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CONJUNTO PEDREGULHO: SOLUÇÃO E FORMA DE AFFONSO EDUARDO REIDY

Por:   •  25/10/2016  •  Artigo  •  1.793 Palavras (8 Páginas)  •  647 Visualizações

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CONJUNTO PEDREGULHO: SOLUÇÃO E FORMA DE AFFONSO EDUARDO REIDY

Bruna Êmily; Maria Alice; SamyraKelly

Orientadores: Prof.ª Elisângela Ferreira Silva

Prof.ª Márcia Asedias Moura

Prof. Maxwell Rodrigues de Andrade

Faculdades Integradas de Caratinga – FIC

Instituto Doctum de Educação e Pesquisa - Arquitetura e Urbanismo - 1º período

13/06/2016

RESUMO

Affonso Eduardo Reidy, nascido em Paris e formado como engenheiro-arquiteto no Brasil, foi precursor da arquitetura moderna brasileira e deixou um legado no país de obras de cunho social. Através deste trabalho, buscou-se analisar uma das suas principais obras – o Conjunto Habitacional do Pedregulho. Tal obra teve grande impacto social na época, trazendo à tona diversas discussões a respeito das moradias populares. Reidy sempre foi um defensor das minorias, para tanto, empregava em seus projetos parâmetros que os faziam gerar obras mais econômicas e ambientalmente viáveis. Seus projetos eram uma expressão das potencialidades plásticas do concreto armado, tendo por isso, um aspecto inovador, que oferece maior liberdade aos seus usuários.

Palavras-chave:Affonso Eduardo Reidy; arquitetura social; conjunto habitacional.

  1. INTRODUÇÃO

Affonso Eduardo Reidy, nascido em Paris, em 1909, mas formado como engenheiro-arquiteto no Brasil em 1930, sintetizou boa parte das preocupações contidas na introdução da arquitetura moderna neste país. Transformou a paisagem arquitetônica brasileira com seus projetos de cunho social, realizados durante todo o percurso de sua carreira.  Em 1929, fez parte da elaboração do Plano Urbanístico da cidade do Rio de Janeiro juntamente com o urbanista Alfred Agache. Tornou-se arquiteto-chefe da prefeitura do Distrito Federal, em 1932, posteriormente, foi indicado por Le Corbusier para integrar-se à equipe que projetou o edifício do Ministério da Educação e Saúde. Marcou a história da arquitetura brasileira com projetos sociais, econômicos e funcionais (CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL, 2001)[1].

Reidy foi fortemente influenciado pelas visões de Alfred Agache e Le Corbusier. De Agache, Reidy herda uma visão técnica da cidade baseada na busca de diversas maneiras para resolver os seus problemas, já com Le Corbusier ele aprendeu uma visão poética, sempre em busca de novas ideias (CAIXETA, 2002)2.  

Carmen Portinho, engenheira civil e mulher de Reidy, declarou:

“Affonso Eduardo Reidy lutava por uma arquitetura social e econômica. Toda a sua obra foi realizada nesse sentido. Não se conhece um só projeto seu que não fosse para a comunidade. Não projetou palácios nem prédios suntuosos, pois era cônscio da responsabilidade social da arquitetura. Foi sempre um arquiteto sóbrio e revolucionário no que fez” (MAGALHÃES, 2009, DOCUMENTÁRIO)3.

Seu primeiro projeto foi o Albergue da Boa Vontade (1931), construído no Rio de Janeiro, sendo uma das primeiras manifestações proto-modernas com clara função social (Figura 1). Tal edificação tinha por finalidade abrigar durante o período noturno homens de rua. Com características modernas como o concreto armado e janelas em fita (BONDUKI, 1999 apud FONSECA e SÁNCHEZ, 2016)4.

        Outra obra importante é o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, conhecido como MAM (1953) (Figura 2). Foi construído em um contexto onde o poder público e privado se preocupavam com a construção de uma nova modernidade. Sua criação teve por objetivo envolver um projeto educacional com o intuito de fazer com que os cidadãos entendessem a arte moderna através das produções artísticas integradas à indústria e à tecnologia (CAIXETA, 2002) 2.

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Uma das obras de maior relevância de Reidy que revelou o seu lado de preocupação com a habitação e com as pessoas foi o Conjunto Habitacional do Pedregulho (1947) no Rio de Janeiro (Figura 3). Construído pelo Departamento de Habitação Popular do Distrito Federal, o projeto possui originalidade e praticidade, pois assume um projeto de arquitetura moderna, e de cidade e social (CAIXETA, 2002)[2].

Diante de tal importância para a arquitetura moderna de caráter social, o objetivo desse trabalho é apresentar o conceito e fatores considerados no projeto e obra do Conjunto Habitacional do Pedregulho. Para tanto foi realizado uma pesquisa de caráter exploratório baseada em levantamento bibliográfico que descrevem sobre os conceitos e condicionantes considerados para o projeto deste complexo habitacional.

  1. CONJUNTO HABITACIONAL DO PEDREGULHO

O Conjunto Habitacional do Pedregulho nos ensina o valor da transformação social através da arquitetura e urbanismo. Ele é marcante pela sua Arquitetura Moderna, pela sua solução plástica, cujo objetivo maior é de resolver o problema para a habitação popular. Seguindo essa linha de raciocínio, Reidy pretendia alcançar habitações em apartamentos respondendo com uma solução de qualidade, para as habitações que seriam destinadas aos servidores da prefeitura (SILVA E SANTOS, 2016)5.

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De acordo com Reidy, o problema das moradias eram os custos altos e o baixo salário dos trabalhadores, que estão relacionados principalmente à esfera financeira, tirando o foco da arquitetura e do urbanismo. A habitação deveria ser considerada como um serviço público. A moradia coletiva foi adotada para aumentar a densidade, liberando o solo para implantar as áreas de lazer, e diminuindo o custo da infraestrutura e da construção de equipamentos de serviços comuns (SILVA E SANTOS, 2016)5.

Reidy e sua esposa tinham contato direto com Le Corbusier, expoente da corrente Funcionalista da Arquitetura Moderna. Para Corbusier, a edificação deve se adequar aos terrenos acidentados através de estruturas curvas. Tais obras deveriam atender às necessidades dos moradores, como comércios e serviços (SILVA E SANTOS, 2016)5.  [3][pic 9]

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