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A TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO

Por:   •  20/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.202 Palavras (5 Páginas)  •  201 Visualizações

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ATIVIDADE N1 – TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO (SÉC. XIX-XX) ELABORAÇÃO DE PAPER

DOCENTE: Marília Cavalcanti

DISCENTE: Elter Leão de Castro

De acordo com Kenneth Frempton (1997), a ideologia do "Progresso" emerge no final do século XVIII e início do século XIX, influenciando diretamente todas as áreas da ciência e tecnologia e do pensamento humano, inclusive a própria arquitetura e urbanismo. Deste modo, o pensamento pelo “Progresso” se torna uma importante ferramenta ideológica nas mãos dos políticos, donos de fábricas e industrias que vendiam o esforço do hoje por um suposto futuro melhor, em nome do “desenvolvimento”. Deste modo, houve toda uma mudança de ethos do pensamento social que influiu na forma como o homem transforma a natureza e, consequentemente, na própria concepção de cidade e habitação. A industrialização transformou os padrões de vida e demandou novas construções: estações de trem, casas suburbanas, arranha-céus. Socialmente, mobiliza a arquitetura da igreja e estado, quem monopolizava e ditava a estética das obras, e transferiu para as aspirações da classe média emergente e a burguesia que então se instalava na sociedade europeia.

A infraestrutura destas novas estruturas seguia o desenvolvimento das indústrias, que demandavam espaços mais amplos e a prova de fogo. Assim, a madeira é substituída pelo ferro nas construções. Em vários países da Europa a ênfase na utilização e no desenvolvimento do ferro vão gerar tratados e estudos dedicados a esse tipo de material, que se mostrava cada vez mais viável economicamente e mais resistente. Podemos usar como exemplo, de acordo com Frempton (1997), os primeiros grandes recintos permanentes fechados foram as estações ferroviárias construídas na segunda metade do século XIX.

        As estações de trem e ferrovias são obras simbólicas da revolução industrial, pois são a partir dela que as paisagens e o fluxo das cidades iam se transformando, pois eram submetidas às necessidades do desenvolvimento e das grandes fábricas, que agora produziam em larga escala e, também, precisava escoar produtos cada vez mais rápido e em maior quantidade. De acordo com Manuel Castells, por onde elas se estendiam, surgiam novas estruturas de serviço como portos maiores, exposição de feiras, ambulantes, estoques, bancos etc.

Ainda, permitiu de forma expressiva a mobilidade entre a população, que agora encurtava o tempo de viagem e conseguia ter uma vida e uma sociabilidade para além da vila. Isto criou a oportunidade de pessoas trabalharem, manterem famílias e relações mais distantes que as imaginadas anteriormente. Ainda, a noção de tempo e espaço se estreitou, proporcionando que a circulação de bens e serviços chegassem a lugares mais distantes de forma mais rápida.

A novidade era o uso do ferro, material de construção mais utilizados neste contexto. O ferro foi utilizado em grades, peitoris, escadas metálicas, divisões e decorações, substituindo o uso de madeira – devido a sua maior resistência e ser incombustível. O ferro sofreu uma série de evoluções, tanto em sua maneira de aplicação quanto em sua estrutura física molecular que dá origem aos mais diversos tipos de aço na atualidade. O grande ápice do desenvolvimento do ferro se deu nas pontes, como a do Brooklin. O ferro suporta 4 a 40 vezes mais pressão que a pedra e tem um peso bastante menor, com a vantagem de se adaptar a qualquer forma e de não precisar de tantos apoios, aumentando o espaço de circulação. Com ele as paredes puderam ser bastante reduzidas na espessura.

A primeira estrutura industrial foi a Ponte de Ferro sobre o rio Severn, em 1775-1779 perto de Coalbrookdale, no centro de Inglaterra. A sua estética estava muito longe das formas arquitetônicas que as pessoas da época estavam habituadas, trazendo, inclusive, um curioso conflito entre os trabalhos de engenheiros, que eram duramente criticado pelos arquitetos por terem divergências acerca das perspectivas dos usos de uma construção.

Para além do ferro, também foi utilizado produtos pré-fabricados e materiais como o betão, o aço e lâminas de vidro, com cada vez mais pompa e grandiosidade, possibilitando grandes janelões, cúpulas de vidro suntuosas, e espaços interiores mais iluminados devido à transparência dos materiais. A utilização destes novos materiais despertou uma arte que trouxe os engenheiros como também alguém que era artista.

Mais tarde, em 1851, Joseph Paxton deu uma nova roupagem a estas construções, inaugurando (ou reinaugurando) um tipo de construção como o Palácio de Cristal em Londres, uma construção inovadora para os tempos da época, idealizado e construído para a Primeira Exposição Mundial, sob o título "Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações” que tinha por objetivo ser uma exposição internacional de produtos manufaturados.

As primeiras estruturas possuíam uma potencialidade estética revolucionária, que era atrativa e imponente, chamava a atenção inevitavelmente de quem observava – que se sentia pequeno diante da grandiosidade da obra. Ainda, era  despida, provida de leveza, transparência, tensão e fragilidade, mas se afastavam demais das formas comuns à arquitetura da época. Consequentemente isto causou opiniões conflituosas e contrastantes, onde muitos pensadores, arquitetos e engenheiros da época questionavam o título de arquitetura, e as consideravam como, a saber, meras “construções utilitárias”.

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