A imagem da cidade e os seus elementos” e Capítulo 4 “A forma da Cidade”. A imagem da cidade
Por: Virgilia Amorim • 28/5/2015 • Resenha • 1.528 Palavras (7 Páginas) • 2.766 Visualizações
URBANISMO 1 – 2014
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: Fichamento/análise ____
Aluno(s): Virgilia Amorim e Weigner Henrique Tomé |
Turma: Urbanismo 1 - ARQ6AB Data: 26/09/14 Prof.ª Daniele Ruas |
Lynch,Kevin Leitura e interpretação de texto
Capítulo 3 – “A imagem da cidade e os seus elementos” e Capítulo 4 “A forma da Cidade”. A imagem da cidade
Ideia central dos capítulos: No capítulo 3: “A imagem da cidade”, Lynch lista alguns elementos principais componentes da paisagem urbana, elucidando suas características e funções na cidade, bem como sua relação com o observador, explicando o ponto da imaginabilidade urbana, que facilita a identificação e estruturação visuais. No capítulo 4 : “A forma da cidade”, o autor aborda a inter-relação dos elementos citados no capítulo anterior visando o planejamento urbano de qualidade, e deixa algumas recomendações de aplicação para o design urbano.
Ideias parciais:
Capítulo 3:
- A imagem da cidade construída através de elementos (vias, limites, bairros, pontos nodais e marcos);
- Vias: são canais de circulação, onde o observador passa habitual, ocasional ou potencialmente, tornando-se portanto o elemento de mais fácil identificação da cidade; o observador está inserido nas vias, o que as tornam mais suscetíveis às memorias individuais e cinestésicas;
- Limites: são os elementos lineares que não se enquadram como vias, tornando-se fronteiras entre dois lados da cidade; tem caráter de segregação e não permitem a permeabilidade; são referências laterais;
- Bairros: podem ocupar médias ou grandes extensões da cidade, e são reconhecíveis pelos elementos comuns, e tornar-se referência quando o observador está de fora; é penetrável, e pode acondicionar outros elementos como vias, pontos nodais, limites e marcos;
- Pontos nodais: ou cruzamentos, são focos de fluxo ou atividade de um local, para os quais ou a partir dos quais o observador se locomove; pode ser entendido como um ponto convergente de vias, ou uma interrupção do transporte, tornando-se algumas vezes o ponto mais importante do bairro;
- Marcos: são referências externas, objetos físicos reconhecidos como medidores de distância ou localizadores; geralmente tem características peculiares e distintas do entorno; podem ou não estar dentro da cidade, no caso de estarem fora, servem como referência radial;
Capítulo 4:
- A cidade como uma organização mutável e polivalente; as formas devem estar diretamente ligadas a circulação, usos principais do espaço urbano, pontos focais mais importantes;
- Aumentar a imaginabilidade do ambiente urbano significa facilitar sua identificação e estruturação visuais, de modo que a cidade seja compreendia e sentida; para tal é necessário que os elementos que a compõem se relacionem instintivamente;
- A percepção desses elementos está ligada à história e à memória da cidade mais do que necessariamente com a extensão física ou a visibilidade formal, tais características podem ser relevantes, mas a eleição, pelos observadores, dos elementos que constroem e imagem da cidade também depende da cinestesia e da memória;
- Qualidades da forma:
- Singularidade/ clareza da figura: Nitidez dos limites; fechamento; contraste de superfície, forma, intensidade; complexidade, tamanho, uso, localização;
- Simplicidade da forma visível, limitação de partes;
- Continuidade de limites ou superfícies; repetição de intervalos rítmicos, similaridade;
- Predomínio de uma parte sobre outras em decorrência do tamanho, da intensidade ou do interesse, integrando a leitura das partes ao conjunto;
- Clareza de junção, visibilidade das ligações e costuras; relação e inter-relações claras;
- Diferenciação direcional, assimetrias, gradientes e referências radiais que diferenciam uma extremidade da outra;
- Alcance visual: transparências, sobreposições, vistas e panoramas que aumentam a profundidade de visão; elementos de articulação que explicam visualmente um espaço; concavidade;
- Consciência do movimento: qualidades que tornam sensível ao observador o seu próprio movimento real ou potencial. São estes os artifícios que melhoram a clareza de ladeiras, curvas e interpenetrações, mantém a consciência de direção, ou tornam visível o intervalo entre as distâncias, além de oferecer a experiência da mudança de sentido;
- Séries temporais: são percebidas com o passar do tempo, incluindo tanto as ligações simples, item por item, como as séries verdadeiramente estruturadas no tempo e, portanto, de natureza melódica, como se os marcos aumentassem sua intensidade formal até atingirem um clímax.
- Nomes e significados: características não-físicas que podem aumentar a imaginabilidade de um elemento. Os nomes, por exemplo, são importantes para a cristalização da identidade.
Argumento/Análise crítica:
A imagem da cidade é constituída tanto por elementos já existentes, como por aqueles que se constroem no decorrer do tempo, sendo que a percepção desses elementos depende diretamente do observador, aliada à memória e ao sentimento produzido pela iconografia da cidade e seus ocupantes. Lynch cita alguns dos elementos principais constituintes da cidade para reconhecimento de sua forma, que são: as vias, constituídas especialmente pelas ruas, avenidas e demais elementos de transição, no qual o observador caminha e reconhece os demais elementos. Os limites podem causar segregação e são uma quebra da continuidade visual e/ou física, sendo uma referência lateral contínua para o observador, que está inserido em um lado do limite e tem visão do lado oposto. Bairros, que constituem médias ou grandes áreas da cidade e são reconhecidos tanto pelo exterior por se tornarem referências de passagem, como pelo interior, onde possuem pontos comuns de composição. Pontos nodais, são os cruzamentos, ou vias de convergência de fluxo, são espaços de concentração ou emancipação do fluxo, seja de um bairro ou da cidade, e é importante para o reconhecimento da cidade pois geralmente destaca-se do traçado urbano habitual e possibilita a convergência de caminhos. Marcos são as referências iconográficas mais marcantes do contexto urbano, na qual o observador não adentra, apenas visualiza e a partir dessa visualização se orienta; ele pode portanto, estar inserido dentro ou fora da cidade, pode ser uma construção, ou um elemento geográfico natural, desde que tenha importância de significado e seja distinto de alguma forma do seu entorno.
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