A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Por: rhavenna.batista • 25/5/2015 • Artigo • 4.881 Palavras (20 Páginas) • 241 Visualizações
QUALIDADE DE VIDA NA VISÃO DE IDOSOS PORTADORES DE PRESBIACUSIA[pic 1]
ANA PAULA ANGELO CAVALCANTE[1]
[2]
RESUMO
Palavras-chave: Presbiacusia; Idoso; qualidade de vida.
1 INTRODUÇÃO
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) conceitua o envelhecer como “um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente” (OPAS, 2012).
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de idosos cresce oito vezes mais que a que a população de jovens e o dobro da população geral. O Censo realizado em 2010 apontou que os idosos correspondiam a 12% da população (IGBE, 2010).
De acordo com Chaimonicz (1997), em decorrência do envelhecimento da população, estima-se que em 2025, o Brasil terá a sexta maior população de idosos do mundo. Se por um lado esse fato é uma grande conquista da saúde pública, por outro, torna-se um grande desafio, pois advindo do aumento da expectativa de vida, também se aumenta o contingente de doenças crônicas não transmissíveis, que demandam assistência contínua.
Entende-se que a idade avançada está associada a um comprometimento maior dos sentidos, sendo a audição um dos sentidos essenciais para a comunicação. Sabe-se que a perda auditiva tem um efeito adverso no estado funcional, na qualidade de vida, na função cognitiva e no bem-estar emocional, comportamental e social do indivíduo idoso. Em alguns estudos, segundo a variável sexo e idade, utilizando indivíduos idosos há prevalência de 63% de deficiência auditiva.
A perda auditiva decorrente do envelhecimento é conhecida como presbiacusia, tem início a partir da quinta década de vida e é atualmente considerada a causa mais comum de perda auditiva no adulto, podendo ser compreendida como a soma de perdas auditivas, onde são vários os fatores envolvidos na sua etiologia, como exposição a ruídos, dieta, hipertensão, fatores metabólicos e hereditários (
A porcentagem da população que apresenta dificuldades de comunicação aumenta progressivamente com a idade, associada à deficiência auditiva e a degeneração de fatores cognitivos, sendo a deficiência auditiva a privação sensorial de maior prevalência nesta população.
A resultante dificuldade na comunicação, o isolamento social, a depressão e a diminuição da qualidade de vida de seus portadores geram um importante problema de saúde, além de onerar de forma significativa o sistema público de saúde.
O déficit auditivo é considerado um evento físico normativo para essa fase da vida, contudo a esfera da otogerontologia tem desafios para o novo milênio - desenvolvimento de métodos para modular a perda auditiva relativa à idade, e desenvolver estratégias de intervenções e reabilitação para todas as necessidades individuais relativas à audição.
Tendo em vista a necessidade de pesquisas que visem aprofundar o conhecimento com relação à degeneração fisiológica do sistema auditivo no decorrer da idade, o objetivo deste estudo foi investigar os possíveis efeitos da presbiacusia na qualidade de vida do idoso.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Deficiência auditiva no idoso
A audição é um sentido fundamental para o desenvolvimento geral e relacionamento humano. Por meio dela percebemos, reconhecemos, localizamos e discriminamos os sons, sendo sua integridade anátomo-fisiológica imprescindível, tanto para a alerta e defesa contra o perigo, quanto para a comunicação e socialização do indivíduo. Além dos fatores genéticos, ambientais, patológicos e traumáticos, o aumento da expectativa de vida tem favorecido o aparecimento das perdas auditivas decorrentes do processo do envelhecimento, a presbiacusia.
A deficiência auditiva no idoso dificulta sua participação na sociedade, muitas vezes condenando-o ao isolamento e possíveis quadros depressivos. Nos casos de surdez severa, o idoso pode ser considerado confuso, ou mesmo portador de distúrbios de comportamento ou de demência.
Estudos brasileiros revelam que a deficiência auditiva acometeria cerca de 60% de todas as pessoas com idade acima de 65 anos, e inclui uma mudança descendente gradual na sensibilidade auditiva para todas as freqüências, acompanhada por um decréscimo na discriminação da fala, e um declínio complexo da função auditiva central que se manifesta através do aumento da dificuldade nas habilidades como fusão auditiva, atenção auditiva, julgamento auditivo, comportamentos variados e uma redução na velocidade de fechamento e síntese auditivos. Estudos demonstram que a perda auditiva tem um efeito adverso no estado funcional, na qualidade de vida, na função cognitiva e no bem-estar emocional, comportamental e social do indivíduo idoso (Hull et al, 1980; Mulrow et al, 2001; Bess et al, 1990).
As mudanças da audição no envelhecimento incluem progressiva degeneração sensorial, neural, estrial e de suporte das células da cóclea além do processamento neural central. Os efeitos da idade no sistema auditivo periférico e central interagem com mudanças na diminuição do suporte cognitivo, diminuição da percepção e elevação de limiares, redução da compreensão de fala no ruído e ambientes reverberantes, interfere na percepção das mudanças rápidas na fala, e na localização do som (Mulrow et al, 2001).
A presbiacusia é caracterizada principalmente pelas lesões histopatológicas na orelha interna e nervo coclear; do ponto de vista funcional, pela deficiência auditiva sensório-neural (BILTON et al, 1995).
2.2 Qualidade de vida do idoso
A qualidade de vida é um termo frequentemente abordado, seja nos meios científicos ou na vida cotidiana. A OMS (2010), define qualidade de vida como:
a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente.
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