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ATELIÊ INTEGRADO DE PROJETO

Por:   •  12/11/2018  •  Resenha  •  1.478 Palavras (6 Páginas)  •  184 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DATA 16/10/2013

ATELIÊ INTEGRADO DE PROJETO

TEXTO

TEXTO 4 (Correa & Busquets) 

ALUNO

Guilherme Silva do Nascimento (0812960) 

PERGUNTA BÁSICA Como o conteúdo do texto se reflete na análise e projeto da área de estudo?

Joan Busquets em “A new lens for the urbanistic projetc” elabora um estudo sistemático sobre desenho urbano, tendo como principal objetivo a melhoria do espaço habitado e do contexto urbano.

Utilizando-se do conceito de taxonomia, tal como Carlos Lineu (Séc. XVIII) propôs para a “classificação dos seres vivos”, que é um sistema hierárquico de classificação no qual as espécies semelhantes agrupam-se em gêneros, famílias, ordens, classes, etc, o autor enquadra suas linhas de pesquisa de maneira análoga, delimitando os enfoques de estudo que buscam responder os questionamentos mais variados da cidade contemporânea.

O aparecimento de uma cultura urbanística emergente, que visa enfrentar os novos problemas da cidade e do território, é neste estudo confrontado com o modelo de urbanização e industrialização postos pelo movimento moderno, sendo considerado em sua totalidade reducionista e superficial, já que trata de forma muito restrita e pouco integradora os problemas que regem as “disciplinas” que intervêm na construção do território, tal como o planejamento, desenho urbano, paisagismo etc.

Partindo desta visão, espera-se que práticas projetuais e teóricas sejam capazes de questionar os modelos de planejamento implantados séculos atrás e que configuram o atual cenário carioca, uma vez que tal território está sendo alvo de constante visibilidade, tendo em conta as perspectivas atuais e futuras para o desenvolvimento e recuperação de áreas que carecem de requalificação urbana para a recepção de eventos internacionais, sobretudo para melhoria de vida da própria população.

A região do Maracanã é dinâmica e de suma importância no cenário carioca e brasileiro. Salienta-se seu valor como construção de um marco para a cidade e para o país, abrigando ícones como os estádios Maracanã e Maracanãzinho, o Museu Nacional de História, da UFRJ, a Quinta da Boa Vista, o Complexo da Mangueira e o campus da UERJ, garantindo o potencial turístico da área, de fomento à pesquisa e de requalificação urbana de favelas. Somado a isso, tem-se o fato de a área ser um eixo de conexão entre as regiões Norte e Central da cidade, servindo como pólo de atratividades múltiplas.

Neste momento, práticas de reconfiguração territorial e de revalorização da cidade como lugar simbólico, conforme dispõe Busquets, se tornam mais do que necessárias. Após um período de ostracismo e banalização disposto pelo urbanismo funcionalista, configura-se um tecido urbano de pobreza espacial e ambiental. A região do entorno do Maracanã possui um modelo de urbanização pouco conectado entre si e com as outras regiões da cidade, não utilizando o seu potencial atrativo por inteiro. Desta maneira, não foge das qualificações supracitadas que encontramos no texto. O planejamento imediatista e preocupado em resolver questões superficiais costurou retalhos, suturando o tecido urbano como um cadáver, numa tentativa (ainda) mal sucedida de ressurreição.

Sua configuração existente deve ser trabalhada de forma a receber infraestrutura e novos usos. Criar espaços livres com usos específicos é fundamental para a requalificação do tecido existente e para a melhora da dinâmica da paisagem atual e a vida da população local. O comércio, pouco consolidado no entorno imediato da Quinta da Boa Vista e UERJ, surge como potencializador da criação de diversas atividades e serviços no seu entorno, pois como afirma o autor, com a atual dinâmica de desenvolvimento econômico mais global, podemos abrir espaço para uma reflexão sobre os questionamentos urbanos latentes, de forma mais integradora e abrangente dos diversos contextos em que se operam tais atividades.

Um dos aspectos mais salientes da construção do texto de Busquets é a concepção formal e estética. A correta articulação baseia-se no equilíbrio entre condição social e dimensão artística, negando o domínio exclusivo de uma delas. A cidade, portanto, demanda grandes esforços para recuperar os critérios de composição formal que a arquitetura impõe, sobretudo quando se deve ter o espírito de abandono dos “esquematismos” da escola de Beaux-Arts. Tendo em vista o potencial econômico da região, observa-se uma grande disparidade no que tange os princípios salientados pelo autor, já que do ponto de vista estético o Maracanã está longe de ser um bairro exemplar.

Busquets propõe um sistema de lentes para entender o desenvolvimento do projeto urbanístico. São eles:

  1. Os edifícios-chave, capazes de produzir um impacto urbanístico relevante. O Maracanã, o Campus da UERJ, o Museu Nacional apresentam-se como grandes objetos (em escalas distintas, mas impactantes);
  2. Grandes artefatos urbanos, inseridos em sítios de alta centralidade a fim de distribuir sistemas intermodais e conseguir inserção urbana com outros locais A estação de São Cristóvão é um exemplo ruim existente, pois ao invés de se inserir bem no contexto urbano segrega dois lados, apesar de ser um importante ponto de chegada ao bairro.
  3. Projeto minimalista: poucas inversões são capazes de dar respostas às questões essenciais da cidade, utilizando-se estratégias seletivas;
  4. Espaços urbanos – paisagem dentro da cidade: ações mitigadoras no espaço construído. Conversão de áreas em espaços públicos;
  5. Projeto urbano: Integração de diversas funções através da escala intermediária. Construção de um sistema aberto, que vai se transformando ao longo do tempo;
  6. Enfoque “Revival”: Construção de espaços tradicionais, que tem sua importância na organização e na construção da imagem da cidade;
  7. Projetos paisagísticos em grande escala – descentralização: projeto da paisagem em grandes espaços outrora abandonados, gerando um polo de descentralização urbana. O parque da Quinta da Boa Vista surge como um pulmão-verde de extrema importância no sistema de espaços livres da cidade
  8. Reabilitação Urbana, centros históricos e antigos tecidos urbanos: recuperação da história do local, atendendo as variáveis que garantem sua manutenção e atualização constantes.
  9. Masterplan urbano: organização de estratégias na escala do território urbano e de seu conjunto, estabelecendo decisões para racionalização do seu futuro.
  10. Projeto experimental – novos conceitos urbanos: promover novas maneiras de concepção projetual de modo a superar as práticas convencionais.

Vale ressaltar que o autor afirma que a reciclagem dos tecidos existentes, sua adaptabilidade e seus novos usos são exercícios essenciais na busca de uma requalificação urbana completa. Grandes espaços monográficos, como portos e indústrias, surgem como possibilidade de recuperação e introdução de novas atividades econômicas, numa estratégia de requalificação da paisagem que se encaixa perfeitamente no contexto do Rio de Janeiro, sobretudo com as necessidades de implementação de um projeto que potencialize as qualidades dos espaços públicos.

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