A influencia da Bauhaus no Brasil
Por: Arquitetura 2015 • 17/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.537 Palavras (7 Páginas) • 2.212 Visualizações
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FEAU - FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO
BRUNA NEVES
CAROLINA GUARNIERI
CAROLINE ZOTELLI
EVILYM OLIVEIRA
A INFLUÊNCIA DA BAUHAUS NA ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA
Santa Bárbara D’Oeste
2015
BRUNA NEVES
CAROLINA GUARNIERI
CAROLINE ZOTELLI
EVILYM OLIVEIRA
A INFLUÊNCIA DA BAUHAUS NA ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA
Artigo Acadêmico apresentado à Universidade Metodista de Piracicaba, como parte dos requisitos necessários à obtenção de conceito na disciplina Metodologia de Pesquisa.
Orientador: Gessé Marques
Santa Bárbara D’Oeste
2015
1. Introdução
Iniciaremos falando sobre a influencia da Bauhaus na arquitetura moderna brasileira. Bauhaus vem do termo - haus, que tem como significado “casa”, bauen, “para construir” - conseguimos dessa forma captar o espírito que conduz o programa da escola. Sua ideia de aprendizado junto ao seu objetivo de arte interligam-se ao fazer artístico, e com isso recebemos uma herança medieval de reintegração das artes e ofícios.
As relações estabelecidas pela Bauhaus e a arte, são a técnica e a indústria, ou seja, o pensamento que é transferido da escola alemã pelos seus professores ate o Brasil. Logo após o fechamento da escola em Berlim, no ano de 1933, surgiu a possibilidade de se perpetuar o movimento artístico, que ia muito além do curto período de existência da escola.
“A proposta de Gropius para a Bauhaus deixa entrever a dimensão estética, social e política de seu projeto. O trabalho conjunto, na escola e na vida, possibilitaria não apenas o desenvolvimento das consciências criadoras e das habilidades manuais.” (BENEVOLO, 2001)
2. Contexto Histórico
2.1 Bauhaus
A Bauhaus teve como princípio inicial promover uma corporação de artesãos sem diferenciá-los com os artistas. Após muitas mudanças quanto à formação em artes aplicadas na Alemanha, em 1906, fundou-se a Escola de Artes e Ofícios do Grão-ducado, em Weimar. O nome do diretor era Henry van de Velde, arquiteto belga que projetou essa Escola. Ele foi demitido em 1915, posteriormente tendo Walter Gropius, Hermann Obrist e August Endell como indicados a direção da instituição.
Gropius defendia que artesãos e designers deveriam adquirir conhecimento através de ateliês, já Mackensen - diretor da Academia de Belas Artes de Grão-Ducado - , defendia que este conhecimento deveria acontecer através de uma academia de belas artes. Esse impasse resultou na união da Academia de Arte e da Escola de Artes e Ofícios, formando assim a Bauhaus.
O principio da escola “Fundava-se sobre a colaboração, da pesquisa conjunta entre mestres e alunos.” (ARGAN, 1992) Além disso, era entendida como uma sociedade que se autodetermina, isto é, firma-se e de desenvolve por si, organiza e orienta seu próprio progresso, portanto, a Bauhaus foi criada como uma escola democrática no sentido pleno do termo. A Bauhaus foi dada como uma “importante instituição de educação artística usando ideias modernas”, que combinaria com “o currículo prático de uma academia de artes” com “o currículo pratico de uma escola de artes e ofícios”, proporcionando um “sistema abrangente para estudantes talentosos”. Rejeitando a política de produção em massa, tinha ênfase no ensino do aluno como indivíduo, nas emoções, nos sentidos e no intelecto do aluno. (ARGAN, 1992).
[...] não é muito importante que o artista (um burguês por definição), com um gesto de santa humildade, converta-se em operário; pelo contrário, o importante é que o operário se torne artista e, assim devolvendo um valor estético (ético-cognitivo) ao trabalho desqualificado pela indústria, faça da obra cotidiana uma obra de arte. (ARGAN, 1992).
Sendo um sinônimo de uma força revolucionária de intelecto, talento e ação, a Bauhaus se focou em tudo aquilo que o design e a arquitetura poderiam tornar um prazer, mas que não o fazia usualmente como disse o Ministro da Cultura do Estado da Turíngia “Bauhaus foi e é a partida para o moderno”.
Desta forma, a Bauhaus é a primeira escola de desenho industrial focada na funcionalidade, custo reduzido e produção em massa, fazendo exatamente o oposto dos prédios pomposos da antiga monarquia alemã. Através disso, a escola tinha como objetivo fazer a ligação entre arquitetura e arte, à tecnologia e ao artesanato, saindo do foco de se fazer construções de prédios e instalações. Ela abrangia também produtos de uso diário, como, por exemplo, cadeiras, luminárias, talheres, mesas, entre outros. O novo estilo arquitetônico era representado por linhas retas, ambientes claros, espaços bem aproveitados e pela ausência de adornos. A cara moderna e inovadora da escola Bauhaus a tornou um importante movimento da vanguarda, onde suas diretrizes iriam prevalecer no mundo inteiro durante o século XX.
3. A influência na Arquitetura Brasileira
3.1 Estilo Arquitetônico da Bauhaus
O estilo arquitetônico Bauhaus, que chegou à América Latina, onde foi tropicalizado. Max Bill, primeiro diretor da escola de Ulm[1], chega ao Brasil sob forte influência funcionalista tornando-se pioneiro no design brasileiro. O ex-aluno da Bauhaus, Alexandre Altberg, lança a revista Base em 1930 e com a chegada da industrialização ao Brasil, chega também grandes empresas, das quais começaram a empreender muitas obras que seguiam o novo movimento arquitetônico.
O presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília, foi um dos maiores modernistas e inovadores neste sentido. O Projeto de Brasília pode ser um clássico exemplo da influencia da Bauhaus no Brasil, o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer, ambos socialistas engajados, a projetarem com o modelo funcional e artístico da escola alemã. Os ministérios da Esplanada, os prédios do Setor Bancário Sul como, por exemplo, o Banco do Brasil assim como os primeiros blocos residenciais completamente sem adornos, visavam apenas a funcionalidade. Os edifícios residenciais da Asa Sul e Asa Norte foram desenhados com pilotis, construções suspensas, modernas, e ao estilo Bauhaus. Brasília, tem em seu projeto divisões de setores, são eles os residenciais, governamentais e industriais, as largas avenidas e faixas verdes, fez com que a jovem capital se tornasse um símbolo de modernidade.
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