não, surgiram na Inglaterra uns 50 anos antes de aparecerem na França (Choay, 2001:92).
Em meio a todos esses ideias de conservação algumas questões sobre métodos e técnicas precisavam ser resolvidas.
Esse despreparo, principalmente com relação aos arquitetos, provocou atitudes deturpadoras e destrutivas nas intervenções das edificações medievais.
Viollet-Le-Duc, arquiteto, restaurador e teórico, surge nesse contexto, institui outro método de restauração. Propôs a utilização de elementos idênticos aos originais, na ausência de informações considerar elementos mais coerentes com o estilo arquitetônico.
Contrapondo com Le-Duc, o inglês Jonh Ruskin admitia apenas uma consolidação imperceptível e a sua cuidadosa manutenção.
Willian Morris amplia o conceito de monumento para edificações modestas e conjuntos ambientais.
Em 1893, Camillo Boito formulou um método de restauração entre os extremos propostos por Ruskim e Viollet-Le-Duc.
Boito considerava a necessidade de respeitar os acréscimos de outras épocas e criticava a reconstituição de peças desaparecidas. Defendia intervenções mínimas, distintas do original.
Mesmo com tantos teóricos a maioria das restaurações ocorridas na Europa entre os sec. XIX e XX foram inspiradas nos princípios de Viollet-Le-Duc.
Boito criou o conceito moderno de restauração e parte de seus princípios foram incorporados na Conferência de Atenas em outubro de 1931.
De modo geral, a Conferência, expõe “o abandono das reconstituições integrais e recomenda que se respeite a obra histórica e artística do passado, sem prejudicar o estilo de nenhuma época”.
Alois Riegl valoriza todos os estilos e períodos da história da arquitetura. Acredita que a investigação dos sentidos atribuídos aos monumentos históricos pela sociedade era o único caminho para a prática de tratamento das edificações.
Traça uma oposição de duas categorias de valores dos monumentos: rememoração, ligados ao passado e de contemporaneidade pertencentes ao presente.
Rememoração: ligados aos monumentos históricos de arte.
Contemporaneidade: monumentos históricos de arte relativa e de arte de novidade de uso.
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