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A Modernidade Pragmática

Por:   •  4/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.930 Palavras (8 Páginas)  •  993 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – Campus CARVI

CURSO ARQUITETURA E URBANISMO

Emanuele Salvalaggio, Gisele Gusberti, Patrícia Gabriel

Alyne Salvalaggio, Julia Cavalleri, Jessica Frattini

Joice Balestrin, Marieli Fernandes, Sabrina Guarnieri

TEORIA E HISTÓRIA III

Modernidade Pragmática

Bento Gonçalves (RS), 09 de Maio de 2016.

Modernidade Pragmática

  • Gregori Wachavchik representou na semana de 1922 a visão modernista que faltava. A Primeira obra qualificada como moderna – a própria moradia em Santa Cruz.
  • Sua capacidade de mobilizar os meios de comunicação introduzia de forma ampla o debate público acerca da modernidade arquitetônica.
  • Warchavchik buscava uma renovação arquitetônica direcionada, referenciada na Bauhaus, em Ernst May, em Le Corbusier, entre outros. Inseriu o brasil na arquitetura moderna no início dos anos de 1930.
  • Preconizava a modernidade de inspiração europeia que se formulou no imediato pós-primeira guerra, com as incertezas de uma sociedade instável.
  • A França sublimou uma noção de modernidade de difícil caracterização, tendo a necessidade de exprimir ideias novas, tentar ser moderno apesar de não saber esclarecer o que significa. A busca de um comportamento novo refletia a instabilidade de uma sociedade mais preocupada com prazeres efêmeros e com realizações duráveis. Incapaz de fixar uma escolha entre as heranças culturais do século 19 e as perspectivas industriais. Isso alimentou a sociedade norte americana que multiplicou os artifícios decorativos o que mais tarde foi chamado de Art Déco.
  • A modernidade de vanguarda nutriu a difusa perspectiva Art Déco, e essa diluição e o ponto de antagonismo entre as vanguardas e o Déco, houveram muitos manifestos contra o Déco, funcionalismo, utilitarismo, estandardização, foram as palavras de ordem numa formulação de modernidade engajada.
  • O brasil também começou a sentir a corrente modernizadora europeia dos anos de 1910 a 1930, Warchavchik foi um pioneiro, mas antes de sua casa outras formas de modernidade também se manifestaram e foram chamadas de “modernas”, “cúbicas”, “futuristas”, etc.

