Analise museu abilio barreto
Por: Octavio Pena • 28/5/2019 • Trabalho acadêmico • 1.453 Palavras (6 Páginas) • 353 Visualizações
Genealogia da Arquitetura em Minas Gerais
Estudo de Caso: Museu Histórico Abílio Barreto
SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….4
- O CASARÃO DO MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO………...…………6
2.1 Da construção da Fazenda do Leitão à desapropriação da residência………………………………………………………......6
2.2 Novos usos à sede da Fazenda do Leitão e a criação do Museu Histórico…………………………………………………..12
- INFLUÊNCIAS PARA A SEDE DA ANTIGA FAZENDA DO LEITÃO………...18
3.1 A sede da Fazenda do Leitão e a tipologia das fazendas mineiras…………………………………………………………….20
3.2 O Casarão e a técnica do pau a pique (ou estrutura autônoma de madeira).............................................................28
3.3 A edificação mineira colonial e
a arquitetura do colonizador……………………………………..33
4. CONCLUSÃO……………………………………………………………………….36
5. REFERÊNCIAS……………………………………………………………………..37
- INTRODUÇÃO
O presente trabalho propõe a análise da edificação que hoje abriga o Museu Histórico Abílio Barreto — MHAB. Construído por volta de 1883, o sobrado colonial funcionava como sede da antiga Fazenda do Leitão e é hoje o único exemplar arquitetônico remanescente do antigo Curral del Rei. Em 1894, o espaço foi desabrigado pela Comissão Construtora da Nova Capital e passou a ter diversas utilizações, até se consolidar como primeiro museu da capital mineira.
A escolha desse objeto de estudo se deu principalmente por ser uma construção do século XIX, cuja composição estética e histórica contrasta radicalmente com as construções contemporâneas e verticalizadas que hoje estão ao seu redor. Ademais, ao utilizar uma técnica construtiva extremamente empregada no período colonial mineiro, o pau-a-pique, e por apresentar conformação espacial característica da época, o edifício em questão se coloca como um símbolo da época em que foi edificado.
Além disso, por ser a única obra remanescente do arraial Curral del Rei, a história da edificação foi marcada também pela história da construção da cidade de Belo Horizonte, sendo o seu estudo necessariamente vinculado à análise de outros fatores, como o Plano de Aarão Reis.
Portanto, tendo em vista o valor histórico do edifício tanto do ponto de vista belo-horizontino como no contexto brasileiro, o presente trabalho foi dividido em capítulos, da seguinte maneira:
Capítulo Dois: serão explicitados os processos históricos ocorridos desde o início da criação da Fazenda do Leitão até a implantação do denominado Museu Histórico Abílio Barreto, passando pela construção de belo horizonte e por questões como patrimônio e restauração.
Capítulo Três: o casarão terá sua técnicas construtivas e sua espacialidade profundamente detalhadas e contextualizadas, tendo como base a análises dos períodos e locais de sua utilização, bem como a comparação do edifício com outras obras que possam lhe ter servido de referência.
Para tanto, foi realizada uma visita de campo ao Museu Histórico Abílio Barreto pelo grupo, no dia 15 de janeiro de 2017, e um retorno no dia 19 do mesmo mês , visando a coleta de informações do acervo do próprio museu. Além disso, a análise de obras que têm como o foco a arquitetura popular brasileira e de blogs bem fundamentados que retratam a história da cidade se mostraram outras importantes fontes de pesquisa.
- O CASARÃO DO MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO
O Museu Histórico Abílio Barreto conta hoje com a única obra remanescente do Arraial Curral del Rei. Diversos foram os fatores responsáveis para que isso ocorresse, entre questões econômicas, sociais e simbólicas. O presente capítulo visa, portanto, apresentar uma análise histórica detalhada dos processos ocorridos, desde a edificação do imóvel, que nasceu como residência para os proprietários de uma importante fazenda mineira, até a conformação do atual Museu Histórico Abílio Barreto. Para tanto, dividiu-se o estudo em dois períodos, sendo a desapropriação da residência o divisor entre eles.
2.1 Da construção da Fazenda do Leitão à desapropriação da residência
A antiga Fazenda do Leitão era um bom exemplo da atividade agrícola do arraial Curral del Rei na segunda metade do século XIX. Segundo relatos históricos, pertencia a Francisco Luiz de Carvalho e sua esposa Francisca Cândida de Jesus. Considerada de porte médio, suas terras abrangiam terrenos onde hoje existem bairros como Cidade Jardim, Lourdes e Santo Antônio.
Após o falecimento de Francisco Luiz de Carvalho, parte do terreno foi comprado por Cândido Lúcio da Silveira e a porção restante recebida por herança de sua sogra, Francisca Cândida de Jesus. Cândido da Silveira e Rita Maria de Jesus, à frente da produção da fazenda e devido ao sucesso dos negócios, decidiram construir uma sede para o local, em 1883. Na área, naquela época, se encontrava outra fazenda, cujo antigo proprietário - Domingos Gomes Leitão - deu nome à edificação. (FAMÍLIA CARVALHO SILVEIRA, 2006).
A casa de dois pavimentos, localizada no atual bairro Cidade Jardim, destacava-se por ser um entre os dois únicos sobrados do arraial, tendo conotação de moradia nobre cujo proprietário tinha elevada posição social. Conforme será melhor explicado no item 3.2 do presente trabalho, a residência seguia o modelo típico das edificações mineiras do período colonial, tanto pela disposição dos espaços quanto devido ao emprego de técnicas como estrutura autônoma de madeira e pau a pique.
"A disposição de espaços da casa da Fazenda do Leitão registra o processo de formação de uma concepção de moradia, desenvolvido entre os séculos XVII e XIX. Trata-se de um sobrado de dois pavimentos que, à época da construção não tinham ligação interna entre si..." (BELO HORIZONTE, 2003).
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