Arquitetura Clássica x Moderna
Por: syberbergstan101 • 5/10/2020 • Monografia • 121.821 Palavras (488 Páginas) • 249 Visualizações
OS ECONOMISTAS
DAVID RICARDO
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA
POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO
Tradução de Paulo Henrique Ribeiro Sandroni
Fundador
VICTOR CIVITA
(1907 - 1991)
Editora Nova Cultural Ltda.
Copyright © desta edição 1996, Círculo do Livro Ltda.
Rua Paes Leme, 524 - 10º andar
CEP 05424-010 - São Paulo - SP
Título original:
On the Principles of Political Economy and Taxation
Direitos exclusivos sobre a Apresentação de
autoria de Felipe Macedo de Holanda,
Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo
Direitos exclusivos sobre as traduções deste volume:
Círculo do Livro Ltda.
Impressão e acabamento:
DONNELLEY COCHRANE GRÁFICA E EDITORA BRASIL LTDA.
DIVISÃO CÍRCULO - FONE (55 11) 4191-4633
ISBN 85-351-0830-0
APRESENTAÇÃO
1. Ricardo — Um dos fundadores da Economia
Política Clássica
Um dos maiores economistas de seu tempo, David Ricardo foi
considerado ainda em vida o legítimo sucessor de Adam Smith no papel
de difusor da jovem ciência conhecida como Economia Política. Sua
obra abrange uma vasta amplitude de temas como, dentre outros, política monetária, teoria dos lucros, da renda fundiária e da distribuição,
teoria do valor e do comércio internacional, tendo muitas de suas contribuições estabelecido as bases de um debate que se prolonga até os
dias atuais.
Sua obra mais conhecida, On The Principles of Political Economy
and Taxation, apresentada ao público brasileiro neste volume, foi publicada pela primeira vez em 1817, tendo obtido imediato reconhecimento e recebendo mais três reedições somente em vida do autor (a
edição definitiva veio à luz em 1823, ano da morte de Ricardo). Mais
do que em Smith, o método de exposição de Ricardo estabeleceu uma
referência para a nova ciência que perdura até os dias atuais: Ricardo
mantinha-se em altos níveis de abstração e procurava dar aos argumentos um rigor científico próprio de um investigador que está em
busca de leis gerais. O rigor lógico e o raciocínio dedutivo (alinhando
premissas gerais antes das conclusões) davam consistência aos argumentos, os quais, mesmo dificultando às vezes, desnecessariamente, a
clareza da exposição, colocavam Ricardo em enorme vantagem nos debates de seu tempo. Principles é, ao lado da Riqueza das Nações, de
Smith, de O Capital, de Marx, e da Teoria Geral, de Keynes, uma das
obras mais lidas de economia de todos os tempos. Com sua estrutura
lógica e consistência interna, pode-se dizer também que é a obra que
marca o aparecimento da economia como ciência plenamente constituída de objeto e método.
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2. A época em que viveu Ricardo
David Ricardo nasceu em Londres em 18 de abril de 1772, filho
de um abastado comerciante de origem judaica que havia emigrado
da Holanda. Ricardo cresceu no mundo “prático” dos negócios, tornou-se
operador da bolsa de valores londrina e, ainda jovem, já era dono de
considerável fortuna, além de mover-se com familiaridade no mundo
dos negócios e das finanças do capitalismo mais avançado de sua época.
A Inglaterra acabava de completar a que ficaria conhecida como a
Primeira Revolução Industrial, um formidável processo combinado de
avanço tecnológico e de transformações sociais que tornara autônoma
a produção industrial, livrando-a do controle dos produtores diretos
(transformando em proletários os antigos artesãos) e do jugo dos intermediários do comércio. O tear mecânico, a tecnologia a vapor, as
estradas de ferro e o avanço da mineração e da siderurgia — as inovações mais importantes do período — permitiram centralizar a produção das manufaturas, reunindo nas primeiras fábricas modernas os
produtores antes dispersos e mudando radicalmente o equilíbrio entre
campo e cidade na Inglaterra. Completava-se o processo de cercamento
no campo (os enclousures), com a expulsão dos camponeses das antigas
terras comunais e sua migração em massa para os centros urbanos,
à procura de trabalho, sob duríssimas condições e ganhando muitas
vezes o estritamente necessário para subsistir. O ciclo econômico, nesta
nova fase do capitalismo inglês, tinha vindo para ficar e, de tempos
em tempos, crises comerciais arrochavam a lucratividade dos empresários e traziam o aumento do desemprego, que piorava mais ainda
as condições das massas urbanas. É claro que tal transformação radical
nos modos de vida não deixaria de produzir muitas revoltas e agitação
social entre os trabalhadores ingleses. Um dos grandes
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