  • A margem do modernismo engajado
  • No marcante ano de 1922, centenário da independência, Semana da Arte moderna, um edifício era inaugurado, o Cassino e teatro parque balneário na cidade de santos. Era uma obra de arquitetura destoante do meio filiada a Deutsher Weerkbund e aos arquitetos do movimento: Peter Behrens, Walter Gropius e Adolf Mayer.
  • Era uma obra da Companhia Construtora de Santos, empresa de Roberto Cochrane Simonsen. A construtora construiu inúmeras obras públicas, investiu em habitações econômicas e em planejamento urbano. O engenheiro introduziu os princípios tayloristas, construiu inúmeros edifícios com cronogramas reduzidos mediante a normalização de processos administrativos, revisão e adequação dos projetos, com dificuldades de transporte e grandes distâncias.
  • A empresa trouxe para o brasil o arquiteto Gregori Wacharvchik
  • A perspectiva industrialista da simonsen indica uma possível aliança entre a apologia da indústria na arquitetura racionalista europeia e a introdução de elementos inovadores na arquitetura mediante a modernização da construção civil no Brasil.
  • No extremo sul do pais, uma obra foi precursora se uma linha racionalizante da arquitetura: o edifício do Moinho Chaves, em Porto Alegre, 1921, arquiteto/Theo Wiedersphan. Fachada marcada por pilastras acentuando a verticalidade, repetitividade de janelas, 4 pavimentos.
  • Theo Wiedersphan, radicado no Brasil, trouxe informações sobre a arquitetura alemã.
  • Júlio de Abreu Junior conclui um edifício de 6 pavimentos na Av. Angélica em são Paulo. Fachada composta pelos vazios do terraços da sala e pelas paredes lisas de fechamento dos banheiros, sem decoração tradicional, quartos para o fundo do lote, e cobertura abrigando dependências dos empregados.
  • Uma estrutura para o moderno
  • Arquiteto Elisiario Bahiana (1891-1980),que projetou prédios públicos, edifícios comerciais/residenciais, casas, viadutos no RJ e em SP, em dois dos concursos que participou ficou em segundo lugar.
  • Em seus trabalhos seguia uma linha de projeto (Art. Déco), era um profissional bem sucedido por ter projetado obras significativas nas duas maiores cidades brasileiras. Buscava uma arquitetura moderna, sem estardalhaço ou panfletismo, modernidade esta que ele reverenciava, a Auguste Perret.
  • O caminho de Perret
  • Le Corbusier e Auguste Perret eram de tendências opostas, Corbu qualificava Perret como um revolucionário, mas um continuador da grandiosa verdade da arquitetura Francesa, e que era o único no caminho por uma nova direção da arquitetura.
  • “Nova direção” – experimentação técnica e formal sobre o concreto armado. Apartamento da rua Franklin em Paris e considerado o primeiro uso do concreto como um meio de expressão arquitetônica.
  • Novo raciocínio arquitetônico inserido num contexto técnico novo, sem abandonar referencias tradicionais.
  • Para Perret, se os homens desaparecessem subitamente, os edifícios em ferro e aço não tardariam em segui-los. O material da arquitetura moderna era sem duvidas o concreto armado.
  • Concreto armado = Nova estética. (Formas simples e grandiosas, sem complicações).
  • Limites do Art. Déco
  • Quando adotamos esse termo, lembramos certamente da França como um pais vitorioso, perto dos demais países europeus devastados pelo período pós-guerra. Demais estudos gerais sobre esse estilo, desconsideram totalmente suas contribuições na Itália, um pais que desde o início do século XX desenvolvia uma avançada tecnologia no uso do concreto armado;
  • Temos como referência: August Perret, Frank Lloyd Wright entre outros nomes;
  • E isso acaba por ter reflexos no Brasil, em função de ser um período de intenso fluxo de imigração para o pais, desde o último quartel no século XIX;
  • Porem na pratica, autor considera o Art. Déco no Brasil, como uma manifestação decorativa do que de propriamente construtiva;
  • Art. Déco como estilo
  • Os trabalhos de Antônio Maya apresentados na semana da arte moderna eram de estilo “exótico” que retomavam os motivos pré-colombianos no Brasil.
  • Theodoro Braga estudou os motivos da cerâmica Marajoara (antiga cultura que antecede os portugueses).
  • O Marajoara e outras figurações pré-colombianas recorreram da decoração de interiores nos anos 1930, o geometrismo combinava com o gosto Déco.
  • O Art. Déco foi suporte para várias tipologias arquitetônicas a partir de 1930 (salas no RJ, Rádio Cultura de SP e a sede da Rádio Jornal do Comércio de Recife).
  • Vitrine de modernidade
  • O Art. Déco se consagrou numa grande exposição e foi reforçado pela realização de grandes exposições transitórias com o predomínio de pavilhões desenhados a gosto.
  • Contando com pavilhões temáticos, para diversão e os administrativos, predominava o estilo Déco nos edifícios.
  • O caráter efêmero dessas obras levava a opções simples de construção e decoração: os pavilhões eram estruturados de madeira com fechamentos em estuque, o ornamento dependia ao sistema construtivo empregado e o Déco confluía para a soluções menos rebuscadas.
  • São Paulo – 1° viaduto Déco foi o Boa Vista – Projetado por Osvaldo Arthur Bretke
  • Rio de Janeiro – Cristo Redentor é um estátua Déco.
  • Essas referências de importância urbana serviram para disseminar popularmente o estilo Art Déco.
  • Imagens do futuro: o arranha-céu
