A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA APLICADA A EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS
Por: Lucas Fialho Caramés • 15/10/2019 • Artigo • 1.954 Palavras (8 Páginas) • 222 Visualizações
[pic 1]
Centro Universitário de Brasília
Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD
LUCAS FIALHO CARAMÉS
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA APLICADA A EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS
Brasília
2017
LUCAS FIALHO CARAMÉS
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA APLICADA A EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS
Projeto de trabalho acadêmico apresentado ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD) como uma das atividades programadas pelo módulo Metodologia Científica do curso do Curso de Pós-Graduação em Projeto, execução e manutenção de edificações.
Orientador: Prof. DSc. João Queiroz Krause
Brasília
2017
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 3
1.1 Problema 4
2 JUSTIFICATIVA 4
3 OBJETIVOS 5
3.1 Objetivo Geral 5
3.2 Objetivos Específicos 5
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 7
6 CRONOGRAMA 7
7 REFERÊNCIAS 8
1 APRESENTAÇÃO
A conservação do patrimônio histórico e artístico e a sustentabilidade do meio ambiente compartilham raízes ideológicas. Ambas têm por princípio a filosofia de preservar determinado objeto para a posteridade, seja este um bem cultural ou o meio-ambiente em si. O patrimônio cultural constitui um importante “recurso não renovável” que tem que ser valorizado através de ações compatíveis com seu valor histórico.
Os critérios de eficiência energética são a base de qualquer conceito de intervenção sustentável, influenciando na maioria das decisões fundamentais de projeto e demandando um conhecimento técnico considerável. Uma proposição sustentável pode atualmente ser considerada como refinamento do valor imobiliário, implicando em diferencial de mercado seja para edificações novas ou existentes. Entretanto, quando são envolvidas outras dimensões de valor: histórico, artistico, cultural, o desafio de uma intervenção sustentável se torna ainda mais complexo, demandando avaliações específicas. Um retrofit apropriado tem como objetivo a melhora do desempenho energético, o baixo impacto, a valorização histórica e a regeneração econômica e social das zonas urbanas (LUCCHI, 2015).
A eficiência energética está, na maioria das vezes, relacionada com edifícios novos ou edifícios recentes, raramente está associada a edifícios antigos, históricos [...]. Estes tipos de edifícios têm sobre eles uma série de implicações e restrições legislativas a qualquer alteração, remodelação e instalação que seja implementada. (MANOEL, 2016).
Geralmente, as edificações históricas são encontradas em zonas características de alta densidade que são equipadas por uma infraestrutura correspondente ao cenário ecológico e de usos intensos. Geralmente os edifícios históricos foram construídos a partir de uma análise detalhada do ambiente em que ele foi incorporado e utilizaram matéria prima local e de alta resistência, favorecendo a durabilidade da construção. Isso, com a finalidade de se beneficiar do potencial dos recursos naturais nativos e renováveis. Por assim dizer, existem razões para considerar que a preservação e a recuperação de edifícios históricos podem-se usar de estratégias de desenvolvimento sustentável. Assim, sua recuperação e preservação conta com um alto nível de energia embutida, o que contribui para a extração, recuperação e reutilização material. (LUCCHI, 2015).
Não é admissível manter os níveis de desperdício de energia atuais, dados: o aumento crescente da demanda; a reduzida disponibilidade para novos empreendimentos de geração hidrelétrica de energia seguros e de fonte renovável e os grandes períodos de estiagem que reduzem a sua produtividade; a entrada de fontes intermitentes de geração de energia, como solars e eólicas; e o aumento de plantas termelétricas, necessárias à segurança energética, mas extremamente poluentes. Portanto, a preocupação com a eficiência energética é fundamental e urgente.
- Problema
Este trabalho tem o intuito de levantar os problemas oriundos de projetos de restauro e retrofits, avaliando possibilidades de compatibilizar critérios de eficiência energética com a preservação das edificações históricas de forma a garantir o bom desempenho e minimizar os danos ao patrimônio histórico e artístico.
Desta forma, apresenta-se a seguinte pergunta: Como compatibilizar critérios de eficiência energética com a preservação das edificações históricas de forma a garantir o bom desempenho e minimizar os danos ao patrimônio histórico e artístico, decorrentes de problemas oriundos de projetos de restauro e retrofits?
2 JUSTIFICATIVA
O ambiente encontra-se em constante mutação, e não diferente das edificações contemporâneas, as edificações históricas têm a necessidade de se adaptar às mudanças físicas e intelectuais do entorno em que está locado. O patrimônio histórico, de modo geral, não se insere no contexto quando submetido às condições de eficiência energética, o que pode causar alterações prejudiciais à preservação da sua aparência e da sua importância histórica. (LUCCHI, 2015 apud DIRETTIVA 2002/91/CE; DIRETIVA 2010/31/UE)
A restauração cumpre com a preservação da história do patrimônio, qualquer intervenção aplicada à obra influencia em sua realidade, por isso, cabe a ela o controle e a fundamentação dessas mudanças ao decorrer de sua história para que seu valor não seja comprometido, assim como cita Kuhl, B. M. (2007), “o restauro é encarado como ato histórico-crítico, respeitando as diversas fases o qual passou a obra de forma a preservar as marcas das trocas da obra com o tempo”.
A importância da eficiência energética aplicada a edificações históricas está atrelada aos novos usos que estas eventualmente precisam abrigar, de modo a permanecerem ocupadas. Sem uso, as edificações perecem e com elas um documento histórico inestimável. Embora estes edifícios normalmente tenham sido bem projetados, considerando aspectos bioclimáticos para a garantia de conforto térmico e visual, novos usos podem requerer condicionamento artificial, que requer estratégias de projeto distintas das originais. O sistema de condicionamento de ar é um dos maiores responsáveis pelo consumo de energia elétrica em uma edificação e, portanto, deve ser tão eficiente quanto possível, o que pode exigir alterações na estrutura e na envoltória, que obviamente, são mais desafiadoras quando o objeto tem valor histórico, artístico e cultural a ser preservado.
...