CINEMAS DE RUA: ORIGENS, DECLÍNIO E SITUAÇÃO ATUAL
Por: elisabtrz • 9/5/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 1.214 Palavras (5 Páginas) • 238 Visualizações
CINEMAS DE RUA: ORIGENS, DECLÍNIO E SITUAÇÃO ATUAL
É difícil definir com exatidão um ponto de início das atividades cinematográficas, pois, faz parte do seu começo a história de elementos mais amplos, que englobam, por exemplo, a prática das projeções imagens, o entretenimento, o teatro, a fotografia, os efeitos visuais e os instrumentos óticos.
Por volta dos anos de 1890, Thomas A. Edison exibia pequenas tiras de filmes a partir de um aparelho, inventado por ele, que produzia e mostrava fotografias em movimento, o cinetoscópio (CESARINO COSTA, 2006).
Porém, a invenção que realmente difundiu as projeções cinematográficas foi o cinematógrafo dos irmãos Lumiérè. O aparelho consistia em uma máquina de filmar, revelar e projetar, que com design leve e funcional permitia seu fácil deslocamento, o que levava vantagem sobre a invenção de Edison. Sua primeira exibição se deu em 1895, na parte dos fundos no Grand Café em Paris, como mostra a imagem abaixo (TEBEROSKY, 2000).
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Figura 03 – Foto da primeira exibição de um filme ao público no Grand Café em Paris, em 1895. Fonte: Só filme antigo Blogspot; Acesso em Dezembro de 2016.
A partir de então, o cinema ficou vinculado às edificações de entretenimento, sejam cafés, teatros, casas de shows ou vaudevilles[1]. Também podemos citar as exibições de filmes nos Nickelodeons, espécie de galpões destinados a exibição de filmes a uma camada da população com menor poder aquisitivo (CESARINO COSTA, 2006).
Só a partir de 1909, com objetivo de estabelecer a economia do cinema em bases sólidas, os americanos decidiram reverter a situação do cinema atual. Surgem, então, os “palácios cinematográficos”, edificações luxuosas, em sua maioria no estilo Art-decó, especializadas na exibição de filmes. Os cinemas passam a ser uma atividade de forte valor cultural e de grande importância para o espaço público. Esses lugares geravam movimento noturno nas cidades e eram lugares de sociabilidade e apreciação da arte (SOARES PENA, 2012). Abaixo (Figuras 04 e 05), exemplos de palácios famosos na França, com o Pathè e o Gaumont Palace.
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Figuras 04 e 05 – Gaumont Palace e Pathè Palace, ambos exemplos de cinemas famosos em Paris. Fonte: Bruxelles vu par les bruxellois. Acesso em Dezembro de 2016
No Brasil, a primeira exibição de um filme aconteceu no dia 8 de julho de 1896 no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. A transmissão aconteceu em uma sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor. Ao contrário da Europa, apenas a elite carioca participou do evento, já que os ingressos possuíam um alto preço para a época. Depois de um ano, foi implantada uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto, também no Rio de Janeiro (CAMPACCI, 2014).
A primeira exibição na Paraíba ocorreu um ano depois do evento ter marcado o Brasil. O aparelho de cinema, o cinematógrafo, foi apresentado à capital, João Pessoa, por Nicola Maria Parente, em agosto de 1897, na tradicional Festa das Neves (GÔUVEA,2015).
Porém, de acordo com Leal (2015), o cinema ganhou espaço por volta de 1910, construídos nos centros residenciais, nos bairros de classe média da região, como o Caramuru e o Bela Vista, e partir daí, foram se assentando pelo resto da cidade.
Segundo Mirabeau Dias da Silva, colecionador de filmes, revistas e automóveis antigos, em 1911, os italianos Rattacazzo e Cozza inauguraram o famoso Cine Rio Branco, no Ponto de Cem Réis. Outros edifícios marcaram a história dos cinemas de rua na Paraíba, como o Cinema Astória, na Rua da República; o Cine Municipal, um dos últimos a fechar, na Rua Visconde de Pelotas (Figura 06) o Cine Teatro Plaza (Figura 08), na Praça Vidal Negreiros.
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Figuras 06, 07 e 08 - Na sequência: Cine Rex, antigo Cine Rio Branco, na Rua Penegrino de Carvalho; Cine Munincipal e Cine-Teatro Plaza. Fonte: Diversita. Acesso em Setembro de 2016;
Foi por volta da década de 1970 que os palácios cinematográficos passaram a ter o número de expectadores reduzidos e, consequentemente, alguns fechamentos começaram a acontecer. O público total diminuiu cerca de 34% em três anos (1979-1981), caindo de 192 milhões para 139 milhões de expectadores em números redondos (RAMOS e MIRANDA, 2000: 223).
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