  • Entre 1924 e 1929 ergueu-se o primeiro arranha-céu na cidade de São Paulo, O Martinelli, empreendimento do italiano Giuseppe Martinelli, este composto por uma torre ornamentada ao gosto eclético que formou uma vertente oposta ao segundo arranha-céu concebido na cidade do Rio de Janeiro, A Noite, concluído em 1930 e projetado por Joseph Gire e Elisário Bahiana, era um edifício de linhas geométricas, com toque Déco, dando vazão ao preceito de uma arquitetura integrada à estrutura.
  • Na década de 1930, a linguagem Art. Déco estaria associada as grandes estruturas que romperiam os horizontes urbanos, marcados sobretudo pela verticalidade de torres sineiras de igrejas.
  • A inserção mais espetacular de uma obra Déco na paisagem tradicional foi, sem dúvidas, o Elevador Lacerda em Salvador, que trata-se da ligação entre a parte alta e a baixa da cidade.
  • Nas décadas de 1930 e 1940, nas grandes cidades brasileiras, as estruturas altas de gosto Déco predominariam na verticalização das paisagens.
  • Usualmente eram edifícios comerciais.
  • O edifício em altura era um desafio para uma sociedade que desconhecia esse modo de vida, porém a falta de habitação no período, incentivou a verticalização.
  • Em São Paulo um dos primeiros edifícios residenciais, foi o Columbus, projeto por Rino Levi e inaugurado 1932, sendo um projeto com planta e infraestrutura bem resolvidas, porém hoje demolido era um edifício de massa robusta que se destacava na paisagem da época.
  • No Brasil os primeiros arranha-céus tinham péssima resolução de planta.
  • Samuel Roder, engenheiro-arquiteto, foi um dos primeiros a projetar em linguagem Déco na cidade de São Paulo nos anos de 1920, afirmava que não via sentido em decorar arranha-céus com ornamentos que não seriam visíveis ao observador na rua ou que aplicassem a especificação em tamanho compatível a serem apreciados a distância.
  • Vertentes Racionalista – Obras Públicas
  • As obras públicas tiveram uma racionalização construtiva nos anos 30 em função de revolucionários desse mesmo período, tendo como iniciante a Companhia Construtora de Santos, que tinha como objetivo a construção de inúmeros quartéis em diversas regiões do país.
  • São Paulo e Rio de Janeiro, com Getulio Vargas, foram contemplados com reformas educacionais, intimamente ligadas há reformulação do sistema principalmente com linhas geometrizadas amparadas em uma série de tópicos funcionais, programáticos e pedagógicos.
  • Linhas geométricas marcaram a arquitetura das escolas nesse período, sendo essa característica participante de uma série de tópicos desenvolvidos pela Secretaria da Educação de São Paulo que também contribuíram e influenciaram a arquitetura dessas construções.
  • Alguns arquitetos que construíram nesse período: Enéas Silva, José Mariano Filho, Anísio Teixeira, José Maria da Silva Neves.
  • Porém a mais importante obra desse período no Brasil foi em Salvador, O Instituto de Educação da Bahia, é um complexo ligado por passarelas, composto por quadra, piscina e áreas de recreio. O projeto tem autoria de Alexandre Buddeus, arquiteto belga radicado no Rio de Janeiro, sendo também responsável pela sede do Instituto do Cacau, outra obra racionalista.
  • No Rio Grande do Sul se desenvolveu projetos ao gosto Déco, como Hospital de Pronto-Socorro, Centro de Saúde Modelo e o Mercado Livre.
  • Outras obras racionalistas que tiveram destaques: Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal no Rio de Janeiro, Diretoria de Arquitetura e Construção de Pernambuco além dos Departamentos de Correios e Telégrafos em várias cidades brasileiras. Sendo esses edifícios estrategicamente localizados na malha urbana, evidenciando a separação de acessos e circulações independentes conforme hierarquia funcional. Alguns desses edifícios foram criticados por não se adequarem as condições dos locais em que foram instalados, como exemplo a agência de Salvador. Tendo indícios de inspirações na ação dos Correios e Telégrafos da França.
  • Sulamérica Capitalização (Sulacap) foi grande empreendedora de edifício comerciais de alto padrão e arquitetura com linhas modernas, incluindo vários arranha-céus
  • Diluição e Engajamento de uma Modernidade
  • Tratando ainda da mesma década, anos 30, as arquiteturas “cúbicas” e o Art Déco se disseminavam entre os profissionais de todo país. Sendo o Art Déco adotado em forma de linhas mais simplificadas nas moradias mais simples, tendo muitas interpretações na arquitetura popular.
  • O Art Déco como ornamentação teve grande declive e foi praticamente abandonado na década de 40, dando lugar a uma arquitetura monumental que tinha como base soluções compositivas de grande massa do ensinamento Beaux-arts.
  • Essa arquitetura monumental constituiu parte das configurações dos cenários de ideologias dos governos de esquerda e direita. São Paulo possuí uma das obras mais representativas dessa linha, a sede do Grupo Matarazzo, projetado pelo arquiteto do fascismo Marcello Piacentini.
  • Um espaço aberto que representa esse pensamento de monumentalidade é o eixo do Parque Farroupilha, de Porto Alegre. Outro exemplo desse pensamento são a Faculdade de Medicina de São Paulo e o Ministério da Guerra no Rio de Janeiro.
  • Essa grandiosidade nas edificações levou a um processo de ocupação vertical, a verticalização, que para o período significava progresso e modernização.
  • Alfred Agache foi um dos principais teóricos de modelos de projetos urbanos, formulando planos para cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Projetou edifícios que representavam grandes obras na paisagem urbana das cidades, tendo como paradigma de boa qualidade da arquitetura comercial, o edifício Sulacap de Porto Alegre.

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