As origens da Urbanística Moderna, Benevolo
Por: Gabrielli Barros • 1/12/2018 • Resenha • 873 Palavras (4 Páginas) • 1.850 Visualizações
BENEVOLO, Leonardo. As origens da Urbanística Moderna. Editorial Presença: Lisboa, 1994 (Prefácio e Capítulo 1 – pg 11 a 34).
Discente: Gabrielli de Barros Silva
Em “As Origens da Urbanística Moderna”, Leonardo Benevolo aponta que o surgimento da urbanística moderna ocorreu posteriormente aos processos técnicos e econômicos que deram início as cidades industriais. Como consequência, hoje, a técnica urbanística está relativamente atrasada e é usada, na maioria das vezes, pra remediar. É preciso analisar as primeiras experiências urbanísticas em ambientes industriais para descobrir o motivo do atraso.
Houve-se muitas mudanças durante esse processo de formação de ambientes industriais. Tanto a população em geral quanto a população jovem aumentou. Como cada geração tendia a repetir o destino de seus pais ocasionou-se um desequilíbrio por essas circunstâncias. A distribuição da população foi alterada já que a antiga proporção entre cidade e campo não era mais a mesma. No campo, por causa da vedação,(emparcelamento de terras comuns para o proprietário individual) os assalariados tinham um trabalho muito pouco remunerado. Visavam o trabalho industrial alterando a proporção cidade e campo.
A indústria têxtil muda sua organização de familiar para por empreitada. Com as exigências da nova economia pela diminuição dos custos e um aumento das quantidades ocorreram avanços como: tecelões feitos para um operário somente usar, a tecedeira movida a vapor de Watt, entre outros. A indústria têxtil passou a se organizar com grande oficinas próximo dos cursos de água e depois das minas de carvão.
A siderurgia passou a alimentar a indústria mecânica. Os progressos técnicos passaram a atrair mais ainda famílias do campo, formando-se novas cidades e aumentando as que já existiam. A associação entre indústria e cidade se deu rapidamente, já que os empresários contavam com mão-de-obra abundante e substituível, e os operários podiam se reconhecer enquanto classe e defender interesses comuns (Apesar de serem explorados pelos patrões).
Foi renovada a rede da vias de comunicação: novas estradas com portagem, estradas e canais para transporte de passageiros e mercadorias,etc. Essa renovação se deu pelo crescimento de algumas cidades sem precedentes para onde ficavam as vias comerciais, financeiras e administrativas. Essas transformações mudaram o modo de vida da maior parte da população modificando: a utilização do solo, a própria paisagem, o número de casas, zonas industriais e comerciais, veículos, estradas, etc. A política também é modificada na medida que impede a livre expansão das novas transformações e o indivíduo passa a confrontar o poder público. Essa posição teórica coloca em primeiro plano os problemas políticos gerais e menospreza os problemas organizativos setoriais.
Qualquer dificuldade encontrada ocasionada pela sobrevivência de uma instituição tradicional favorecem a formação de teorias que pedem a não intervenção pública, como por exemplo a teoria de Malthus. A cidade antiga mudava tão lentamente que parecia ser imutável. Conceber uma cidade significava colocar uma forma arquitetônica precisa que pudesse absorver os crescimentos futuros. Nas praças de Paris, a regularidade arquitetônica é obtida usando uma fachada uniforme a muitos edifícios independentes. No final dos anos 700 na Inglatera enquanto a grande burguesia se reunia em ambientes requintados, os miseráveis bairros orientais cresciam compactos. Rapidamente a sua extensão e seus inconvenientes higiênicos chegou à cidade como um todo e aquelas soluções arquitetônicas já não tinham o mesmo efeito.
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