A Transformação Da Educação Do Piauí Ao Longo Dos Séculos
Por: amaousaaluno • 5/11/2023 • Relatório de pesquisa • 1.087 Palavras (5 Páginas) • 54 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ARTES – CCECA
CURSO:PEDAGOGIA 2023.1 NOITE
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
PROFESSORA: KELLY FIGUEIREDO
AMANDA ROBERTA AQUINO DE SOUSA
DA PALHA À CANETA: A TRANSFORMAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO PIAUÍ AO LONGO DOS SÉCULOS.
Teresina - PI
2023
INTRODUÇÃO
Durante um extenso período de tempo, a educação no estado do Piauí atravessou um processo de emancipação prolongado, caracterizado pela ausência de instituições escolares e pelo ensino doméstico da leitura e escrita por parte das crianças. Ao longo do tempo, houve uma transformação nesse modelo educacional. Neste texto serão explorados os principais eventos e atores envolvidos nesse processo de evolução da educação no Piauí, desde esta época, até os desafios enfrentados durante o período colonial e que ainda têm impacto nos dias atuais.
A EDUCAÇÃO NO PIAUÍ DURANTE O PERÍODO COLONIAL: UMA ANÁLISE HISTÓRICA
No século XVII, fazendeiros da Casa da Torre da Bahia como Domingos Afonso Mafrense e Julião Afonso, colonizaram o Piauí, encontrando condições favoráveis para a pecuária. A criação de gado desempenhou um papel importante no desenvolvimento inicial do estado, enquanto os vaqueiros se tornaram uma figura emblemática da região. Porém, a educação formal enfrentou desafios devido à baixa densidade populacional, distância entre as fazendas e desinteresse dos habitantes em buscar estudos. A falta de professores qualificados e incentivo salarial também dificultaram o progresso da educação letrada nos primeiros anos do estado.
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 e se estabeleceram no Piauí em 1711 com o objetivo de converter os habitantes locais ao cristianismo. Permaneceram na região por 48 anos, até serem expulsos por ordem do Marquês de Pombal em 1759. Em 1757, foram criadas duas escolas no Piauí, uma para meninos e outra para meninas, com ensino de doutrina cristã, leitura, escrita, matemática e habilidades domésticas. No entanto, não há registros se essas escolas realmente funcionaram.
No trabalho campestre, a falta de instrução resultava na ignorância da população. Apenas os privilegiados tinham acesso à educação e cultura letrada. No século XIX, foram estabelecidas escolas em Oeiras, Parnaíba e Campo Maior, com diferentes salários para os professores. Em 1818, uma cadeira de latim foi criada em Oeiras, mas ficou vaga até 1822. Em 1820, o Padre Marcos de Araújo Costa fundou a escola Fazenda Boa Esperança, que funcionou por trinta anos. Durante esse período, ficou evidente que o ensino público não estava formalmente estruturado, deixando a maioria da população analfabeta.
O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL NO PIAUÍ DURANTE O PERÍODO IMPERIAL
Após a Independência em 1822, o Brasil entrou no período Imperial. A constituição de 1824 estabeleceu a gratuidade e universalidade do ensino, e a Lei Geral do Ensino de 1827 regulamentou esses princípios. No Piauí, a educação pública estava negligenciada, mas houve esforços para cumprir a lei e melhorar a situação educacional.
O Presidente da Província, João José Guimarães e Silva, criou escolas de primeiras letras em várias localidades e cadeiras de Latim em Oeiras, Parnaíba e Campo Maior, impulsionando a expansão da educação na região. No estado piauiense, o ensino público enfrentou desafios devido à falta de professores qualificados. O método de ensino mútuo foi tentado, mas não teve sucesso. Em 1838, foi aprovada a Lei Provincial nº 86, que permitiu o uso do método simples, onde o professor atendia os alunos individualmente na mesma sala de aula. Isso trouxe uma nova abordagem na educação da época.
Após o Ato Adicional de 1834, a responsabilidade pelo ensino primário e secundário passou para as províncias, causando desorganização e falta de articulação no sistema educacional em nível nacional durante o período Imperial. No Piauí, essa mudança agravou a situação precária da educação, devido à falta de recursos para promover a instrução pública, ao contrário de outras províncias mais prósperas.
Em 1834, o estado possuía apenas sete escolas primárias com professores, de um total de 14. O ensino secundário era limitado e precário, com aulas isoladas de latim em Oeiras, Campo Maior e Parnaíba. Para suprir a falta de profissionais qualificados, a província enviava estudantes e funcionários como pensionistas para estudar em outras regiões do país com melhores condições educacionais
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