ARTE E CIDADE: O PODER DA REPRESENTAÇÃO E DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE NO CINEMA
Por: guimazzucatto • 28/6/2018 • Artigo • 2.928 Palavras (12 Páginas) • 262 Visualizações
ARTE E CIDADE:
O PODER DA REPRESENTAÇÃO E DA CONTEXTUALIZAÇÃO DA CIDADE NO CINEMA
PETRY, Bruna¹
MAZZUCATTO, Guilherme²
SUMÁRIO
RESUMO 1
ABSTRACT 2
1. INTRODUÇÃO 2
2. A CIDADE E O IMAGINÁRIO URBANO 3
2.1 PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO 4
2.2 A MEMÓRIA URBANA 4
3. CINEMA: MOVIMENTO E IMORTALIZAÇÃO 5
4. IMAGEM, CINEMA E O ESPAÇO URBANO 7
4. CONCLUSÕES 9
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 9
RESUMO
O artigo visa constituir uma leitura crítica da trajetória do cinema e de seu envolvimento com a cidade, tratando diversos marcos históricos e a influência do mesmo a partir do século XIX, levantando alguns pontos de reflexão acerca das relações entre o cinema e a cidade. Contribui--se para uma compreensão do espaço urbano a partir da inclusão da dimensão não-material representada pela produção artística. Pretende-se levantar alguns pontos de reflexão sobre a cidade a partir do cinema, podendo contribuir para uma análise mais enriquecedora do urbano.
Palavras-chave: Cinema; Cidade; Arte; Arquitetura; Urbano
ABSTRACT
The article aims to provide a critical reading of the cinema trajectory and its involvement with the city, dealing with several historical landmarks and the influence of the same from the nineteenth century, raising some points of reflection about the relations between cinema and the city. It contributes to an understanding of urban space by including the non-material dimension represented by artistic production. It intends to raise some points of reflection about the city from the cinema, and can contribute to a more enriching analysis of the urban.
Key words: Cinema; City; Art; Architecture; Urban
1. INTRODUÇÃO
Antes do cinema, a fotografia era a arte mais próxima da representação da realidade, com os traçados fielmente respeitados, faltando-lhes apenas a sensação do movimento, porém sempre aplicada a um contexto, paisagem, cenário ou momento. Não só a pintura, mas o teatro de certa forma também se aproxima do assunto, se aprofundando ainda mais sobre a experiência de reproduzir uma realidade.
Apesar das controvérsias históricas, 1995 foi escolhido para a comemoração do centenário do cinema. Os meios de comunicação veicularam diversos aspectos da sétima arte, e em vários locais, em todos os continentes criou-se numerosas programações que pretenderam marcar de forma significativa um século de produção cinematográfica.
Aproveitando-se deste contexto é possível tecer algumas considerações sobre a representação da cidade no cinema, já que todo filme pertence a um lugar, uma paisagem ou um cenário no qual se desenrolam a trama e o drama dos personagens. A cidade foi e ainda é sem sombra de dúvida, um elemento preferido na representação cinematográfica.
Além disso, um filme produz símbolos, ideias e imagens que são projetados ao público e decodificados pelo mesmo, passando a fazer parte do imaginário coletivo. Pode-se também a partir dessa identificação do espectador, reconstituir e compreender examinando elementos de sua arquitetura, espacialidade, organização social, parte dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais por essa estruturação interna das cidades em diferentes momentos históricos, dependendo do intuito da história revelada.
2. A CIDADE E O IMAGINÁRIO URBANO
Segundo Argan (2005) entre a “cidade real” e a “cidade ideal” há um contrabalanço e troca de sinais entre uma “cidade do desejo” e uma “cidade do possível”.
Para dar início ao artigo, a citação de Argan nos faz refletir sobre nossas idealizações da cidade em que vivemos, tendo uma análise notória com relação a questão da percepção e do imaginário do mesmo. Levando em conta o ambiente vivido, há uma integração de imagem e cidade que o imaginário urbano dá forma, desenvolvendo uma percepção que visa toda a questão que chamamos de material e não-material, em que ambas trabalham de forma íntegra e conjunta, de modo que o desenvolvimento entre elas se torna um somatório de experiências que se inicia desde o ponto de vista do cidadão, até a percepção que o mesmo terá ao visualizar uma edificação, uma fachada ou algo do gênero.
Se analisarmos a cidade como uma construção social, podemos considerar que o “não-material” é além de um assunto amplo e subjetivo, a criação de elementos, que se projetam em sua materialização, sendo assim necessário analisar as dinâmicas urbanas a partir dos mesmos elementos subjetivos que os habitantes percebem sobre sua cidade.
Para Rama (1985) a cidade é uma articulação de signos que compõem uma identidade social e culturalmente construída. O imaginário da cidade seria o “reflexo” não semelhante de uma cidade física.
O peso do simbólico se sobrepõe à realidade: o parecer tem o efeito de ser e, como tal, seja julgado e avaliado. A credibilidade do imaginário se impõe, mesmo que as condições concretas das existências neguem os discursos e as imagens que sobre a realidade se produzem.
A aparência e a fachada têm alta significação e o detalhe é tomado pelo conjunto (PESAVENTO, 1999).
Deste modo, integrar o subjetivo – não material- e o simbólico – material – nas análises urbanas e incluir como parâmetro para o desenvolvimento de uma construção social entre cidade e cidadão é de suma importância para o avanço de uma sociedade que por muitas vezes, se torna um difusor de águas quando se trata de uma temática que relaciona o entendimento e o ponto de vista da cidade ideal e a cidade do possível como comentado por Argan.
2.1 PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Por outro lado, para constituir um pensamento crítico e uma consciência ampla sobre o tema anterior, é relevante estabelecer uma linha histórica sobre o próprio espaço vivido, dando relevância aos pontos históricos da cidade e de sua memória, relembrando do imaginário urbano criado na sua época e de como foram traçados. O patrimônio cultural construído e a identidade cultural de uma população se faz, também, através da preservação do Patrimônio Histórico, este patrimônio, deve ser visto como um grande acervo, que é o registro de acontecimentos e fases da história de uma cidade.
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