O Conjunto Pedregulho
Por: oswaldohash • 20/3/2020 • Resenha • 880 Palavras (4 Páginas) • 309 Visualizações
Reidy pensava que a habitação não era resumida apenas a vida dentro de casa, mas também a várias atividades do dia a dia, com serviços que sejam direcionados as nossas necessidades diárias, como por exemplo, locais para assistências médica, escolas, mercados, recreação e prática de esportes. Também defendia que as habitações populares fossem perto do trabalho, pois assim melhoria o tráfego e economia de tempo e usando esse tempo recuperado para lazer, convívio social, melhora da saúde etc.
O conjunto residencial Pedregulho é um exemplo simples de como cada cidade deveria ser construída. O programa do conjunto foi estabelecido após um censo para saber as condições dos futuros moradores, que eram funcionários públicos com baixos salários. Depois desse recolhimento de informações, 570 famílias foram inscritas e a partir disso junto com as condições topográficas do terreno foi possível obter a densidade demográfica do conjunto como também estabelecer padrões a serem utilizados nos apartamentos e nas unidades escolares.
O terreno escolhido para esse projeto é localizado entre os bairros de São Cristovão e Benfica no Rio de Janeiro, com cerca de cinquenta mil metros quadrados, em uma área de encosta do morro do Pedregulho. O local apresenta forte insolação, uma vista panorâmica para a Baía do Guanabara e para boa parte do subúrbio carioca. O morro fica próximo ao centro da cidade, junto à Avenida Brasil.
O projeto inicial do conjunto constituía por três blocos residenciais. O bloco A o mais vistoso, mantém a vista da Baía de Guanabara para todos os apartamentos, possuiu sete pavimentos com 272 apartamentos.
O acesso ao bloco se dá pelo pavimento intermediário através de duas pontes, neste pavimento localizam-se a creche e serviço social do conjunto. O acesso pelo piso intermediário dispensa o uso de elevadores, pois é possível se locomover por todo o bloco apenas pelas escadas, que ficam distribuídas a cada 50m ao longo dos 260m de extensão do bloco.
Nesse bloco foram usados pilotis com finalidade de elevar o bloco do solo, sem que o terreno fosse alterado, pois a topografia do terreno tinha 50 metros de desnível, além de possibilitar a criação de áreas de passeio.
A fachada dos fundos possuiu um material de vedação para os corredores de acessos aos apartamentos, essa parede de vedação é constituída de elementos vazados de cerâmica avermelhada, com caixas abertas de concretos intercaladas, e tem como objetivo ventilar o ambiente.
Os dois edifícios residenciais que compõem o bloco B (bloco B1 e B2) são menores em relação ao bloco A, com 80m de extensão. Os dois têm volumes de paralelepípedos sobre pilastras, cada bloco possui quatro andares, contendo cada bloco 28 apartamentos duplex de dois, três e quatro quartos. Eles possuem elementos vazados e vazios, com a estrutura da varanda demarcados e tem uma alternância entre cheio e vazio. A fachada frontal é composta por elementos pré-moldadas de concreto. O acesso aos corredores é feito por uma torre escada externa ao volume do prisma principal, com um formato arrendado dando contraste entre esses volumes.
O conjunto contém painéis de azulejos de autoria de Cândido Portinari, Roberto Burle e Anísio de Medeiros, assim como todo projeto paisagístico é de autoria de Roberto Burle.
As edificações destinadas a assistência pública e lazer se encontravam na parte mais baixa do terreno, como posto de saúde, lavanderia, mercado, escola primária, ginásio, vestiário e piscina. A Avenida Capitão Félix, passa próxima ao conjunto e destina-se ao acesso à Avenida Brasil, as outras vias ao redor do terreno são de pouco movimento, as edificações são afastadas das vias de circulação de carro, vias de pedestres situam-se no interior do terreno e ligam todas as construções.
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